Artigos e Opinião

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A ciência e a prática do feedback: dados, cases e lições

Para que o feedback funcione é preciso de técnica

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Dar e receber feedbacks é uma das habilidades mais valiosas dentro das organizações, mas também é uma das mais desafiadoras. Quando conduzido de forma clara e construtiva, fortalece a confiança, orienta caminhos de desenvolvimento e gera engajamento.

Não à toa, pesquisas recentes mostram que 97% dos profissionais consideram o feedback regular fundamental para sua evolução no trabalho.

Um exemplo emblemático vem da Adobe, que em 2012 abandonou as tradicionais avaliações anuais de desempenho para adotar um modelo mais dinâmico: conversas frequentes chamadas de check-ins.

A mudança surgiu da percepção de que relatórios anuais eram demorados, estressantes e pouco efetivos para promover melhorias imediatas. O resultado foi expressivo: a empresa registrou queda de 30% no turnover voluntário e maior satisfação entre os colaboradores.

Para que o feedback funcione, no entanto, é preciso de técnica. Do lado de quem aplica, clareza e objetividade são fundamentais, sempre baseando a conversa em fatos concretos, evitando julgamentos pessoais e equilibrando críticas construtivas com o reconhecimento genuíno.

Oportunidade também é palavra-chave: quanto mais próximo do acontecimento, maior a chance de o retorno gerar mudanças efetivas.

Já para quem recebe, a postura deve ser de escuta ativa e abertura, transformando a devolutiva em aprendizado e plano de ação, sem reações defensivas imediatas. Colaboradores relatam que, por exemplo, não conseguiam entregar suas demandas a tempo.

As lideranças das empresas, então, resolveram instruí-los com críticas construtivas, o que resultou na melhoria de desempenho dos funcionários, que passaram a render mais.

A arte de aplicar e receber feedbacks vai além de um processo pontual: trata-se de uma prática estratégica que deve fazer parte da cultura organizacional. Quando empresas e profissionais encaram o feedback como um diálogo de aprendizado, o resultado é um ambiente mais colaborativo, transparente e voltado ao crescimento.

Ao mesmo tempo em que líderes desenvolvem suas equipes, os colaboradores assumem protagonismo em sua evolução, gerando benefícios que se refletem no desempenho coletivo e na sustentabilidade dos negócios.

EDITORIAL

É preciso aperfeiçoar o Bolsa Família

A confiança pública no programa depende da capacidade do governo em garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa e apenas a essas pessoas

12/11/2025 07h15

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O Bolsa Família é um programa que se consolidou como uma das principais políticas públicas do Brasil contemporâneo. Criado com o propósito de combater a pobreza e reduzir a fome, o programa tornou-se símbolo de uma agenda social que atravessou governos de diferentes espectros ideológicos.

Embora tenha ganhado forma e notoriedade no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, nos anos 2000, sua origem remonta ao fim da década de 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso, com o então Bolsa Escola – embrião da política de transferência de renda que viria a se transformar no modelo unificado do Bolsa Família.

Desde então, o programa sobreviveu a sucessivas mudanças de gestão, ajustes fiscais, crises econômicas e até a alternância de poder entre partidos historicamente rivais.

Nem mesmo o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que o rebatizou de Auxílio Brasil, ousou extingui-lo. E, após a pandemia de Covid-19, o benefício retornou ao nome original, reafirmando sua importância na proteção social das famílias em situação de vulnerabilidade.

Essa permanência, por si só, é um sinal inequívoco de que o Bolsa Família veio para ficar – não como uma bandeira partidária, mas como uma política de Estado, necessária e inegociável para um País que ainda convive com desigualdades profundas.

Contudo, a consolidação de um programa social não o torna imune a falhas ou a distorções. Ao contrário, quanto mais amplo e duradouro ele se torna, maior deve ser a responsabilidade do Estado em garantir sua integridade. O Bolsa Família precisa urgentemente de aperfeiçoamentos, especialmente no campo do controle e da fiscalização. É inaceitável que um programa destinado a erradicar a miséria seja desvirtuado por fraudes, cadastros irregulares ou má gestão de recursos públicos.

