Cidades

DRAMA

Campo Grande tem 1,8 mil
pessoas vivendo nas ruas

Na antiga rodoviária pessoas disputam e lotam as calçadas

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A quantidade de pessoas em situação de rua em Campo Grande cresceu 20% entre agosto de 2017 e fevereiro deste ano. Há quase dois anos, eram 1,5 mil morando nas ruas da Capital e em fevereiro já havia subido para 1.803. 

Os dados são do Consultório na Rua, programa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Pessoas cadastradas desde 2013 até o momento, chegam a 1,8 mil entre profissionais do sexo que usam a rua como local de trabalho, estrangeiros, usuários de álcool e drogas. 

Mas, além dos números é visível a quantidade de pessoas que estão morando nas ruas da cidade, principalmente na região central.

Levantamento do programa da Sesau aponta que existem 40 pontos onde estão concentrados os moradores, como na Praça Ary Coelho, Mercadão, antiga e nova rodoviária, Vila Progresso, Vila Nhá Nhá, Marcos Roberto, Praça das Araras, Giocondo Orsi, Igreja Perpétuo Socorro, Igreja São Francisco, além de quatro pontos na Avenida Norte e Sul, entre outros locais.  

“A média de atendimento por mês dos moradores em situação de rua é de 300 a 400 pessoas. Muita gente não temos mais acesso há mais de um ano. Na época em que foi criado o programa, eram 300 pessoas em situação de rua”, explicou a coordenadora do Consultório na Rua, a fonoaudióloga Maria Beatriz Maia. Ela explica que as pessoas vivendo na rua tem situações diversas. “Tem os malabares que geralmente são estrangeiros tentando uma regularização no Brasil. A maioria das pessoas são do Nordeste e Centro-Oeste”, comentou.

Desde 2013, o programa conseguiu ressocializar 130 pessoas. “Algumas voltam às ruas depois de um tempo ressocializadas, mas a maioria teve sucesso”. 

O Consultório na Rua, é ligado à atenção básica e faz praticamente o que todas as unidade de saúde faz, porém, o atendimento é “in loco”. “Medimos pressão, fazemos todos procedimentos de enfermagem, medicação supervisionada de tuberculose, hanseníase, teste rápido de HIV”.
 
VIOLÊNCIA

Em dezembro do ano passado uma idosa de 62 anos aguardava o ônibus no ponto da Avenida Afonso Pena, próximo ao Camelódromo, quando uma pessoa em situação de rua perguntou as horas. Ela pegou o celular e o suspeito apontou a mão e anunciou o assalto, porém segundo ele não tinha nenhuma arma em mãos. Ela avançou contra o homem, arrancando a camisa que o ladrão estava usando. Mas ele conseguiu fugir e se esconder em  um buraco sob a ponte da Avenida Ernesto Geisel na esquina com a Rua Barão do Rio Branco.

Outro caso foi o de uma mulher dentro do carro, na também na Avenida Ernesto Geisel, que foi agredida com um soco por um usuário de drogas. Ela não registrou boletim de ocorrência, mas contou ter negado dar dinheiro ao usuário, sendo agredida com um soco no rosto.

A Polícia Militar não tem registro de crimes cometidos por moradores em situação de rua. 

CHANCE

O subsecretário municipal de Direitos Humanos, Ademar Vieira Júnior, informou que a Capital tem convênio de R$ 1 mil durante nove meses para atender 100 pessoas em situação de rua, que são levados para uma das seis casas de apoio. “Lá eles fazem curso profissionalizante, voltam a estudar. No ano passado, finalizamos a turma com 30 pessoas”

 

Cachoeiras do Rio do Peixe

Fiscalizado por prática de ceva, ponto turístico foi multado por "domesticação" de araras em MS

Investigação ocorreu há dois anos após animais serem expostos em um programa de rede nacional

26/04/2025 18h15

Ibama fiscalizou e multou empreendimento

Ibama fiscalizou e multou empreendimento Imagem: relatório Ibama

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Fiscalizado por prática de ceva, o atrativo turístico Cachoeiras do Rio do Peixe, em Bonito, foi multado há cerca de dois anos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por explorar comercialmente e “domesticar” araras-azuis e macacos para atrair turistas ao empreendimento localizado na Fazenda Água Viva, no interior do estado.

Proibida há 10 anos em Mato Grosso do Sul, a prática de alimentar animais silvestres ganhou repercussão recentemente após a morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, vítima de um ataque de Onça-Pintada no último final de semana.

À época, a alimentação dos animais foi amplamente repercutida nas redes sociais e em rede nacional após macacos e araras serem expostos no Programa da Eliana, então transmitido pelo (SBT) e o Domingo Espetacular (Record), que gravaram reportagens exaltando a proximidade dos animais com os visitantes.

Conforme o relatório de fiscalização do Ibama, ao ser questionado pela apresentadora Eliana, o proprietário do atrativo turístico, Moacir Barbosa de Deus, conhecido também como "encantador e vovô das araras", disse que iniciou sua amizade com os animais quando ainda morava no Pantanal, período em que, segundo ele, “cuidava de muitos bichos, e aprendeu a domesticar, dar comida e tratar”. 

À apresentadora, ele confessou que, ao ver sua relação com os animais, os turistas passaram a pedir para que o empresário os aproximasse dos bichos.

No programa que foi ao ar no dia 6 de novembro de 2022,  ele utiliza sementes, milho e quirera para se aproximar de araras vermelhas e “da mesma forma alimenta os macacos, para terem o contato direto com a apresentadora, maquiador e outra artista”, destaca o relatório. Ao final do vídeo Moacir é visto com três araras nos braços e ombros, animais que repassa para a apresentadora. 

