Cidades

SEM EL NIÑO

Calor de agora pode se assemelhar ao de outubro do ano passado

Climatempo prevê até 43 graus nos dias 13 e 14 de setembro na região pantaneira. Em outubro de 2023, a maxima atingiu 43,4 graus, em Porto Murtinho

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A onda de calor prevista para Mato Grosso do Sul a partir desta semana pode ter intensidade semelhante à que atingiu o Estado na segunda quinzena de outubro do ano passado, quando a máxima chegou a 43,4 graus, em Porto Murtinho, no dia 17 daquele mês.

 Agora, se as previsões se confirmarem, os termômetros vão chegar a 43 graus em municípios como Corumbá, Porto Murtinho, Miranda, Água Clara e outros. O pico do calor está previsto para os dias 13 e 14 de setembro, mas os termômetros devem superar os 40 graus já a partir do feriado de 7 de setembro, conforme o Climatempo. 

Em outubro do ano passado, conforme dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), em 12 dos 44 municípios que aparecem no boletim relativo àquele mês registraram de 40  ou mais graus. Depois de Porto Murtinho, que registrou 43,4 graus, apareceu Corumbá, com 42,5 graus, também no dia 17. 

A diferença é que naquela onda de calor a umidade do ar já estava mais alta que agora, o que fez elevar a sensação de calor. Agora, também conforme o Climatempo, a umidade tende a atingir níveis de emergência, ficando abaixo dos 12% em boa parte do Estado em determinados horários do dia. 

E com a baixa umidade, a tendência é de que nos períodos noturnos o calor também seja um pouco menor que em outubro do ano passado, quando Campo Grande registrou sobrecarga no consumo de energia e milhares de moradores foram impactados com quedas de energia em decorrência do elevado uso de aparelhos de ar condicionado. 

Para Campo Grande, conforme o Climatempo, a máxima prevista na atual onda de calor é de 40 graus, também nos dias 13 e 14 de setembro. Se a previsão se confirmar, vai superar a máxima de outubro do ano passado, quando a Capital chegou a marcar 39,4 graus, no dia 23. 

RECORDES DE 2020

Mas, tanto o calorão de outubro do ano passado quanto o de agora ainda vão ficar abaixo daquilo que foi registrado em outubro de 2020, ano em que foram registrados os recordes no Estado. De acordo com dados do Cemtec, no dia 5 de outubro de 2020, na cidade de Água Clara, os termômetros chegaram a registrar 44,6 graus.

Em Corumbá, a máxima chegou a 43,4 graus e em Campo Grande, 41. Nos dez primeiros dias de outubro daquele ano as temperaturas ficaram acima dos 40 graus na maior parte do Estado. Dos 44 municípios monitorados pelo Cemtec, 23 superaram a barreira dos 40 graus. 

Para efeito de comparação, a maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8 graus, em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020. Aquela medição superou o recorde oficial anterior, registrado em 2005 na cidade de Bom Jesus, no Piauí, de 44,7°C. 

No ano passado, o calor extremo foi atribuído ao fenômeno El Niño. Em 2020 e em 2024, porém, ele está ausente. Nestes casos, a explicação dos meteorologistas é a existência de grandes bloqueios atmosféricos que impedem a passagem de massas de ar frio para as regiões central e sudeste do País. 
 

NOVAS MULAS

Estudantes de Medicina são usados por traficantes para a entrada de cocaína no País

Operação da Polícia Federal identificou que quadrilha utilizava equipamentos médicos para o transporte da droga na fronteira

16/04/2025 09h00

Em Mato Grosso do Sul, a apreensão de cocaína tem mantido níveis altíssimos nos últimos anos

Em Mato Grosso do Sul, a apreensão de cocaína tem mantido níveis altíssimos nos últimos anos Foto: Marcelo Victor/Arquivo

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Tradicionais portas de entrada para as drogas no Brasil, as fronteiras de Mato Grosso do Sul, mais recentemente, também se tornaram a morada de muitos alunos de Medicina que estudam nos países vizinhos, onde os valores para essa formação são menores do que os oferecidos no Brasil. 

Essa realidade fez com que quadrilhas cooptassem alguns estudantes para ajudarem na entrada de entorpecentes no País e no envio deles para outras nações.

Operação deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) de Goiás, mas que cumpriu mandados em Campo Grande e Corumbá, buscou desmantelar uma organização criminosa que usava alunos de Medicina para a entrada de cocaína pela fronteira de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a PF, a investigação descobriu que essa organização criminosa entra com a droga pela fronteira de MS de forma camuflada e depois a transporta para Goiás, de onde seria enviada para países da Europa.

