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OPINIÃO

Joel Mesquita: "Emburrecimento da Educação Pública"

Sociólogo

Redação

26/08/2015 - 00h00
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Questionar a ordem convencional das coisas não é exercício dos mais confortáveis, visto que, quando assim procedemos, atraímos para nós um olhar de censura, como se refletir sobre a realidade social fosse proibido, pois, em tempos de cegueira intelectual e de um  emburrecimento da educação pública, ser crítico é ir à contramão do que é proposto pela estrutura da escola pública, logo você perde espaço no diálogo e sequer é ouvido. A escola pública, na sua esfera de ensino básico, passa por uma crise de valores éticos e consequente fracasso da razão.

O comportamento individual ou coletivo dos professores está endossando o fracasso de uma geração de estudantes que, fazendo mal uso das tecnologias,  não conseguem mais sequer ler um livro ou assistir a uma aula sem uso do fone de ouvido. Em Mato Grosso, mesmo havendo uma lei que proíbe o uso do aparelho celular em sala de aula, é extremamente complicado fazer valer a regra. O grande desafio contemporâneo da educação pública é fazer o estudante pensar e aceitar o papel transformador do conhecimento. 

Sou professor do Ensino Médio na rede pública e praticamente todas as vezes que adentro em uma sala de aula e tento aprofundar em alguma reflexão sociológica, sou tomado por uma profunda fadiga filosófica que se transforma em uma angústia existencialista, visto que sou levado à única conclusão possível: a escola pública fracassou e não consegue preparar seu aluno para enfrentar os desafios que se avolumarão após a saída dele do Ensino Médio. E a culpa é de quem? Ouso dizer que a culpa é de uma formação sociocultural que valoriza a esperteza em vez do trabalho sério, que prega a malandragem em vez da honestidade; a culpa é dos excessos, da ausência de regras, da falta de amor pela leitura, da preguiça institucionalizada, etc. 

O fato é que a realidade da educação pública no Brasil é irônica, perversa e melancólica. Obviamente que existe exceções, que há bons alunos, inclusive os bons são vitimados, violentados, taxados de anormais, justamente por que busca elevarem-se a condição intelectual das pessoas inteligentes, logo esse comportamento atraem para eles a fúria dos ignorantes, daqueles que tem raiva da razão e do conhecimento. O bom aluno é achincalhado e taxado de aberração pelo mau aluno. 

O cenário é constrangedor e com tendências a piorar. Isso tudo é culpa do afrouxamento das regras, da perda de autonomia do professor, do excesso de direitos que esse aluno possui, sem ter que oferecer nenhuma contrapartida. A permissividade exacerbada destruiu a relação de respeito que outrora existiu entre aluno e educador. Antes o professor na rede pública era uma referência que o aluno admirava e queria seguir, hoje o professor é o motivo da piada, do escárnio e de deboche. 

Editorial

A transparência que regula o mercado

A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes

17/06/2025 07h15

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Em uma democracia, a imprensa, os órgãos de fiscalização e o mercado livre formam um ecossistema de autorregulação que pode – e deve – funcionar de maneira saudável e equilibrada. Cada um tem o seu papel. A imprensa denuncia e traz à tona informações de interesse público e os órgãos de controle fiscalizam e aplicam a lei, enquanto o mercado, impulsionado pela concorrência e pela pressão social, ajusta-se para melhor atender o consumidor.

Um exemplo prático desse ciclo virtuoso ocorreu na semana passada, quando o Correio do Estado publicou uma reportagem detalhada, baseada em dados de faturamento e impacto econômico, mostrando que, apesar da redução no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras, os postos e as distribuidoras não a haviam repassado integralmente ao consumidor final.

De fato, o repasse da queda nos preços só começou a ocorrer – curiosamente ou coincidentemente – depois da publicação da reportagem. Até então, o consumidor permanecia pagando um valor que não refletia a nova realidade dos custos de aquisição dos combustíveis. Uma situação que, à primeira vista, representava uma distorção de mercado, com claro prejuízo ao cidadão.

