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Gilson Cavalcanti Ricci: "Sherlock na Amazônia"

Advogado

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“A quem interessa o crime?”. Eis a primeira indagação do lendário detetive policial ao iniciar a investigação de um crime. Nos dias atuais, podemos plagiar o célebre investigador londrino: a nossa imensa Amazônia arde como uma gigantesca fogueira, demonstrando claramente que o sinistro não é obra do acaso, mas certamente de uma trama diabólica urdida furtivamente na calada da noite por um  incendiário satânico ou por insanos grupos ideológicos. Diante da conjuntura política brasileira atual, cabe perfeitamente indagar: a quem interessa a perversa repercussão internacional do gigantesco incêndio na maior floresta do mundo? Sem pretender desvendar apressadamente a resposta exata da atualíssima indagação e acusar esse ou aquele grupo político, posso afirmar sem medo de errar que pairam no ar fortes indícios de sabotagem altamente ameaçadora aos moradores da Amazônia e vergonhosamente nociva à honra do Brasil perante o mundo.

Para se chegar a esta conclusão, basta voltar ao fim das últimas eleições presidenciais, quando o capitão Bolsonaro foi declarado eleito presidente da República. Grupos de esquerda tumultuaram ruas e praças de várias cidades brasileiras, tingindo com o vermelho de suas bandeiras comunistas o cenário televisivo nacional, com gritos de guerra contra a nova ordem política no Brasil. O presidente do MST, afoitamente e sem nenhum respeito às liberdades democráticas, gritava alto e bom som que “o PT vai infernizar o novo governo com pesada oposição e de tudo fará para desestabilizá-lo e desacreditá-lo perante o mundo”. Vários líderes da oposição vermelha também ameaçaram Bolsonaro com a prática de oposição ferrenha, com a mesma intenção de desmoralizá-lo perante a comunidade internacional. 

Então tá na cara! “Queimada” sempre existiu em nosso País em tempo de seca. Todos os anos o fenômeno acontecia sem alardes, tanto na Amazônia como em outros maciços florestais brasileiros. O fogo sempre ocorreu de Norte a Sul, todavia, sem nenhum alarde nacional ou internacional. Durante mais de trinta anos de governo esquerdista no Brasil, notadamente nos governos petistas, as labaredas no tempo seco consumiam boa parte das nossas matas, mas ninguém alardeava a ocorrência. Causa espécie que agora, no primeiro ano do governo Bolsonaro, as queimadas se tornem uma “devastadora ameaça” à Amazônia. Tal forma de gritar pela “segurança” daquele maciço florestal não esconde a real conotação político-ideológica da esquerda inconformada com o resultado das urnas. 

O presidente francês, Emmanuel Macron, falando grosso, ameaça o Brasil com medidas altamente atentatórias à soberania brasileira. Perante o G7 propõe a criação de um “estatuto” para a Amazônia, declarando-a território internacional. Ou seja, o Brasil ficará impedido de construir qualquer empreendimento naquela imensa região brasileira sem consentimento dos países signatários do tal estatuto – algo desmoralizante para os nossos brios -. Macron, aplaudido freneticamente pelo PT e seus asseclas, ofende covardemente a memória de milhares de pracinhas brasileiros que lutaram na Europa contra a Alemanha nazista, a qual ocupou e subjugou a França durante quatro anos seguidos na 2ª Guerra Mundial, sofrendo o povo francês grande humilhação sob as botas alemães. Nesse período, os franceses foram miseravelmente humilhados, implorando ajuda militar aos aliados – inclusive ao Brasil – contra o poderoso inimigo alemão. Agora, um presidente esquerdista francês fala grosso, como se nosso amado Brasil fosse uma mísera republiqueta, olvidando-se de que a orgulhosa França deve alto tributo de honra a mais de mil soldados brasileiros mortos e mutilados na Europa, os quais heroicamente contribuiriam à salvação do povo francês do ultrajante jugo da dominação alemã. 

Bolsonaro não deve abaixar a cabeça diante do arrogante presidente francês, pois o tacanho procedimento dele para com nossa gloriosa Nação merece resposta firme, que afaste de nós a empáfia de um indivíduo narcisista, e nos livre da subserviência estrangeira.

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O papel da IA no bem-estar moderno

21/03/2025 07h45

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Os últimos anos foram marcados por transformações em várias esferas da sociedade, e um dos conceitos que mais mudou e ganhou novos significados foi o de bem-estar. Se antes ele era relacionado principalmente com a saúde mental e física, hoje em dia já abrange diversos outros fatores, como qualidade de vida, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, segurança e experiências personalizadas.

Esse cenário levou ao crescimento da economia do bem-estar, que, segundo dados do Global Wellness Institute (GWI), alcançou US$ 6,3 trilhões em 2023, montante 25% maior do que o valor avaliado em 2019 (US$ 4,9 trilhões). Para 2028, a expectativa é que o setor chegue a US$ 8,9 trilhões, o que reforça como essa pauta já é uma forte tendência.

Porém, vale destacar que os avanços nesse mercado foram possíveis, entre outros fatores, por conta da evolução da tecnologia, que ampliou o acesso a soluções inovadoras, otimizou processos e possibilitou a personalização do bem-estar de acordo com as necessidades individuais. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental, contribuindo ainda mais para que o bem-estar seja mais acessível e flexível.

