Cidades

ATRAÇÃO

Arraias de água doce ganham berçário no Bioparque Pantanal

Apesar de serem de água doce, as espécies das pequenas arraias são parentes dos tubarões

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O Bioparque Pantanal, inaugurou um berçário para a criação de duas espécies de arraias de água doce: a Potamotrygon falkneri e a Potamotrygon amandae. Localizado no maior aquário de água doce do mundo, o espaço abriga os primeiros filhotes dessas espécies nascidos em cativeiro no Brasil, fruto de um projeto do Centro de Conservação de Peixes Neotropicais (CCPN).

A iniciativa, que promete ser um atrativo para os visitantes, levanta importantes questões sobre a conservação dessas espécies e o papel dos aquários na preservação da biodiversidade.

O habitat

Créditos: Eduardo Coutinho

O berçário foi projetado para simular o ambiente natural das arraias, com substrato arenoso e um tronco submerso, de forma que será permitido que os animais se camuflem e explorem o espaço. A temperatura da água será mantida em torno de 27°C, similar às condições encontradas em seus habitats naturais.

 "Assim como nos rios, será possível ver as arraias camufladas na areia. Será uma experiência interessante", comenta Heriberto Gimenês Junior, biólogo curador do Bioparque.

A diretora-geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri, destacou a importância da educação ambiental e da divulgação científica para a conservação das arraias.

"Queremos promover a popularização da ciência, oferecendo aos visitantes não só um espaço de lazer, mas também mostrando todo o processo que envolve os cuidados com o bem-estar animal, a reprodução, a qualidade da água e de que forma podemos fazer parte da conservação dessas espécies", afirma Balestieri.

Potamotrygon falkneri

O peixe-raio, nativo das bacias do Rio Paraná e Rio Paraguai, é encontrado em uma vasta área que vai de Cuiabá ao rio La Plata, na Argentina, é considerado uma das criaturas mais intrigantes das águas sul-americanas. 

Conhecido por seu formato corporal distintivo e suas adaptações únicas, é um membro da classe dos Elasmobranchii, que inclui também o peixe-serra e os tubarões. Ao contrário de muitos outros peixes, o peixe-raio não possui ossos, apresentando uma estrutura esquelética composta principalmente de cartilagem.

Com um corpo ligeiramente oval e cartilaginoso, o peixe-raio é achatado dorsoventralmente. Suas fendas branquiais, localizadas abaixo da cabeça, são onde a água entra e sai, de forma que permita a absorção de oxigênio. As bordas do disco são mais finas e a cauda é notoriamente curta em relação ao comprimento do corpo, possuindo um ferrão venenoso.

Os potamotrygonidae, a família à qual o peixe-raio pertence, são os únicos elasmobrânquios que evoluíram para viver exclusivamente em águas continentais. Durante a estação chuvosa, esses peixes migram para áreas de florestas inundadas e podem ser encontrados em lagos e lagoas temporárias após o recuo das águas.

Adaptados ao ambiente aquático, eles possuem um aparelho de respiração especializado que lhes permite respirar mesmo enquanto ficam enterrados no substrato. A água é transportada até as guelras através de espiráculos localizados atrás de cada olho.

O ferrão venenoso localizado na cauda do peixe-raio é composto por dentina, o mesmo material que forma os dentes humanos, e é associado a glândulas de veneno. Embora a toxicidade do veneno possa variar entre as espécies, todos os venenos de peixe-raio compartilham uma composição semelhante. 

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MEIO AMBIENTE

Governo admite possibilidade de pior cenário de incêndios da história no Pantanal

Bioma já registrou mais focos neste ano do que em 2020; governador afirmou que situação pode piorar nas próximas semanas

12/09/2024 09h30

Cidade de Corumbá ficou laranja em meio às fumaças dos incêndios florestais que atingem a região

Cidade de Corumbá ficou laranja em meio às fumaças dos incêndios florestais que atingem a região Foto: Rodolfo César

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O Pantanal vive um dos piores anos em relação aos incêndios florestais de sua história. Até agora, mais de 2,8 milhões de hectares, que representam cerca de 18% do bioma, foram consumidos pelo fogo. O diagnóstico do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), é de que a situação pode piorar, fazendo com que 2024 seja o ano mais devastador da história.

Em entrevista para a GloboNews, Riedel afirmou que as condições climáticas deste ano estão piores que as de 2020, o que contribuiu para que o bioma tivesse um número de focos de incêndio maior do que no ano recorde em hectares queimados.

“O importante é que as condições climáticas no bioma deste ano, ela foi pior que a de 2020, e é aí que queria fazer a correlação. Estamos fazendo esses estudos, porque lá em 2020 nós tivemos 4.790 focos. Neste ano, já são mais de 6.700 focos no bioma, não queimamos mais por conta do combate”, afirmou na entrevista.

“É uma lógica de aumentar cada vez mais [os esforços para o combate], seja dos governos estaduais, seja do próprio governo federal, em investimentos permanentes para fazer frente a essas condições que são atípicas, mas que me parecem ser cada vez mais permanentes”, completou o governador.