“O grupo investigado utilizava de osciloscópios – instrumentos normalmente usados em laboratórios de engenharia e eletrônica – como compartimentos ocultos para o transporte internacional da droga”, diz trecho de nota da PF.

Durante as investigações, os agentes federais descobriram cinco cargas de drogas remetidas pelo grupo para fora do Brasil. Entre os destinos estavam países como Portugal, Espanha e Inglaterra.

“Por meio de uma cooperação policial internacional com a Alemanha, foram apreendidas naquele país três cargas dessas [drogas] que estavam em trânsito para o destino final”, afirmou a PF.

Os alunos de Medicina envolvidos com a quadrilha, ainda conforme a PF, são brasileiros, estudam na Bolívia e tiveram a atuação comprovada no pagamento das remessas da droga ao exterior, “funcionando como uma ponte financeira e logística do esquema”.

Chamada de Operação Sinal Sujo, a ação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em cinco estados, nas seguintes cidades: Manaus (AM), Itamaraju (BA), Campo Grande, Corumbá, Volta Redonda (RJ), Rolim de Moura (RO) e Espigão d’Oeste (RO).

A ação policial realizada ontem contou com a participação de mais de 50 agentes federais.

FRONTEIRA

Neste ano, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 5,1 toneladas de cocaína já foram interceptadas em Mato Grosso do Sul pelas forças policiais.

Desse montante, mais da metade foi encontrado em municípios da faixa de fronteira do Estado, responsáveis por 2,9 toneladas da droga apreendida até esta segunda-feira.

Já no ano passado, quando ao longo dos 12 meses foram apreendidos 17,6 toneladas de cocaína em MS, 51,8% desse valor – ou seja, 9,1 toneladas – estavam na faixa de fronteira sul-mato-grossense.

Isso acontece porque o Estado faz fronteira seca com a Bolívia, um dos principais produtores de cocaína do mundo, ao lado do Peru e da Colômbia. Mas também tem uma grande fronteira com o Paraguai, produtor de maconha e casa de diversas organizações criminosas brasileiras e estrangeiras ligadas ao tráfico.

A localização estratégica para esse tipo de atividade faz com que a principal atuação da PF em Mato Grosso do Sul seja justamente contra esse tipo de organização criminosa.

OUTRA OPERAÇÃO

Outra prova de que a fronteira de MS é realmente a principal forma de se entrar com drogas no País é que o Estado também foi alvo ontem de uma segunda operação da PF sobre o tráfico de entorpecentes. A ação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso do Sul (Ficco-MS).

Batizada de Operação Kéfale, a ação teve como foco desarticular uma organização criminosa envolvida com tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios que atuavam em MS e outros estados brasileiros. 

Ao todo, foram expedidos 60 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais contra os investigados.

A ofensiva ocorre simultaneamente em Mato Grosso do Sul e em outros 10 estados, entre eles Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Tocantins e Rondônia.

As investigações apontam que o grupo atuava de forma estruturada, utilizando rotas internacionais para o fornecimento de entorpecentes. 

A distribuição era concentrada em Porto de Galinhas, no litoral sul pernambucano, com ramificações em Recife (PE) e em sua região metropolitana. 

Segundo a PF, a quadrilha também se destacava pelo uso da violência e por manter uma hierarquia definida entre os membros. Mais de 400 agentes das forças de segurança participaram da operação, que foi coordenada pela Ficco-PE, responsável pela investigação.

As medidas judiciais foram autorizadas pela 1ª Vara Criminal de Ipojuca (PE) e têm como objetivo enfraquecer o grupo, interromper suas atividades criminosas e reunir mais provas para o processo.

SAIBA - Apreensão em viagem de ônibus

A Polícia Federal (PF) também informou, por meio de nota, que prendeu em flagrante duas mulheres por tráfico de drogas na segunda-feira, em Mato Grosso do Sul. De acordo com a corporação, a ação ocorreu após denúncia anônima que informava que duas mulheres transportavam entorpecentes em um ônibus que partiu de Campo Grande com destino a Três Lagoas, município que faz divisa com o estado de São Paulo. Na abordagem, foram localizados aproximadamente 5 kg de cocaína com ambas. Elas foram levadas à Delegacia da PF em Três Lagoas.

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Feminicídio

Homem que ateou fogo em esposa após término é condenado a 25 anos de prisão

Crime aconteceu em 2023 e sentença foi proferida nesta terça-feira (15)

16/04/2025 08h45

Gilmar ao lado de Valéria

Gilmar ao lado de Valéria Foto: Reprodução

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Gilmar Alves Cotrin Junior, de 44 anos foi condenado a 25 anos e oito meses de prisão em regime fechado pela morte da ex-companheira Valéria Carrilho da Silva, aos 35 anos.

