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Bitcoin é bolha? Crescimento extraordinário no ano atrai investidores e divide opiniões

Bitcoin é bolha? Crescimento extraordinário no ano atrai investidores e divide opiniões

G1

29/11/2017 - 07h58
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Os investimentos em bitcoin deixaram de ser coisa de nerd e conquistaram pessoas que pouco entendem de tecnologia ou de aplicações mais arriscadas, como a bolsa de valores. Os ganhos estratosféricos atraem investidores novatos para a moeda virtual. Mas, para alguns economistas e para o Banco Central brasileiro, o bitcoin é uma bolha financeira, um investimento não recomendado e com "riscos imponderáveis".

Só neste ano, a moeda virtual subiu cerca de 900%. Quem investiu em bitcoin conseguiu multiplicar seu capital e isso atrai novos investidores para a moeda virtual. Nas primeiras horas de quarta-feira (29), o bitcoin superou o valor de US$ 10.000.

Criada em 2008, o bitcoin é uma moeda virtual. Ao contrário de outras moedas, como o dólar ou o real, o bitcoin não é emitido pelo Banco Central de um país. O responsável por sua "criação" é um complexo programa de computador. Os investidores compram e vendem bitcoins, que ganham ou perdem valor de acordo com a demanda pela moeda, de uma forma similar a uma ação vendida na bolsa de valores.

O bitcoin pode ser usado para comprar produtos e serviços físicos. Mas também pode ser trocado em casas de câmbio por outras moedas.

A primeira transação no mundo real a usar bitcoin ilustra bem a escalada de preços da moeda virtual. Em 2010, um entusiasta comprou duas pizzas por 10 mil bitcoins. Na época, pareceu um bom negócio: a soma não passava de US$ 40. Na cotação atual, as duas pizzas custariam quase US$ 100 milhões.

Novatos e 'experts'

O público que compra bitcoin atualmente é bem distinto e reúne tanto pessoas bem informadas sobre aplicações financeiras a investidores iniciantes.

A veterinária Ceila Rossi, de 40 anos, por exemplo, não possuía nenhum investimento até comprar bitcoins em março deste ano, incentivada por um amigo distante. Ele até tentou destrinchar a tecnologia por trás da moeda virtual para amiga.

“Eu falei assim: 'Pode parar com a explicação, porque eu não consigo entender. É muito fora de onde eu estou acostumada a trabalhar'”, disse. Mesmo sem entender como funciona o bitcoin, a veterinária comprou a moeda virtual, atraída por um passado de valorização e pela liquidez da divisa.

Outro novato no mundo de bitcion é o analista Anderson Brito, de 25 anos. Antes de comprar bitcoin, ele mantinha o seu dinheiro todo aplicado na caderneta de poupança, um dos investimentos mais conservadores do país.

Incentivado por um amigo, aplicou um valor pequeno, menos de R$ 400, porque a tecnologia ainda é nebulosa para ele.

Entre os novos investidores não há apenas iniciantes no mundo das aplicações. A advogada Caroline Savaron Giusti, de 28 anos, já investia em fundos, mas resolveu apostar no bitcoin e já pensa em comprar outras moedas criptográficas.

Já o representante comercial Elso Lima, de 50 anos, viu no bitcoin uma chance para diversificar seus investimentos e buscar retornos maiores em um momento em que a taxa de juros caiu no Brasil. Para ele, o bitcoin “é um ativo de muito risco", mas com maiores possibilidades de retorno, como a Bolsa de Valores.

Volume de bitcoins

Estimativas da CoinDesk, uma das maiores casas de câmbio do mundo de moedas virtuais, apontam que há cerca de 16,7 milhões de bitcoins em circulação pelo mundo e que elas somam cerca de US$ 166 bilhões.

No Brasil, são 12 as casas de câmbio que trocam bitcoin por reais e dólares. A Foxbit, maior exchange, movimenta meio bilhão de reais ao ano.

É ou não é bolha?

A valorização dos bitcoins divide opiniões:

tem quem veja nisso um indício de formação de uma bolha especulativa e;
quem acredite ser efeito do aumento da confiança na tecnologia que sustenta o bitcoin.

