Artigos e Opinião

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Luiz Fernando Mirault Pinto : "Economia da misantropia"

Físico e administrador

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Lá longe, nos anos setenta, economistas catedráticos explicavam os princípios e a ordem econômica vigente nos planos nacionais de desenvolvimento de acordo com as determinações constitucionais que visavam estimular a produção, os insumos (matéria-prima, investimentos, mão de obra), os bens de capital, a energia, os alimentos, as avaliações e críticas dos resultados, como o aumento da dívida externa, o volume de recursos, as linhas de crédito, os financiamentos dos bancos públicos, o PIB e o calote da moratória. A “era” desenvolvimentista autoritária concentrou os investimentos na infraestrutura, beneficiando as grandes empresas de construção civil, seguida de planos sobre a redução da participação do Estado nas atividades econômicas e abrindo o mercado para a entrada de empresas estrangeiras.

Já longe dos bancos acadêmicos, vimos os sucessivos planos milagrosos: os que buscavam um ajuste estrutural para reorganizar as bases da economia conjuntural regulando, por meio de regras, o câmbio, os juros, comércio internacional e a tributação.

Alguns trataram do congelamento e a precificação tentando combater a inflação, enquanto especuladores do tal mercado, ente invisível, eram responsáveis pela escassez de gêneros, bens de consumo e da cobrança de ágio, resultando no efeito contrário ao pretendido, com o aumento da inflação e das importações e o desequilíbrio na balança comercial. 

Na continuidade, entendeu-se que os salários eram os responsáveis pela inflação congelando-os, com os aluguéis a reboque, cálculos fictícios sobre a inflação, aumento de impostos, das tarifas públicas e, como sempre, os assalariados pagando a conta, com a tal reindexação da economia.

Mesmo assim, pelos caminhos tortuosos, por vezes inadequados ou quase sempre errados, com o distanciamento das perspectivas otimistas e as estatísticas contraditórias, as medidas propostas eram debatidas, quando muito os sindicatos e órgãos de classe reivindicavam, jornalistas questionavam, os jornais reproduziam as notícias, o povo reclamava e nada adiantava, mas a economia andava. Era preciso acelerar, reunindo os recursos da União, estados e municípios, das estatais e privados, incentivados por parcerias e investimentos públicos, desonerando alguns setores, estimulando o crédito, aumentando o emprego formal, aplicando na infraestrutura, garantindo o desenvolvimento regional e diminuindo os efeitos da crise mundial.

Hoje, os tempos estão estranhos, além do coronavírus, pois a referência econômica se espelha em um programa misantropo comparado a um posto de combustível, que demonstra um conhecimento geral superficial em torno daquilo que lhe é e quando é questionado. Tem a prática de externar metaforicamente, ao misturar ideias conservadoras travestidas de neoliberais e referir-se em palestras patronais metas econômicas com aberrações sociais, como a “relação cambial e as oportunidades das empregadas domésticas”, ou a necessária reforma administrativa saneadora de “parasitas”.

Ninguém indaga, argumenta, interpela ou debate as medidas esdrúxulas que são editadas e aplaudidas por interessados, beneficiados, contemplados, apoiados pela mídia, que busca contemporizar com notícias replicadas e abalizadas por ancoras cooptados e regiamente recompensados, ao vulgarizarem as medidas de recuperação econômica. 

Não é esse plano “O caminho da Prosperidade”, cheio de generalidades, plagiado de uma economia (1990) entregue a um comando assemelhado e inexperiente, com plenos poderes e um “déjà vu” de administrações que se apresentam à sociedade como sérias, austeras, sem desperdícios, capazes nos tirar do marasmo, e fazer frente à crise mundial (retração econômica), que se avizinha. Não é com a venda desenfreada de ativos, a precarização trabalhista, privatizações anunciadas, contingenciamento em áreas sensíveis, reformas financiadas, altos índices de desemprego e os sucessivos aumentos dos serviços públicos que alcançaremos a tal prosperidade.

A Carta (1988) sobre a Ordem Econômica e Social define: a soberania nacional, a redução das desigualdades regionais, a busca do pleno emprego, o direito de todos à educação, a autonomia didática e financeira universitária e gratuidade do ensino com a valorização dos profissionais e servidores, todos esses itens são pertinentes à economia social, itens incompatíveis com esse “pibinho da misantropia”.

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Desafios e rumos da carreira de magistério

15/10/2024 07h30

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Mesmo em meio às tantas mudanças que tivemos no mundo, em diferentes atividades, nas últimas décadas, especialmente com as inovações tecnológicas cada vez mais presentes, o exercício do magistério tem sofrido incontáveis impactos, que desafiam os profissionais da área educacional.

Comparando-se, por exemplo, o número de interessados, atualmente, em cursos de licenciatura (que credencia a atividade de professor) com o de décadas atrás, é fácil concluir que tem diminuído a cada ano a quantidade dos que almejam seguir carreira no magistério, especialmente na Educação Básica.

Esse indesejável quadro, apesar do acentuado deficit sentido, sempre foi regra em nosso País, mas já tem dado sinais de alerta, a ponto de, presentemente, falar-se em verdadeiro “apagão de professores”.

Muitos são os problemas que têm contribuído para que tenhamos chegado a essa zona de preocupação, mas os vilões mais conhecidos estão ligados às questões salariais, que aviltam a dignidade da profissão.

