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OPINIÃO

Antonio Carlos Siufi Hindo: "Conversas perigosas..."

Promotor de Justiça aposentado

Redação

31/08/2015 - 00h00
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As mágoas e os ressentimentos   daqueles que disputaram os pleitos eleitorais e não conseguiram atingir os seus propósitos  não são privilégios apenas dos políticos nacionais. Esse sentimento alcança os protagonistas de pleitos eleitorais em todas as nações democráticas. E, por uma razão muito simples – a política desperta na população, especialmente no eleitor uma paixão própria e inerente a todos os que tem a pátria no coração e a esperança fundamenta de que os seus líderes políticos lhes ofereçam trabalho, salário digno, moradia, saúde e segurança para poder criar a sua prole e ser partícipe do desenvolvimento do seu país. Não desejam mais nada.   

Em razão disso não interessa aqui  trazer à baila as causas do insucesso eleitoral dos seus candidatos.  O que interessa fortemente é a repercussão que esses sentimentos podem representar para o conjunto da população esparramada em todos os quadrantes da geografia do país, quando conversas perigosas começam a fluir dos lábios daqueles que precisavam ser  os luminares do povo, a grande e segura bússola para orientar na difícil caminhada que o país atravessa mergulhado na crise econômica, política e social sem precedentes em nossa história.  Os reflexos da disputa saem do campo da racionalidade e passa inexoravelmente para um outro campo – a dos insultos, das discórdias, das trocas de acusações infundadas, que podem muito bem no contexto em que resultarem produzidas  arrastar a nação para uma luta de consequências imprevisíveis.   

As palavras ofensivas e temerárias que ouvimos recentemente de ilustres personalidades do mundo político e dos movimentos sociais  remetem-nos para essa direção. Máxime quando elas são proferidas,  de uma forma consciente e responsável,  e sem o nervosismo que possa dar ao interprete das mensagens outro entendimento que não se coaduna com o espírito do pensamento dos seus autores.  Nessas circunstancias podem ter desdobramentos futuros dependendo das situações  que os fatos políticos chancelarem,  essas ações nefastas. Refiro-me ao discurso do líder do MST  proferido  dentro do  Palácio do Planalto, e sob os olhares complacentes  da nossa  presidente e de seus principais assessores ao convocar seus companheiros a “ pegarem em armas “ para defender o governo legitimamente eleito. Ou ainda aquela outra frase proferida pelo ex-presidente Lula quando afirmou que para acalmar a situação, mandaria colocar nas ruas o “ Exército do Stédile “ sem se olvidar que outro ex-presidente da República, da tribuna do Senado Federal,    chamou de “ Filho da p.... “ o Chefe do Ministério Público Federal. E  para completar o palco dos grandes espetáculos  temos a colocação precipitada do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao pedir a renúncia da mandatária da nação, ignorando a força das nossas instituições.  

Essas colocações,  a população só tomou conhecimento  porque a grande imprensa noticiou. E as outras tantas conversas nojentas e sórdidas que abundam nos gabinetes das  mais altas autoridades da República,  e  que  não tomamos conhecimento ? Isso  seguramente ninguém sabe a não ser as próprias consciências venais daqueles que se colocam nesses colóquios. E mesmo que a população tivesse conhecimento o horror e a desilusão para o homem simples do povo não seria  nem maior nem menor, porque a política elevada, e bem propositada, aquela que o homem simples do povo quer e deseja  protagonizar  não pode ser discutida ou mesmo tratada com esses comportamentos da pior espécie  que resultam exteriorizadas por grande parte dos nossos representantes políticos. 

O povo brasileiro nunca soube  o que é uma conflagração sangrenta. As que tivemos e que estão esculpidas em nossa história pátria nem de longe podem ser consideradas algo que levassem dor e luto para os nossos lares a não ser a Revolução Constitucionalista de 32, ainda assim, de curta duração  e  restrita a uma parte insignificante do território nacional. A nossa Independência Política, a substituição da Monarquia pela República a própria ascensão de Vargas ao poder em 1930 e a derrubada de Jango em 1.964, foram movimentos políticos que alcançaram a nação,  mas em nenhum deles assistimos o conflito armado, o derramamento de sangue, o furor, o ódio e a desgraça esparramada em todo o território nacional. 

Em razão disso é que essas conversas de cunho eminentemente político e  avassalador ainda que consertadas, a posteriori, podem jogar o país,  para um abismo profundo. O nosso rumo, não pode ser esse. Ele tem que ser o do respeito à  Constituição; do respeito ao diálogo; do respeito  ao bom senso; do respeito às nossas instituições, mas,  sobretudo, o de mostrar para o mundo inteiro que o nosso povo  é pacífico, é amante da paz e da concórdia, e  que  sobretudo, respeita a lei, a ordem e a autoridade constituída.

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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