Temos diversos exemplos que comprovam como as soluções inovadoras trazidas pela popularização da IA impactam diretamente o autocuidado e a forma como interagimos com o mundo: no setor da saúde, startups brasileiras como a Pipo Saúde utilizam a tecnologia para oferecer suporte a diagnósticos e otimizar o atendimento médico, permitindo que milhões de pessoas tenham acesso a serviços de saúde de forma mais eficiente. O bem-estar emocional também foi impulsionado com soluções como a da Vittude, uma plataforma que conecta pacientes a psicólogos por meio de IA, democratizando o acesso a cuidados mentais.

No que diz respeito ao bem-estar corporativo, ferramentas desenvolvidas por empresas como a Gupy ajudam organizações a monitorar o nível de satisfação dos funcionários e sugerem ações para melhorar o ambiente de trabalho, reduzindo o estresse e, consequentemente, aumentando a produtividade.

Outro exemplo do impacto positivo da IA no bem-estar moderno está na personalização do entretenimento, com plataformas como Spotify e Netflix, que usam IA para sugerir conteúdos que correspondem aos interesses do usuário, e do aprendizado, com ferramentas como o Duolingo, que usam IA para personalizar o ensino, tornando essa jornada mais eficaz e menos desgastante para os estudantes.

Acredito que essa tendência de sofisticação das tecnologias baseadas em IA vai tornar a busca pelo bem-estar completo ainda mais fácil. Desde aplicativos que monitoram padrões de sono e alimentação a assistentes virtuais que ajudam a gerenciar tarefas cotidianas, é fato que a tecnologia seguirá transformando a forma como cuidamos do nosso corpo, mente e relações.

Porém, não podemos esquecer que o segredo para o uso eficaz da IA nesse contexto inclui necessariamente o desenvolvimento ético dessas tecnologias, para que sejam seguras, inclusivas e realmente focadas no bem-estar humano.

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Financiamento rural e a reforma tributária

21/03/2025 07h15

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Os Fiagros são os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais. Criados em 2021, são ativos de investimento do agronegócio, seja de natureza imobiliária rural, seja de atividades relacionadas ao setor. O Fiagro acabou se tornando uma fonte alternativa de financiamento para o produtor rural, de modo a não depender exclusivamente dos bancos e do Plano Safra.

Entretanto, em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar nº 214/2025, que regulamenta a reforma tributária, mas vetou trechos que previam a isenção de tributos para os Fiagros e para os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Esses trechos isentariam tais fundos da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

A justificativa do governo para o veto foi a ausência de autorização constitucional para que esses fundos não fossem considerados contribuintes do IBS e da CBS. Isso pode impactar diretamente o crédito para os produtores rurais. É uma insensatez e ilógico o que o presidente fez.

Os Fiagros são fundos em que as pessoas podem investir e que funcionam como fontes de financiamento para o agronegócio. No mundo inteiro, os fundos já são mais representativos do que os bancos. Esse tipo de fundo tem crescido bastante, pois permite também que investidores urbanos participem do setor agroindustrial, aproveitando o potencial do agronegócio brasileiro.

O Brasil conta com cinco grandes bancos e cooperativas de crédito, além de seis linhas de crédito disponíveis para o agronegócio. Há também o Plano Safra, que atende apenas uma pequena parte da produção. Dessa forma, os agricultores ficam nas mãos desses bancos e frequentemente enfrentam desafios para a concessão de crédito, tornando-se dependentes das instituições financeiras, que impõem taxas, garantias e burocracias muitas vezes incompatíveis com a realidade do setor.

Prova maior da importância de financiamentos alternativos é a notícia da suspensão do Plano Safra. O Tesouro Nacional decidiu suspender novas contratações dessas linhas de financiamento 2024-2025. A medida vale a partir de 21 de fevereiro. O governo, sempre correndo para remediar em vez de prevenir, editou a MP nº 1.289/2025, liberando 4,17 bilhões para conter a pressão do segmento. Ainda assim, é insuficiente para o que o setor demanda de fomento. 

Os fundos representam um novo universo, uma nova possibilidade de financiamento com juros menores, pois, muitas vezes, esse capital vem do exterior. Os investidores estrangeiros não estão acostumados com os juros elevados do Brasil e, portanto, taxas mais baixas já são atrativas para eles. O Fiagro é exatamente isso: uma fonte de financiamento. Além de financiar o campo, atualmente beneficia cerca de 600 mil investidores.

No momento, o Fiagro só paga imposto se houver mais de 100 cotistas no fundo, não sendo tributado pelo Imposto de Renda. Caso tenha menos de 100 cotistas, há a incidência de 15% de Imposto de Renda, cobrado apenas no momento do resgate do resultado pelo cotista. Além disso, o Fundo não paga PIS, Cofins ou ISS. Contudo, com esse veto presidencial, os Fiagros passarão a pagar os tributos previstos na reforma tributária, especificamente o IBS e a CBS. Isso significa uma alíquota de até 28,5%, o que inviabilizará completamente esses fundos.

É importante lembrar que a logística no Brasil é muito cara, os produtores gastam muito com transporte, e os custos trabalhistas e tributários são elevados. Agora, o governo tenta transferir mais essa responsabilidade para o produtor. Vale ressaltar, mais uma vez, que quanto mais difícil for a vida do produtor, mais difícil será a vida do consumidor, que verá o impacto nos preços dos produtos agropecuários nas prateleiras dos supermercados.

A nossa expectativa é que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifeste firmemente sua discordância com o veto e atue no Congresso para derrubá-lo. A tributação desses fundos compromete a competitividade do setor, aumenta os custos para os produtores, reduz a oferta de crédito no agronegócio e, por consequência, eleva os preços dos alimentos para o consumidor final.

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