Estamos iniciando a semana em que os cristãos celebram a assim chamada Semana da Paixão, Morte e ressurreição do Senhor. Solenidade na qual lembram os acontecimentos centrais do cristianismo, o Tríduo Pascal.
Bem outros serão o pensar e o agir. Pensam em viagens, turismo e descanso. Pensam em visitas a parentes e prazeres. Tudo em vista de preencher o tempo e supostamente repor energias. E preparar um relatório dos acontecimentos últimos. Bom será quando as notícias forem boas.
Cada qual escolhe sua maneira de viver e de relatar. Serão fatos e acontecimentos construídos e vividos de acordo com a capacidade de interpretá-los e transmiti-los. Por isso, é importante vivenciar situações otimistas e agradáveis.
Seja qual for sua crença, seja como for sua maneira de conviver, seja sempre que possível sensato. Tenha sempre o espírito elevado. Viva longe do pessimismo. Jamais emita juízo sobre algo ou alguém de quem não tenha certeza. O melhor julgamento é o respeito e o perdão.
O melhor caminho é aquele que conduz a Deus através do irmão ferido. O Mestre dos mestres é quem abre o caminho verdadeiramente seguro e firme. Fornece o exemplo. Toma a iniciativa rumo a Jerusalém. Escolhe a maneira desprezada pelos poderosos e usa a querida pelo povo.
Deixa o cavalo para os poderosos e se serve do burrinho, animal acostumado ao peso e ao trabalho (Lc.). Nessa passagem, o escritor sagrado esclarece com toda a atenção o motivo do burrinho. É o animal usado em transportes de cargas pesadas e de pessoas pobres e trabalhadores.
Na entrada da cidade, o Mestre faz questão de estar na frente. E o povo o segue. Nesse povo certamente estarão aqueles e aquelas que receberam algum favor. Lá estarão leprosos que foram curados, cegos que recuperaram a visão, paralíticos que voltaram a se movimentar. E a multidão que se alimentou com toda a fartura.
E o Mestre, caminhando à sua frente, jogando mantos no chão, sinal de gratidão, olhando os rostos cansados, mas agradecidos. O Mestre olha aqueles e vê escrito no fundo do coração expressões de amor. Olhar que em breve vai se transformar em ódio e maldade.
Coração ingrato. Coração traiçoeiro. O jogar ramos, expressão de vida, torna-se pedra em sinal de condenação. Só o coração de Deus poderá enfrentar esses contrastantes. Tamanha maldade só pode ser fruto de mal entendido. O povo segue seus líderes. Nem sempre seguem sua consciência, e sim a de seus líderes.
E Deus caminha com esse povo. E Deus caminha conosco com amor e com misericórdia. Poderia ser diferente. A humanidade poderia caminhar com ele. Poderia fazer do burrinho um caminho de encontro, e não de distanciamento. Um encontro alegre e fraterno, e não um muro de separação.
Que esta Semana Santa seja um alerta, fazendo os inimigos retornarem ao caminho do amor. Os do ódio se tornarem solidários na paz. Os falsos se fazerem hóspedes da esperança. Os egoístas reúnam esperanças e edifiquem jardins coloridos e perfumados, onde Deus poderá sentir-se acolhido e amado para uma eterna Páscoa.