Cidades

Sistema Penitenciário

Cada preso custa quase R$ 2 mil por mês aos cofres públicos

Estado possui a terceira maior taxa de presos por habitante, com 20,8 mil custodiados no sistema prisional

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Atualmente, Mato Grosso do Sul possui 20.809 custodiados no sistema prisional, e cada um deles "custa", em média, R$ 1949,90 por mês aos cofres públicos, segundo dados referentes ao mês de julho fornecidos pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).

Sendo assim, no mês, foram destinados mais de R$ 40,5 mil para manter todos os detentos que cumprem pena nos presídios de Mato Grosso do Sul.

Além do alto custo para manter os presos, o Estado enfrenta superlotação nas unidades, sendo o número de custodiados 177,2% superior ao número de vagas. Os 20.809 que cumprem pena ocupam o espaço que deveria ser destinado a apenas 11.742 detentos.

Nesta segunda-feira (28), o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, esteve em Mato Grosso do Sul para anunciar uma série de investimentos federais na segurança pública do Estado, avaliado em quase R$ 200 milhões.

Destes, R$ 60 milhões foram destinados para a construção de quatro presídios de baixa complexidade, dois deles em Campo Grande, um em Jardim e outro no interior do Estado, possivelmente em Nova Andradina. Com as novas unidades, serão criadas cerca de 1.600 novas vagas.

Ao Correio do Estado, a Agepen informou que também trabalha na expansão de unidades para enfrentar o déficit de 9.067 vagas no sistema.

"Estão em fase de construção 407 novas vagas, e há projeto junto a Secretaria Nacional de Serviços Penais (Senappen) para a geração de outras 430, com ampliações de unidades prisionais, já com recursos aprovados", informou a Agepen.

Além disso, está em fase de licitação a ampliação no quantitativo de tornozeleiras para até 5.800, que também é um meio utilizado - a patir de definição da Justiça - para diminuir a superlotação.

"O enfrentamento à superlotação é feito, ainda, a partir de ações de ressocialização que contribuem para a não reincidência no crime, bem como refletem na remição da pena e consequente redução no volume de presos".

Ressocialização

Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros com os maiores índices de presos trabalhando, superando em 10% a média nacional, e também está entre os dez estados brasileiros que mais promovem e inserem detentos em atividades educacionais.

O Ministro Flávio Dino garantiu que as unidades que serão construídas em Mato Grosso do Sul vão possuir espaços desinados ao estudo e trabalho dos detentos. 

"Serão unidades modernas, que terão, por exemplo, acesso ao controle dos presos, espaço para trabalho, para atividades educacionais, para que, com isso, nós tenhamos um sistema penitenciário cada vez mais eficiente", pontuou Dino.

O secretário da Senappen, Rafael Velasco, destaca que proporcionar essas atividades faz parte de um importante trabalho de ressocialização, e em breve pode ainda trazer benefícios para o próprio Estado.

"Há uma segunda fase da entrega que são as oficinas de trabalho para os presos, com fábricas de blocos, salas de aula, com o sistema de aula a distância que a gente faz. Isso irá permitir que, no Estado, a gente possa ter, em breve, 100 % dos presos estudando dentro do sistema de execução penal. E há ainda a possibilidade do Governo do Estado investir dentro do sistema prisional e ter um retorno na rua, com a construção, por exemplo, de ruas com base em peças que serão feitas pelos presos, como é feito em outras cidades federativas", afirmou Velasco.

Investimentos no sistema penitenciário

Para o sistema penitenciário, além do anúncio das quatro novas unidades, também foi realizada entrega de armamentos e equipamentos da Secretaria Nacional de Políticas Penais avaliadas em R$ 1.506.096,00, sendo:

  • 200 pistolas;
  • 120 detectores de metais;
  • TVs para a educação;
  • 4 raio-x;
  • 4 portal de detector de metais.

Também foram entregues três veículos SUVs e dois caminhões, que somam R$ 1.406.500,00.

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Cidades

Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

Cidades

Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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