Somada a essa lesão de ordem remuneratória, a baixa valorização da classe causa o natural desestímulo para os que trilham os caminhos do magistério.

Esse opróbrio, além de sofrer com as dificuldades inerentes ao próprio exercício da profissão, vem recebendo nos últimos anos o desafio que a tecnologia impõe nas relações de trabalho, cobrando da nobre profissão exigências de qualificação que, muitas vezes, estão longe de serem alcançadas, em razão da falta de incentivo, por parte do poder público.

Cria-se, em alguns casos, uma injusta competição entre o exercício tradicional do magistério, com os modelos de ensino adotados, que priorizam a utilização de tecnologia, em detrimento até mesmo das condições mais humanizadas de ensino-aprendizagem.

A expressão “inteligência artificial”, por exemplo, tão presente em nossas relações, não só de trabalho, mas de outras áreas do viver, tem desafiado uma geração de docentes a quem ainda não foi dada sequer a dignidade mínima para que pudessem exercer seu trabalho, gerando uma nefasta exclusão de muitos professores do mercado de trabalho. 

Embora com raras exceções, a maioria dos professores da rede pública de ensino é privada de subsídios, como as ferramentas estruturais, que a põe em desvantagem em relação ao ensino na rede particular, onde o poder aquisitivo permite a aquisição de uma parafernália que propicia mais despertar no processo de ensino-aprendizagem.

Além dessa problemática, há sentidos desníveis, não só salariais, mas de formação, para o ensino, em diferentes estágios e ambientes educacionais, que agravam ainda mais a condição de alguns professores, como, por exemplo, a exigência de formação acadêmica e de qualificação para a licenciatura plena, em detrimento da não exigência dessa formação para se ensinar em instituições privadas, só a condição de bacharel.

Assim, um professor que leva anos para a obtenção de todas as competências exigidas para lecionar em escolas não tem a mesma retribuição, principalmente salarial, daquele que ensina em instituições públicas ou privadas de Ensino Superior, em que não se exige a licenciatura para tal. 

Já não se formam mais professores para ensinar como antigamente, sendo possível o exercício livre do magistério apenas com a formação técnica na área, com a obtenção do bacharelado.

Isso provoca, sem dúvida, uma significativa queda no interesse pela profissão, que poderia muito bem ser lindamente valorizada, tendo em vista que é por ela que os profissionais das demais carreiras passam.
Apesar dos pesares, ainda devemos acreditar que dia virá em que essa angustiante situação seja superada, para que o “Dia do Professor” não seja somente mais uma data a ser lembrada no duro calendário dos nossos anos de vida.

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PSDB: o grande vitorioso

10/10/2024 07h45

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O PSDB se firmou como o grande vencedor nas eleições municipais em Mato Grosso do Sul, conquistando um total de 44 prefeituras e consolidando uma rede sólida de aliados. Essa vitória expressiva mostra a força do partido no Estado, refletindo a confiança que a população deposita em suas propostas e lideranças. Mesmo com a perda da Prefeitura de Campo Grande, o PSDB saiu vitorioso, demonstrando que sua influência vai muito além da Capital.

Nesse contexto, o apoio do PSDB será fundamental no segundo turno em Campo Grande. A cidade representa um centro estratégico para o partido, e a colaboração entre os candidatos pode ser decisiva para garantir uma administração que atenda às necessidades da população. O PSDB tem um histórico de gestão eficaz, e sua participação no processo eleitoral é vista como uma oportunidade de promover mudanças positivas na Capital.

O papel do governador Eduardo Riedel é digno de destaque nesse cenário. Com um governo caracterizado por iniciativas digitais, inclusivas e sustentáveis, Riedel tem mostrado um compromisso com o desenvolvimento social e ambiental do Estado. Suas políticas públicas refletem uma visão moderna e responsável, buscando sempre melhorar a qualidade de vida dos cidadãos sul-mato-grossenses e promovendo um crescimento sustentável.

Outro nome importante é o do presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja. Com sua experiência política e habilidade em formar alianças, Azambuja tem sido um pilar fundamental para o partido. À medida que se aproxima a reeleição em 2026, ele se prepara para buscar uma vaga no Senado, ampliando ainda mais sua atuação política e contribuindo para a construção de um futuro promissor para o Estado.

O PSDB, sob a liderança de Riedel e Azambuja, está se posicionando como uma força proativa na política sul-mato-grossense. Com as vitórias nas eleições municipais, o partido demonstra que está preparado para enfrentar os desafios futuros, mantendo-se relevante e atuante nas discussões políticas que moldam o Estado. A união das lideranças tucanas é essencial para garantir que os avanços conquistados sejam sustentados.

Em suma, o PSDB saiu fortalecido das eleições municipais em Mato Grosso do Sul, com 44 prefeituras conquistadas e um papel fundamental a desempenhar no segundo turno em Campo Grande. A liderança do governador Eduardo Riedel e do presidente Reinaldo Azambuja será crucial nos próximos anos, à medida que ambos buscam reeleição e novas oportunidades. Com uma agenda voltada para a inovação, a inclusão e a sustentabilidade, o PSDB se destaca como expoente na política do Estado, pronto para continuar contribuindo para o bem-estar da população.

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