Durante bolhas, os preços de ativos se descolam de mensurações reais, explica Fernando Nogueira da Costa, professor da Unicamp. A partir daí, há um movimento que se retroalimenta: investidores correm para comprar; a demanda maior faz o preço subir; mais investidores são atraídos, e por aí vai, até a bolha estourar e o preço do ativo desabar.

É fato: o valor do bitcoin disparou e muito. Se em 1º de janeiro deste ano, o preço de venda era de US$ 997,96, nesta segunda-feira (27), era de US$ 9.688. Até agora, a alta acumulada no ano só não é maior do que a registrada em:

2011, quando o valor saltou 1.290%, de alguns centavos para pouco menos de US$ 5;
2013, quando a guinada foi de 5.590%, após o FBI passar a ser dono da maior carteira de bitcoin do mundo. Isso ocorreu após a polícia federal norte-americana ter fechado a Silk Road, a maior loja virtual do submundo da internet e que aceitava apenas bitcoins.

Há cerca de 1,3 mil moedas virtuais circulando pela internet. O preço do ether, por exemplo, subiu 4791% no acumulado do ano.

Por que subiu?

Os dois lados explicam a elevação da moeda em 2017 de formas diferentes. Para especialistas que veem no bitcoin uma inovação tecnológica, a valorização é resultado de que países e empresas financeiras confiam nele.

Diversos bancos já investem em títulos corrigidos pela variação do bitcoin. Mas a sinalização do mercado financeiro mais expressiva a favor do bitcoin veio da Bolsa de Chicago. A centenária Chicago Mercantile Exchange anunciou que, até o fim deste ano, irá negociar contratos futuros da moeda, para atender ao “crescente interesse de clientes no crescente mercado das criptomoedas”.

Executivos de instituições financeiras, por sua vez, acreditam que os valores crescentes não passam de uma corrida especulativa, típica de bolhas financeiras.

A opinião do presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, vai na mesma linha. “Isso é a típica bolha ou pirâmide que existem na economia há centenas de anos”, afirmou, em um evento em São Paulo.

As manifestações mais contundentes, no entanto, partem de Jamie Dimon, presidente-executivo do JP Morgan. Ele já disse que funcionários flagrados negociando bitcoin não teriam vida fácil no banco.

Poucos dias depois após Dimon dar essa declaração, o JP Morgan foi um dos maiores compradores de títulos de investimento que são corrigidos pela cotação do bitcoin na Suécia. Uma empresa do país viu nisso uma tentativa do banco manipular o mercado e entrou com uma reclamação junto à autoridade financeira sueca.

Sem regulação

O fato de o bitcoin ser uma moeda puramente virtual, que não é regulada ou emitida por nenhuma autoridade financeira, é o maior ponto de preocupação dos críticos.

"Não há, no arcabouço legal e regulatório relacionado com o Sistema Financeiro Nacional, dispositivo específico sobre moedas virtuais. O Banco Central do Brasil, particularmente, não regula nem supervisiona operações com moedas virtuais”, informou na última semana o BC.

Tidjane Thiam, CEO do Credit Suisse, acredita que a falta de regulamentação abre até brecha para a moeda ser usada para negócios ilícitos.

A transferência de valores de bitcoins é feita entre "carteiras", que existem nos computadores dos usuários. Todas as transações são registradas em um sistema aberto ao público, chamado de "blockchain" –é possível conferir quem mandou qual quantia para quem, desde que você saiba o código da carteira dos dois. As operações são agrupadas em blocos, depois incorporados a uma corrente –é a sequência de transferências que pode ser acessada.

O Banco Central diz que o bitcoin não tem seu valor atrelado a um bem real, nem garantia de conversão. Para a autoridade monetária brasileira, confiança é só o que bitcoin tem:

“[O bitcoin] não têm garantia de conversão para moedas soberanas, e tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores. Seu valor decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor.”

Um dos riscos do bitcoin é ele deixar de ser aceito e o investidor ficar com um mico na mão. A China já proibiu as casas de câmbio da moeda no país e neste ano barrou as ofertas públicas de criptomoedas (ICOs, na sigla em inglês). Esse instrumento é encarado como substituto dos investimentos de capital de risco para startups de tecnologia se financiarem.

E se for bolha?

Se for uma bolha, o seu valor não é real e ela pode "estourar". Quando - e se - isso ocorrer, o preço da moeda virtual vai desabar e muitos investidores vão perder dinheiro.