A sentença foi proferida em júri popular nesta nesta terça-feira (15), e de acordo com o Ministério Público, o feminicídio foi motivado pela não aceitação de Gilmar ao fim do relacionamento e a negativa da vítima em permitir contato com os filhos do casal. O crime ocorreu em 30 de julho de 2023, na residência da vítima, em Dourados, após o homem invadir o local, jogar gasolina e atear fogo na esposa.

Além disso, o juiz Ricardo da Mata Reis, reconheceu que Gilmar descumpriu uma medida protetiva, fator que aumentou  a pena em um terço, cerca de oito anos. A vítima havia registrado boletim de ocorrência contra Gilmar em 2022, e possuía medida protetiva de urgência vigente desde fevereiro de 2023.

De acordo com as investigações, Gilmar premeditou o crime. Na madrugada do dia 30 de julho, ele entrou no quintal da casa da ex-companheira, retirou gasolina do tanque de uma motocicleta e esperou a chegada dela.

Assim que Valéria entrou, ele lançou o combustível e utilizou um isqueiro para provocar o incêndio. Com o corpo em chamas, a costureira correu pelo quintal, o que espalhou o fogo para roupas, uma motocicleta e duas máquinas de costura. A vítima foi socorrida por vizinhos ao Hospital da Vida, mas morreu por volta das 18h do mesmo dia com queimaduras no rosto, cabeça, pescoço, tórax e mãos.

Após cometer o crime, Gilmar fugiu e foi encontrado horas depois escondido em uma construção no centro de Dourados. Preso preventivamente desde então na Penitenciária Estadual de Dourados, ele confessou o crime e, segundo a delegada Thays Bessa, não demonstrou arrependimento. Ainda na madrugada, ele enviou mensagens ameaçando a cuidadora dos filhos, que estava com as crianças no momento do ataque.

Gilmar ao lado de Valéria

O Ministério Público denunciou o réu por homicídio por motivo fútil, uso de fogo e feminicídio, além do descumprimento da medida protetiva e das ameaças feitas à babá das cinco crianças, que serão encaminhadas ao projeto Acolhida do Núcleo de Atendimento às Vítimas (NAVIT). 

Medidas protetivas

Ao longo do último ano, a Justiça concedeu, em média, 39 medidas protetivas de urgência por dia em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Monitor de Violência Contra a Mulher, base de dados compartilhados entre a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Polícia Judiciária de MS, foram 15.386 solicitações e 14.228 medidas protetivas aprovadas ao longo de 2024.

Segundo a base de dados, foram concedidas 5.283 medidas protetivas em Campo Grande; 1.301 em Dourados; 814 em Três Lagoas; 745 em Corumbá; 439 em Maracaju; 362 em Naviraí;  290 em Paranaíba; 232 em Aquidauana; 269 em Nova Andradina. Grande parte dos 35 feminicídios de 2024 foi cometido por arma branca. 

Criada pela Lei nº 11.340/2006, popularmente reconhecida como Lei Maria da Penha, a medida é um dos mecanismos que visa proteger a integridade ou a vida de uma menina, adolescente ou mulher em situação de risco.

Serviço 

As medidas protetivas de urgência devem ser solicitadas  em caso de violência doméstica e familiar. Se algum parente, namorado, companheiro, ex-companheiro agredir de forma  física, moral, sexual, patrimonial ou psicologicamente.  

O recurso pode ser utilizado caso a mulher sinta que sua saúde ou sua vida está em risco. Cabe destacar que existem dois tipos de medida protetiva 

As que obrigam o agressor. São exemplos: a. restrição do porte de armas; b. proibição de se aproximar da mulher, dos filhos, parentes ou testemunhas; . afastamento do lar; d. proibição de frequentar lugares predeterminados; e. proibição de manter contato; e f. comparecimento a programas de recuperação ou reeducação.

As que protegem a mulher. São exemplos: a. acompanhamento policial para que possa recolher suas coisas em casa; b. encaminhamento dela e dos filhos para abrigos, garantindo a proteção deles; e c. afastamento da casa, sem que ela perca seus direitos em relação aos bens do casal. 

Outros canais de proteção

A Central de Atendimento à Mulher (Plataforma Mulher Segura) pode ser acionada pelo 180. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher fica na Rua Brasília, s/n, Jardim Imá (dentro da Casa da Mulher Brasileira) em Campo Grande. O contato via telefone é o (67) 4042-1324 ou 1319. No CEA informações e agendamentos são feitos pelo 0800-067-1236 ou (67) 3361-7519

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