Cidades

PLANTA EXÓTICA

Aprovada proibição do plantio de murta em Mato Grosso do Sul

A murta, espécie de dama da noite, é hospedeira de bactéria que destrói a citricultura, por não haver tratamento curativo para as plantas

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Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul aprovaram, na sessão desta terça-feira (20), projeto de lei que proíbe o plantio, comércio, transporte e produção de murta no Estado, uma planta exótica da família da dama-da-noite.

A proposta foi aprovada em segunda discussão e segue para sanção do governador Eduardo Riedel (PSDB).

O projeto de lei é de autoria do Executivo Estadual e foi encaminhado à Assembleia Legislativa no início de julho, com a justificativa de que o plantio da murta já é proibido em várias cidades e estados do País, devido ao seu potencial prejudicial para outras plantas frutíferas, especificamente as cítricas.

Isto porque a murta é hospedeira da bactéria causadora da doença dos citros, "denominada  huanglongbing (HLB), que é uma das doenças mais graves e destrutivas da citricultura mundial, tendo em vista que ataca todos os tipos de citros e que, até o momento, não existe tratamento curativo para as plantas doentes".

Mato Grosso do Sul foi incluído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como estado com ocorrência desta doença.

Desta forma, no texto, o governo afirmou que a citricultura está em expansão no Estado, no contexto de diversificação da produção agrícola, e que a restrição da plantação de murta visa fortalecer a fruticultura e promover ambiente favorável a novos investimentos privados para a geração de emprego e renda neste setor.

"Com as alterações propostas será possíveł alinhar as práticas de comercializaçäo realizadas por Mato Grosso do Sul aos padrões do comércio internacional de sementes, mudas e produtos florestais, visto que essas modificações possibilitarão ao Estado cumprir regulamentações e acordos internacionais, bem como incentivarão o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis de produção e comércio, que contribuirão para a conservação, a longo prazo, da biodiversidade e dos recursos naturais no território sul-mato-grossense", diz o projeto.

Após a sanção, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), estabelecerá os procedimentos, as práticas, as proibições, os critérios, as penalidades e as restrições referentes à lei.

CURIOSIDADE

Fumaça que 'esconde' o sol faz o calor aumentar ou diminuir em MS?

Geralmente, quando o céu está nublado, o sol fica escondido e as temperaturas diminuem; saiba se a fumaça também faz as temperaturas diminuírem

12/09/2024 09h05

Sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte

Sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte GERSON OLIVEIRA

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Fumaça, que cobre o céu de Mato Grosso do Sul, esconde o sol e deixa o céu “nublado” e o horizonte acinzentado.

Geralmente, quando o céu está nublado, o sol fica escondido e as temperaturas diminuem.

Mas, a fumaça faz as temperaturas aumentarem ou diminuírem? Se não houvesse fumaça, estaria mais calor?

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o meteorologista Natálio Abrahão afirmou que, por mais que a fumaça barre os raios solares, o calor aumenta intensamente com a presença de fuligem no céu.

Ou seja, a temperatura diminui quando o céu está nublado (com nuvens) e aumenta quando está nublado (com fumaça).

“Você já colocou uma tampa em uma panela com água? Então. A tampa que me referi significa que não deixa o ar subir de jeito nenhum, empurrando o vapor de água para muito longe, para o Hemisfério Norte. Quando esse ar afunda de cima pra baixo, ele é como se fosse a tampa de uma panela, ele não deixa o ar subir e quando o ar quer subir, ele manda pra baixo. Então, por isso que eu falei que é como se fosse a tampa de uma panela, isso chama-se estabilidade. E o que está acontecendo agora é que essa panela, essa tampa dessa panela, que a gente está falando aí, que é o ar que tá pressionando pra baixo, ela é tão forte, tão forte que não deixa o ar nem sair do chão. Por isso que começa a formar poeira, a fumaça fica no ar. A comparação é para você saber a enorme estabilidade do ar no Centro-Oeste todo”, explicou o meteorologista ao Correio do Estado.

FUMAÇA

Mato Grosso do Sul está com céu encoberto por fumaça há aproximadamente 14 dias consecutivos. A fuligem é oriunda dos incêndios do Pantanal, Amazônia, São Paulo, Goiás e outros estados brasileiros que literalmente estão “pegando fogo”.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinzento e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d'água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

O meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão.