Além de informar, o Correio do Estado também cumpriu outro papel fundamental, ao cobrar publicamente uma ação efetiva dos órgãos de fiscalização, como o Procon, para que se verificasse o que, de fato, estava acontecendo. Afinal, em um mercado considerado livre, a liberdade de preços não significa liberdade para abusos.

É justamente esse tipo de pressão, vinda da sociedade e estimulada pela imprensa, que provoca ajustes no mercado. A oferta e a demanda continuam sendo os motores da precificação, mas precisam atuar dentro de parâmetros minimamente justos e transparentes. A omissão de informações, a formação de preços descolada da realidade de custos e a falta de fiscalização são inimigas da concorrência saudável.

Acreditamos que o dever da imprensa em uma democracia, entre tantos outros, é esse: mostrar informações relevantes para a sociedade, para que ela saiba o que está acontecendo diante de seus olhos e que, muitas vezes, ela não se dá conta. O cidadão precisa estar bem informado para exercer seu direito de escolha e de cobrança. Um consumidor bem informado é um consumidor mais consciente, e um mercado que sabe que está sendo observado tende a ser mais equilibrado.

Que fique como lição: em uma democracia, transparência e fiscalização não são favores, são deveres de todos – e a imprensa tem o compromisso de garantir que eles sejam cumpridos. Não se trata de criar confrontos desnecessários, mas de reforçar o senso de responsabilidade de todos os agentes envolvidos. Afinal, quando a informação circula com clareza, a sociedade toda sai ganhando.

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A importância da autoestima no sucesso pessoal e profissional

Mirian Pereira: Psicóloga e escritora, pós-graduada em Neurociência e Comportamento

13/06/2025 07h30

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Em mais de 25 anos acompanhando pessoas em seus processos de transformação, vi uma verdade se repetir inúmeras vezes: ninguém chega longe se não acreditar que merece estar lá. Autoestima não é apenas gostar de si. É um pilar silencioso que sustenta decisões, atitudes e conquistas, tanto na vida pessoal quanto na trajetória profissional. Quem não reconhece o seu próprio valor quase sempre se sabota antes mesmo de começar.

Autoestima é o sentimento de valor que você tem sobre si mesmo. Não se trata de se achar melhor que os outros, mas de ter consciência do seu valor, dos seus limites e das suas potências. É ela que te ajuda a dizer sim para oportunidades e não para relações que ferem. É ela que te faz levantar depois de uma queda. Sem autoestima, a autoconfiança enfraquece e, com isso, a vida desacelera. Em “A dor só passa quando você passa por ela”, escrevo: “Você pode ir além da dor”. Mas isso só acontece quando você acredita que é digno de um futuro melhor.

No trabalho, a autoestima é a sua aliada silenciosa. Você já reparou como pessoas seguras de si se posicionam com mais clareza?Elas se expressam com firmeza, tomam decisões, pedem aumentos, lideram – 
não porque são perfeitas, mas porque confiam em quem são.

Por outro lado, quem tem a autoestima abalada vive se sabotando, evita visibilidade, aceita sobrecargas, duvida de suas conquistas.E isso compromete não só o desempenho, mas o bem-estar emocional no ambiente de trabalho.

Já na vida pessoal, a autoestima define o que você aceita. Relacionamentos afetivos, amizades, criação dos filhos, tudo é atravessado pela forma como você se vê. Uma pessoa com autoestima fortalecida se respeita e impõe limites, não se anula para agradar, se permite recomeçar e, o mais importante, se escolhe todos os dias, mesmo quando é difícil.

Construir autoestima é possível, ninguém nasce pronto. A autoestima é uma construção diária, feita de autocuidado, autorrespeito e autocompaixão.É o que você fala para si mesmo, é como você se acolhe 
nos dias difíceis e é a forma como você se olha no espelho, mesmo quando está cansado ou inseguro.

“A cura começa com uma escolha”, como escrevi no meu livro.E essa escolha pode ser me priorizar, me fortalecer, me permitir. Conclusão: o sucesso pessoal ou profissional não é sobre fazer mais. É sobre ser mais verdadeiro consigo mesmo.E isso começa dentro.Com autoestima, você caminha com mais leveza, clareza e coragem.

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