Mas é verdade que muita gente ganha dinheiro nas bolhas especulativas. São pessoas que surfam na onda da valorização e saem do negócio antes que seu preço desabe. Os próprios defensores da moeda virtual enxergam essa possibilidade.

“Para mim, o bitcoin tem valor. Agora, se o preço é US$ 5 mil ou US$ 7 mil, eu não sei. Parte do valor que está nesse preço, eu chamo de ‘dinheiro burro’. Gente que entrou, porque todo mundo entrou e vai tomar um fumo na hora que todo mundo correr, porque vai acontecer um comportamento de manada digital. Acho que tem uma grande chance de a gente ter uma mudança de rota, uma recalibragem para em torno de US$ 5 mil”, afirma Oliver Cunningham, sócio da consultoria KPMG.

O investidor Anderson Brito não descarta uma queda abrupta dos preços. "Eu só acho que isso não vai acontecer agora", diz.

João Canhada, presidente-executivo da casa de câmbio Foxbit, não acredita que a bolha seja um problema. “Todos os bancos, todos os fundos estão falando de bitcoin. Por isso, ainda há muito potencial para subir e não é bolha. Talvez seja uma bolha, mas tudo bem. Só que ela é uma bolha que vai inflar muito ainda.”

O BC, no entanto, alerta que, após o estouro de uma bolha, sobra pouca coisa. De acordo com o BC, a compra e a guarda de moedas virtuais com finalidade especulativa "estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo, nesse caso, a possibilidade de perda de todo o capital investido, além da típica variação de seu preço".

Cidades

Piloto de MS morre após queda de avião em Mato Grosso

Acidente aconteceu no último sábado (19); ainda não há informações sobre a causa

21/04/2025 08h45

Piloto de MS morre após queda de avião em Mato Grosso

Piloto de MS morre após queda de avião em Mato Grosso Corpo de Bombeiros

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O piloto e empresário Ricardo Morais, de 54 anos, natural de Bela Vista (MS), morreu na manhã do último sábado (19), após o avião em que estava, cair durante serviço de pulverização na fazenda Maripá, no município de São José do Rio Claro em Mato Grosso. 

De acordo com o portal Dourados Agora, Ricardo era proprietário da empresa Aeroagrícola Rio Claro e realizava o trabalho na propriedade rural por volta das 7h45, quando o acidente ocorreu. 

A equipe do Corpo de Bombeiros informou que ao chegar, encontrou o piloto sem vida, com lesões perfurantes no rosto e afundamento craniano, sem mais fraturas externas aparentes.

Ainda segundo os bombeiros, foi registrado um princípio de incêndio na asa da aeronave, além de vazamentos de combustível e produtos químicos utilizados na pulverização. O fogo foi controlado com extintores e água fornecidos por uma fazenda vizinha. 

Ricardo era conhecido na região como 'Ricardo da Aeroagrícola', por atuar na área há anos, prestando serviços em diversas propriedades rurais. Em nota, a Prefeitura do município lamentou a morte de Ricardo: "Desejamos a todos os familiares, parentes e amigos, os nossos sinceros sentimentos".

O Aeroclube de Ponta Grossa (PR), com o qual ele mantinha vínculos, também prestou homenagem ao piloto

As causas do acidente ainda são desconhecidas e deverão ser apuradas por órgãos competentes.

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Segurança pública

Em Mato Grosso do Sul, um celular roubado é bloqueado a cada 18 horas

Dados do Ministério da Justiça mostram que 497 aparelhos tiveram bloqueio feito a partir do programa Celular Seguro

21/04/2025 08h00

População pode se cadastrar no programa do governo federal e bloquear os aparelhos em caso de roubo, furto ou perda do celular

População pode se cadastrar no programa do governo federal e bloquear os aparelhos em caso de roubo, furto ou perda do celular Gerson oliveira / Correio do Estado

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A cada 18 horas um celular foi bloqueado em Mato Grosso do Sul durante o ano passado até o dia 15/4 deste ano, de acordo com o Cadastro Nacional de Celulares com Restrição, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). 

Foram bloqueados 497 aparelhos no ano passado e 143 neste ano no programa Celular Seguro. O total representa 7,68% dos 8.331 aparelhos cadastrados no período.