Confira imagens do céu encoberto por fumaça em Campo Grande:

DEMORA

Quase 100 mil já foram à Justiça em busca de tratamento de saúde neste ano

Segundo a Defensoria Pública, no ano passado, foram abertos 168 mil procedimentos referente a atraso no serviço público

12/09/2024 09h00

Pacientes aguardam do lado de fora do Centro Médico na Capital

Pacientes aguardam do lado de fora do Centro Médico na Capital Foto: Gerson Oliveira

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Com demanda reprimida nos serviços de exames e cirurgias na saúde pública, em Mato Grosso do Sul quase 100 mil ações estão na justiça para destravar o processo de tratamento de saúde neste ano.

Em 2024 cresceu em quase 10% a judicialização de casos onde o paciente não foi atendido ou o sistema público de saúde não conseguiu dar seguimento ao atendimento de forma parcial.

Segundo o levantamento da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por meio do  Núcleo de Ações em Saúde (NAS), no primeiro semestre do ano foram contabilizados 92 mil atendimentos que exigiram a intervenção jurídica para assegurar direitos básicos de saúde para pacientes no Estado.

Em 2023, o NAS realizou 168 mil atendimentos, com foco em cirurgias, medicamentos, consultas, suplementos e fraldas, garantindo que pacientes com dificuldades no sistema público de saúde tenham acesso aos cuidados necessários por meio da justiça.

Neste ano o número de ações judiciais já ultrapassou os 84 mil atendimentos, sendo assim, a procura pela justiça na tentativa de acelerar o atendimento na saúde já está além da metade dos processos abertos de 2023.

Ao Correio do Estado, o defensor público Mateus Sutana, que coordena o núcleo de Direitos Humanos, explicou que para um paciente chegar a judicializar o seu atendimento na defensoria pública, é um sinal de que houve pedido administrativo e não cumprimento.

“A judicialização é sempre a última opção para resolução dos atendimentos. As demandas mais frequentes que recebemos continuam sendo de cirurgias, consultas, medicamentos e suplementos, fundamentais para a recuperação e o bem-estar dos pacientes”, informou Mateus Santana.

A crescente no número de atendimento na área da saúde, para o defensor, comprovam a importância do NAS para a população. “Diante de atrasos ou recusas de tratamento pela rede pública, a população encontra na Defensoria Pública uma forma de garantir o acesso a serviços de saúde essenciais”, destacou.

AÇÕES INVESTIGADAS

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), no mês de agosto, instaurou um inquérito civil para apurar a eficiência no atendimento de pacientes que buscam a realização de consultas e exames para diagnóstico preventivo ao câncer de mama na rede pública de saúde de Campo Grande.

A abertura da investigação que têm como objetivo de fiscalizar a eficiência no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Outra das diversas ações abertas pelo MPMS trata-se da constatação da 4ª Promotoria de Justiça do município de Três Lagoas, de que pacientes aguardam por pelo menos 5 anos para realizar o procedimento da cirurgia bariátrica na rede de saúde do município.

Levando esta informação em consideração, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendou ao município de Três Lagoas, e ao Estado, que executem um plano de ação para reduzir as filas de espera para os procedimentos de cirurgia bariátrica na região da cidade.

De acordo com o MPMS, pelo menos 126 pacientes aguardam na fila por uma gastroplastia (nome técnico da cirurgia bariátrica) no Estado, destes, 45 são residentes em Três Lagoas e Selvíria. 

CIRURGIA ORTOPÉDICA

Como já informado em reportagem do Correio do Estado, em razão das longas filas de espera para a primeira consulta em cirurgia ortopédica eletiva, cirurgia plástica geral, oftalmologia e exames de imagem, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, estabeleceu prazo de 180 dias, para o Estado e Município apresentarem um plano concreto de ação, com metas e cronograma definidos.

Neste plano deverão ser observados os critérios clínicos e de risco, sendo que a espera por consultas não poderá ultrapassar o prazo máximo de 100 dias, e 180 dias para cirurgias e tratamentos nestas especialidades.

Caso não seja cumprido estes requisitos, o MPMS estabeleceu o pagamento de multa cominatória diária no valor de R$ 10 mil.
Em resposta para o Correio do Estado, a  Promotora de Justiça Daniela Cristina Guiotti, Coordenadora do Núcleo de Apoio Especial à Saúde do MPMS, declarou que as problemáticas mais frequentes nestes processos, que geraram a necessidade de atuação do Ministério Público, são “As longas filas que evidenciaram demanda reprimida nas diversas especialidades, bem como a demora no acesso às consultas e exames”.

Saiba

De acordo com os dados do DATASUS, de 2014 até 2023 a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Universitário realizaram apenas 542 cirurgias de procedimentos ortopédicos de alta complexidade.
 

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