Apontado por muito tempo como o chefão do narcotráfico no eixo Paraguai/Brasil, via Mato Grosso do Sul, operando a partir da cidade paraguaia Pedro Juan Caballero, Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, terá duas de suas fazendas novamente levadas a leilão pela Justiça. São bens confiscados em processos de lavagem de dinheiro decorrente do tráfico de drogas.
Conforme a Polícia Federal, dados sobre apreensões de recursos provenientes do crime organizado e da lavagem de dinheiro do tráfico de drogas neste ano mostram crescimento dessa medida.
No levantamento divulgado pela PF, os valores dos bens apreendidos de janeiro a julho de 2019 já ultrapassam as apreensões de todo o ano passado. Em 2018, a descapitalização das quadrilhas atingiu a cifra de pouco mais de R$ 451 milhões. Neste ano, somadas apenas as apreensões dos sete primeiros meses, os valores já chegam a R$ 548 milhões.
Apesar de não ter divulgado os números referentes a Mato Grosso do Sul, o superintendente regional da Federal no Estado, Cléo Matusiak Mazzotti, afirma que a prioridade tem sido as ações operacionais que quebrem a estrutura financeira do tráfico, de forma a impossibilitar a continuidade da atuação das organizações criminosas.
“CABEÇA BRANCA”
Depois de responder a processos em Mato Grosso do Sul, “Cabeça Branca” encontra-se custodiado no Presídio Federal de Catanduvas (PR). Ele foi preso em 2017, ao ser encontrado em Sorriso (MT).
Duas fazendas dele, situadas em Mato Grosso, voltarão a leilão no dia 13, às 10h. Desta vez, as propriedades, que não foram vendidas no primeiro leilão, em julho, serão leiloadas por valor abaixo do mercado.
De acordo com Guilherme Toporoski, leiloeiro público oficial, juntos, os lances mínimos das fazendas Estrelinha (também conhecida como Pôr do Sol III) e Jupinda II terão quase R$ 2 milhões de desconto. “Os dois imóveis serão vendidos a partir de um lance mínimo equivalente a 80% do valor da avaliação, que é o desconto previsto no Código de Processo Penal”, explicou.
As duas propriedades ficam em Marcelândia, no norte mato-grossense. Uma delas, denominada como Fazenda Estrelinha, tem 596,45 hectares, entre área aberta utilizada para a produção de grãos e mata nativa. O local tem como benfeitorias dois barracões, duas casas de alvenaria e quatro casas de madeira. Avaliado em R$ 7.517.400,00, o imóvel terá lance inicial de R$ 6.013.920,00 para a compra.
Já a Fazenda Jupinda II tem 620,57 hectares, encontra-se coberta por vegetação nativa e não apresenta benfeitorias. Está avaliada em R$ 1.241.145,00, enquanto o lance inicial será de R$ 992.916,00.