Nesta edição, mostramos que a Polícia Federal de Mato Grosso do Sul desmantelou um esquema criminoso que fraudava o benefício, permitindo que até cidadãos estrangeiros recebessem indevidamente os pagamentos mensais.

Casos como esse não são isolados – e expõem falhas graves no sistema de triagem e verificação de beneficiários. O problema está, em grande parte, na estrutura do Cadastro Único (CadÚnico), que, apesar de ser o instrumento central de registro das famílias, permanece vulnerável a informações falsas e à falta de integração entre bancos de dados municipais, estaduais e federais.

É imperativo modernizar esse sistema. O País precisa de um cadastro social digitalizado, integrado e constantemente auditado, com cruzamento automático de informações fiscais, trabalhistas e migratórias.

Também é fundamental ampliar o controle sobre as prefeituras e seus Centros de Referência da Assistência Social (Cras), que são as portas de entrada do programa. A atuação local é essencial, mas não pode prescindir de supervisão técnica e de transparência nos cadastros.

O Bolsa Família deve continuar como um instrumento de justiça social, mas não pode ser refúgio para irregularidades. A confiança pública no programa depende da capacidade do governo em garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa – e apenas a essas pessoas.

Zerar a miséria é um objetivo nobre, mas que exige seriedade, tecnologia e rigor na execução. 

ARTIGOS

Uso excessivo de telas impacta desenvolvimento infantil

O uso constante pode afetar a qualidade do sono, já que a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono

11/11/2025 07h45

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É cada vez mais comum vermos crianças, cada vez mais novas, expostas ao uso de telas. Além disso, o tempo de uso também está cada vez maior. Estudos mostram associação entre excesso de telas e dificuldades de atenção, sono e desempenho escolar.

Logo, é fundamental ter atenção não somente a esses riscos como também a redução da criatividade, das habilidades sociais e dependência em crianças que passam muito tempo consumindo conteúdo digital sem supervisão.

O cérebro infantil está com 95% da sua estrutura formada entre 0 e 6 anos, estando assim em pleno desenvolvimento. O uso constante pode afetar a qualidade do sono, já que a luz azul emitida pelas telas interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono.

Isso pode impactar negativamente a memória, a aprendizagem e o desenvolvimento emocional.

O excesso também pode gerar uma sobrecarga de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao prazer. Ao usar o celular por muito tempo, a criança é constantemente recompensada com estímulos rápidos e fáceis, como likes ou vídeos curtos, o que cria um ciclo de dependência.

Isso reduz a tolerância ao tédio e dificulta o envolvimento em tarefas que exigem esforço cognitivo, como leitura ou resolução de problemas.

Outros efeitos do uso: dificuldade de atenção e concentração; redução da motivação para atividades off-line, como brincar, conversar ou ler e deficits nas habilidades sociais e emocionais.

Veja alguns indícios de prejuízo pelo excesso de telas que pais e professores devem ficar atentos: irritabilidade ou agitação ao ser afastada das telas; desinteresse por brincadeiras presenciais ou leitura; dificuldade de concentração nas atividades escolares e redução da linguagem espontânea e das interações sociais.

Se esses sinais forem persistentes, é recomendável avaliar a rotina digital da criança e buscar a orientação de um profissional da área da saúde ou educação.

Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), o tempo de tela considerado adequado para crianças varia conforme a idade: de 0 a 2 anos, deve-se evitar o uso, exceto em chamadas de vídeo com familiares; de 2 a 5 anos, o limite é de até 1h diária, priorizando conteúdos educativos e com acompanhamento de um adulto; para as crianças maiores, o uso deve ser equilibrado com um bom padrão de sono, prática de atividade física, brincadeiras livres e momentos em família.

Além da mediação no uso das tecnologias, é importante oferecer estímulos que favoreçam o neurodesenvolvimento infantil de forma ampla. Atividades como desenhar, escrever e explorar o ambiente contribuem para o aprimoramento da coordenação motora e da cognição.

É fundamental que pais, educadores e profissionais da saúde estejam atentos a esses efeitos e adotem estratégias para garantir um uso equilibrado e saudável das tecnologias. Lembre-se que as tecnologias não são inimigas, mas devem ser usadas com moderação respeitando a idade das crianças.

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