Esse programa do MJSP, criado em dezembro de 2023, para proteger os dados dos cidadãos armazenados em celulares nos casos de ocorrências de furto, roubo e perda, possibilita, em poucos cliques, o bloqueio das linhas, dos dispositivos e dos aplicativos digitais pelas vítimas, reduzindo o risco de golpes. 

Além de comunicar o ocorrido, o programa permite acionar bloqueios do aparelho e de aplicativos bancários, impossibilitando acessos no celular por quem cometeu o crime. 

No mês passado, a Pasta lançou uma nova fase da ferramenta, com o envio de notificações para celulares roubados ou furtados e que foram habilitados em nova linha telefônica.

Neste mês, o MJSP, integrado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), iniciou os testes do Cadastro Nacional de Celulares com Restrição. A base de dados, que já está disponível no programa Celular Seguro, indica se um celular tem registro de roubo, furto ou extravio, auxiliando na decisão de compra. 

Para consultar, o usuário precisará informar o Imei, que é o “número de chassi” do aparelho, que pode ser obtido facilmente. 

“O cidadão tem o direito de saber se o celular que ele está comprando é roubado ou não. O cadastro é uma garantia ao cidadão. Com ele, a ferramenta Celular Seguro segue oferecendo mais segurança aos brasileiros na hora de adquirir um bem tão essencial na vida cotidiana como é o telefone móvel nos dias de hoje”, destaca o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto. 

O novo cadastro conta com o banco de dados do programa Celular Seguro, que já tem com mais de 2,6 milhões de usuários inscritos, e a base global da Anatel, que tem o cadastro de todos os celulares habilitados no País.

A ferramenta permite duas formas de bloqueio do aparelho em caso de roubo, furto ou perda. Uma delas é o Bloqueio Total, que desativa a linha telefônica, inutiliza o Imei e bloqueia as contas vinculadas às instituições parceiras, impossibilitando o uso do aparelho por criminosos.

A outra possibilidade é ativar o Modo Recuperação, que permite o bloqueio da linha e das contas bancárias, mantendo o Imei ativo. Dessa forma, caso um novo chip seja inserido no telefone, a recuperação pela polícia se torna viável.

Por essas funcionalidades e em busca de maior segurança, em Mato Grosso do Sul, de acordo com a assessoria de comunicação do MJSP, foram cadastrados 6.704 aparelhos na plataforma em 2024, com a indicação de 5.162 pessoas de confiança. 

Além disso, foram feitos 497 alertas de bloqueios de aparelhos, sendo 178 por roubo, 126 por furto e 186 por perda. Isso representa um celular bloqueado a cada 18 horas. 

Neste ano, até o dia 15 deste mês, foram 1.627 celulares cadastrados, com 1.056 pessoas de confiança cadastradas. No período, ocorreram 143 alertas de bloqueios, sendo 54 por roubo, 32 por furto e 57 por perda. A média também é de um bloqueio a cada 18 horas.

O Celular Seguro estará disponível tanto na internet quanto em aplicativos para Android e iOS. O registro do usuário será feito com a mesma conta utilizada no gov.br. Cada pessoa cadastrada no Celular Seguro poderá indicar outras, que poderão efetuar os bloqueios da linha telefônica, caso o titular tenha o celular roubado, furtado ou extraviado.

De acordo com o MJSP, o cadastro de “pessoas de confiança” é opcional e, se registradas como contatos de emergência, elas não terão acesso aos dados do celular, podendo, apenas, comunicar o crime no site ou no aplicativo Celular Seguro, gerando o bloqueio do aparelho e de aplicativos. 

Para utilizar esse serviço, é preciso ter apenas uma conta de nível Bronze. Caso você tenha dúvidas sobre o nível da sua conta e a segurança delas, acesse a página gov.br.

ESTATÍSTICA

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública do ano passado, Mato Grosso do Sul é o segundo estado com menor índice de furto de celulares no Brasil. O dado foi divulgado no início deste mês.

Pela pesquisa, 41 a cada 100 mil habitantes tiveram o aparelho furtado no Estado, atrás apenas do Rio Grande do Sul, que registrou 32,3 roubos nesta mesma proporção.

Os números se referem a 2023. À época, foram furtados 3.428 celulares no Estado. O índice de roubos de celulares também se manteve entre os menores do Brasil, 1.129 ao todo, o terceiro do País.

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