Cidades

Apreensão

Apreensão de cigarro eletrônico teve aumento de 117% em Mato Grosso do Sul

O Estado é o vice-campeão no ranking nacional de apreensões, que dispararam no último ano

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As apreensões de cigarros eletrônicos dispararam em Mato Grosso do Sul no último ano. Segundo os dados divulgados hoje (12), pela Receita Federal, houve um aumento de 117% no número de apreensões de 2022 para 2023 no Estado. 

Mato Grosso do Sul é o vice-campeão no ranking nacional de apreensões, ficando atrás apenas do Estado do Paraná. Em 2023, foram 363.911 registros de cigarros confiscados no Estado. Já no Paraná, líder das apreensões, foram 618.889 registros.

A Receita Federal destaca que as apreensões vêm crescendo em todo o Brasil desde o ano de 2019. De modo geral, houve um aumento de 25% nos confiscos em apenas um ano (entre 2022 e 2023). Em todo o país, foram 1.094.622 unidades apreendidas em 2022 contra 1.367.719 em 2023.

Com um registro 6 vezes maior, em 2023 do que em 2022, está o Estado de Santa Catarina. Mas o desempenho de Mato Grosso do Sul também chama a atenção, com aumento de 117% no número de apreensões de um ano para outro.

Ranking nacional

  • Paraná - 618.889 registros de apreensões;
  • Mato Grosso do Sul - 363.911 registros;
  • São Paulo - 135.714 registros;
  • Santa Catarina - 133.335 registros. 

O presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, disse que o combate ao contrabando no Brasil é um desafio complexo, que requer ações institucionais integradas e permanentes.

"É necessária uma constante análise da efetividade das medidas em vigor para que ajustes sejam feitos de forma rápida, a fim de acompanhar a velocidade e a criatividade com a qual os criminosos burlam as leis. A respeito dos cigarros eletrônicos, então, o problema é ainda maior", analisa o presidente do Fórum.

Ainda segundo ele, ano a ano, a evolução dos vapes impressiona. Nos últimos 3 anos, houve crescimento de apreensões pela Receita Federal, em 2021, houve um salto de 15 vezes no número de vapes confiscados em todo o País, em 2020 foram 30.093 apreensões e em 2021, 405.704 registros.

"O cenário da oferta e da demanda de cigarros eletrônicos no Brasil é complexo e requer atenção aos dados.  "Deixar esse mercado em domínio do contrabando é a pior decisão. É abandonar o país nas mãos do mercado ilegal. Todos perdem, ganha, apenas, o contrabandista que agradece", afirma Vismona. 

Venda é proibida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe desde 2009, qualquer tipo de venda, importação e propaganda dos chamados dispositivos eletrônicos para fumar - cigarros eletrônicos. Inclusive, nos últimos dois meses, o Ministério da Justiça intensificou o cerco ao produto, multando lojas e apreendendo milhares de unidades dos tais "vapes". 

Como parte de um processo de revisão regulatória, a Anvisa abriu, no ano passado, uma consulta pública para debater a liberação dos cigarros eletrônicos. Segundo dados do Ipec, são quase 3 milhões de consumidores no Brasil, número que quadruplicou nos últimos 4 anos.

No entanto, o presidente do FNCP, Vismona, alerta para o fato de que o mercado é 100% ilegal. Para a regulamentação "seria fundamental para garantir a procedência dos produtos, impondo regras de produção, controle sanitário e composição química à indústria formal, enfraquecendo o contrabando. Além disso, o regramento traria mecanismos mais eficazes para coibir a venda a menores de idade, fiscalizando e cobrando quem produz esses dispositivos. O país poderia, ainda, garantir um retorno de arrecadação", pondera. 

Pneumologista alerta sobre os riscos do cigarro eletrônico

Ao Correio do Estado, o médico pneumologista, Ronaldo Perches Queiroz, explica que os dados são preocupantes visto que a indústria continua com projetos de lei no Congresso Nacional para legalizar o cigarro eletrônico e todas as entidades médicas são contra, devido aos malefícios.

"A Sociedade Brasileira de Pneumologia está fazendo um trabalho junto aos deputados federais e senadores para que essa lei não passe, porque o cigarro eletrônico é um mal, ele vicia, dá câncer e tem sido muito preocupante principalmente entre os jovens, que são os maiores consumidores dos vapes", afirma o médico.

Para o especialista, o cigarro eletrônico 'não tem nada de bom' e não pode ser legalizado. Ele teria 10 vezes mais concentração de nicotina do que o cigarro comum. Além disso, o cigarro eletrônico libera uma substância chamada de formaldeído, que é potencialmente cancerígena.

"Além do vício e do câncer, ele causa uma pneumonia muito grave, inflamatória, que leva à insuficiência respiratória. Essa pneumonia chama-se EVALI, o paciente vai para UTI, Ventilação Mecânica. Portanto, diga não ao cigarro eletrônico", recomenda o pneumologista.

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DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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