A Prefeitura de Campo Grande tem sido alvo de críticas constantes nos últimos anos, especialmente pela lentidão em responder a demandas urgentes da sociedade. Infraestrutura precária, problemas na saúde pública e atrasos em obras foram, em muitas ocasiões, motivos de frustração para a população.
Desta vez, no entanto, o cenário é diferente. A administração municipal acerta ao anunciar a implantação de um sistema inteligente de trânsito, com central de monitoramento e controle de semáforos. Trata-se de uma medida que, se executada com seriedade, pode representar uma mudança significativa na mobilidade urbana da Capital.
Uma central moderna de gestão viária tem o poder de transformar o dia a dia da cidade. Não se trata apenas de tecnologia aplicada ao tráfego, mas de organização e eficiência. Sistemas que criam “ondas verdes” e ajustam os tempos dos semáforos conforme o fluxo de veículos e os horários de pico já são realidade em várias capitais brasileiras e em grandes cidades pelo mundo.
Com esse recurso, é possível reduzir congestionamentos, melhorar a fluidez do tráfego e até diminuir acidentes. Campo Grande precisa dessa solução com urgência, sob pena de ver o trânsito travar ainda mais, à medida que sua frota de veículos cresce.
A medida representa, portanto, um avanço. Melhorar o trânsito não é apenas questão de mobilidade, mas também de qualidade de vida. Menos tempo perdido em congestionamentos significa mais produtividade, menos estresse e até menos poluição, já que veículos parados em longas filas liberam gases poluentes em excesso.
A população, frequentemente descontente com atrasos e desordem nas ruas, poderá sentir de forma imediata os benefícios de um trânsito mais racional e previsível.
É importante lembrar que o assunto não é novo. Há anos se fala em modernizar o sistema semafórico da Capital, mas apenas agora existe uma ação concreta: a licitação foi concluída e um contrato deve ser assinado em breve.
Isso significa que, pela primeira vez, há um compromisso oficial para que a mudança saia do papel. O próximo passo é essencial: cabe à sociedade cobrar da prefeitura a execução do projeto dentro dos prazos estabelecidos e com a qualidade prometida. Promessas já não bastam, o que importa é a entrega real das obras e serviços.
Ainda assim, a central de trânsito sozinha não resolverá todos os problemas. Para que o fluxo melhore de fato, é imprescindível recapear as principais vias de grande tráfego, recuperar asfalto danificado e reforçar a sinalização em toda a cidade.
Sem asfalto de qualidade, sem faixas visíveis e sem placas em bom estado, até o sistema mais moderno perde parte da sua eficácia. Zeladoria viária é condição básica para que a tecnologia atinja o efeito esperado.
A experiência mostra que cidades com trânsito organizado, pavimentação de qualidade e planejamento urbano contínuo são cidades com prefeitos bem avaliados e cidadãos mais satisfeitos. Mobilidade urbana não é luxo, é necessidade.
Governos que entendem isso conquistam confiança e popularidade, pois garantem à população algo fundamental: a sensação de que o tempo de cada um está sendo respeitado.
No fim das contas, o que está em jogo é a zeladoria ampla. Quando uma cidade é bem cuidada, seja no trânsito, na limpeza, na iluminação ou nos serviços básicos, o comportamento da população muda.
A ordem nas ruas se reflete em ordem social, e o respeito ao cidadão começa naquilo que ele vivencia todos os dias. É este o caminho que a Capital precisa seguir e, desta vez, a prefeitura parece ter dado um passo na direção correta.