Neste ano, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), até agora, o Pantanal teve 2,8 milhões de hectares queimados, o que corresponde a 18% de sua extensão total. Em 2020, ano que ainda obtém o recorde de área queimada, foram 3,6 milhões de hectares devastados.

“A gente está passando de 2,7 milhões de hectares no bioma Pantanal, e com condições climáticas [piores]. E aí a notícia ruim é que, nas próximas duas semanas, ainda teremos condições climáticas desfavoráveis e nós vamos ter que continuar com todas as nossas forças no bioma, combatendo”, continuou Riedel.

Com essa realidade e com a projeção de manutenção de seca no bioma, o governador foi pessimista quanto ao futuro dos incêndios na região.

“Sem dúvida, acho que a gente pode atingir o mesmo número de 2020. Vai depender muito da extensão desse período nessa condição que estamos vivendo hoje. Estamos com umidade relativa de menos de 10%, ventos acima de 30 quilômetros por hora, um calor muito intenso. Hoje [quarta-feira] está previsto 39°C, 40°C. São condições em que a propagação de qualquer foco é muito rápida”, revelou o governador.

COMBATE

Para tentar uma resposta rápida aos incêndios, o Corpo de Bombeiros e brigadistas doPrevfogo seguem na região.

Segundo o governado do Estado, desde o começo da operação na região foram mobilizados mais de 1.688 pessoas, entre elas: 1.018 bombeiros do Estado; 264 da Força Nacional; e 52 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom).

Atualmente, são 164 bombeiros, 76 militares da Força Nacional e 13 militares do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, além de militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira, da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, agentes do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), brigadistas do PrevFogo e Polícia Federal. 

As ações se concentram em 10 frentes, entre elas a região do Paiaguás, do Paraguai Mirim, do Nabileque, do Porto Índio, de Miranda, de Aquidauana e de Porto Murtinho.

QUALIDADE DO AR

Com tantos focos de incêndio, a qualidade do ar em Corumbá e Ladário tem sido um problema. O Prevfogo/Ibama mantém uma estação em Corumbá, na base dos brigadistas, no Parque Marina Gattass, para analisar a qualidade do ar.

A medição desta semana indicou altíssima concentração de poluentes, com níveis muito superiores aos de países cujo ar está entre os mais poluídos do mundo, conforme o World Air Quality. Na terça-feira o nível identificado para Corumbá foi de 448 PM 2.5. Ontem, a medição marcou 433.

Essa medição é de partículas sólidas com menos de 2.5 micrômetros de tamanho, suficientes para entrar na corrente sanguínea e causar uma série de problemas de saúde em médio e longo prazo, bem como aumento de alergias no curto prazo. (Colaborou Rodolfo César)

Saiba

A densa fumaça dos incêndios que está cobrindo o céu de Corumbá e Ladário foi agravada pelos incêndios na Bolívia.

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CURIOSIDADE

Fumaça que 'esconde' o sol faz o calor aumentar ou diminuir em MS?

Geralmente, quando o céu está nublado, o sol fica escondido e as temperaturas diminuem; saiba se a fumaça também faz as temperaturas diminuírem

12/09/2024 09h05

Sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte

Sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte GERSON OLIVEIRA

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Fumaça, que cobre o céu de Mato Grosso do Sul, esconde o sol e deixa o céu “nublado” e o horizonte acinzentado.

Geralmente, quando o céu está nublado, o sol fica escondido e as temperaturas diminuem.

Mas, a fumaça faz as temperaturas aumentarem ou diminuírem? Se não houvesse fumaça, estaria mais calor?

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o meteorologista Natálio Abrahão afirmou que, por mais que a fumaça barre os raios solares, o calor aumenta intensamente com a presença de fuligem no céu.

Ou seja, a temperatura diminui quando o céu está nublado (com nuvens) e aumenta quando está nublado (com fumaça).

“Você já colocou uma tampa em uma panela com água? Então. A tampa que me referi significa que não deixa o ar subir de jeito nenhum, empurrando o vapor de água para muito longe, para o Hemisfério Norte. Quando esse ar afunda de cima pra baixo, ele é como se fosse a tampa de uma panela, ele não deixa o ar subir e quando o ar quer subir, ele manda pra baixo. Então, por isso que eu falei que é como se fosse a tampa de uma panela, isso chama-se estabilidade. E o que está acontecendo agora é que essa panela, essa tampa dessa panela, que a gente está falando aí, que é o ar que tá pressionando pra baixo, ela é tão forte, tão forte que não deixa o ar nem sair do chão. Por isso que começa a formar poeira, a fumaça fica no ar. A comparação é para você saber a enorme estabilidade do ar no Centro-Oeste todo”, explicou o meteorologista ao Correio do Estado.

FUMAÇA

Mato Grosso do Sul está com céu encoberto por fumaça há aproximadamente 14 dias consecutivos. A fuligem é oriunda dos incêndios do Pantanal, Amazônia, São Paulo, Goiás e outros estados brasileiros que literalmente estão “pegando fogo”.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinzento e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d'água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

O meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão.

Confira imagens do céu encoberto por fumaça em Campo Grande:

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