Ibama fiscalizou e multou empreendimentoApresentadora Eliana junto dos animais durante programa exibido no SBT / Relatório Ibama

Realizada em dezembro do mesmo ano, a fiscalização constatou que as atividades de alimentação e interação com os animais ocorriam diariamente e eram exploradas comercialmente  “tanto pelo empreendimento quanto por agências da cidade.” No local, duas araras-azuis estavam confinadas, com sinais de estresse e comportamento agressivo, destacou o Ibama.

Ibama fiscalizou e multou empreendimento

“Embora o empreendimento possua uma Licença de Operação (...) os fiscais constataram que as condicionantes ambientais não estavam sendo respeitadas. Questionado, o Sr. Moacir alegou desconhecimento da legislação e se comprometeu a cessar imediatamente as práticas ilegais.”, diz trecho do relatório. 

Como consequência, o empreendimento foi autuado com base no Art. 33 do Decreto 6.514/08, que proíbe o uso comercial de animais silvestres em situação de abuso. Também foi lavrada a Notificação nº 189VTDB4, exigindo a interrupção imediata da alimentação e manuseio dos animais. O caso foi encaminhado ao Imasul e o empreendimento multado em até  R$ 72 mil.

A operação revelou a decepção de turistas no dia da fiscalização, quando, pela primeira vez, o passeio transcorreu sem a presença física dos animais. Conforme o Ibama, a ausência de selfies, toques e fotos com araras e macacos causou frustração em visitantes, evidenciando o quanto o modelo de ecoturismo praticado no local se apoia em práticas nocivas à biodiversidade.

Ibama fiscalizou e multou empreendimentoMacaco se alimenta junto de turista

Cabe destacar que a espécie Anodorhynchus hyacinthinus está listada no Anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), o que indica alto risco de extinção.

Conforme os fiscais, a presença constante de alimento e o condicionamento ao contato humano são fatores que não apenas descaracterizam o comportamento natural desses animais, como também os tornam vulneráveis a ataques de predadores e ao tráfico de fauna.

Além disso, o contato físico com animais silvestres representa risco à saúde pública, por possibilitar a transmissão de zoonoses, além de colocar os turistas em situação de potencial perigo, já que o comportamento de animais selvagens é imprevisível.

*Saiba

Diante das investigações, as imagens que então haviam sido divulgadas nas redes sociais do ponto turístico foram removidas.

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Campo Grande

Com apenas 15% do público-alvo imune contra gripe, força-tarefa começa neste domingo

Liberada para todos os públicos, meta é ampliar imunização e frear casos de síndrome respiratória na Capital

26/04/2025 15h45

Imunização será ampliada para todos os públicos a partir deste domingo (27)

Imunização será ampliada para todos os públicos a partir deste domingo (27) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Na tentativa de frear os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em Campo Grande, a prefeitura Municipal decidiu ampliar a todos os públicos a vacinação contra a Influenza na Capital. Neste momento, apenas 15,9% do público-alvo foi imunizado, cerca de 56,7 mil pessoas.

A força-tarefa tem início neste domingo (27), e os interessados devem comparecer à Igreja Universal de Campo Grande, localizada na Avenida Mato Grosso, 921, Centro, entre as 9h e 14h. Cabe destacar que o imunizante pode ser buscado em qualquer  unidade básica de saúde a partir desta segunda (28). Fazem parte do grupo prioritário crianças de seis meses a cinco anos completos, gestantes e idosos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), deste percentual, 33.382 vacinas foram aplicadas em idosos e 3.708 em crianças, cobertura que deve atingir cerca de 356 mil pessoas entre o público prioritário.  

A medida foi tomada após o aumento de casos de síndromes respiratórias e a atual falta de leitos nos hospitais da Capital e oficializada em decreto publicado neste sábado (26) no Diário Oficial de Campo Grande, que instituiu situação de emergência na saúde municipal ao menos pelos próximos 90 dias.  

O anúncio ocorreu após uma reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) para Doenças Respiratórias e Arboviroses, que contou com a presença da prefeita Adriane Lopes (PP), Rosana Leite, secretária municipal de saúde, além do chefe de imunização da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul,  Frederico de Moraes, e outras autoridades.

“Os casos de Influenza A e do Vírus Sincicial Respiratório estão aumentando significativamente e os leitos já estão lotados. A maioria dos casos são graves, o tempo de internação é grande, o que dificulta a rotatividade de leitos, correndo o risco de faltar leitos nas próximas 4 ou 6 semanas”, afirmou Rosana Leite. 

De acordo com a secretária, haverá obrigatoriedade da utilização de máscaras dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) já a partir da próxima semana, visto que, entre janeiro e abril, Campo Grande registrou 70 mortes por Srag. 

“Nós já temos mais de 70 óbitos de síndrome respiratória grave desde janeiro até agora, e nos últimos meses, nós tivemos óbitos de quatro crianças abaixo de quatro anos, sendo duas com idade abaixo de um mês e uma com um mês”, disse a secretária.

A secretaria, inclusive, cogitou a possibilidade de suspensão das aulas nos próximos dias. “Existe sim essa possibilidade, não agora, mas futuramente! No momento, nossa maior recomendação é evitar sair de casa, principalmente com bebês abaixo de seis meses, evitar visitas e aglomerações, tendo em vista que, o sistema imunológico desses bebês ainda é muito frágil”, alertou.

Vacinação 

Para a vacinação de 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73, 6 milhões de doses, destas 200 mil chegaram a Capital.

No primeiro semestre, está prevista a distribuição de 67,6 milhões de doses para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, serão distribuídas 5,9 milhões de doses para a Região Norte.

O valor total do investimento é de R$ 1,3 bilhões, e o público-alvo é de 81,6 milhões de pessoas. A meta é vacinar 90% dos grupos prioritários do Calendário Nacional de Vacinação, com estimativa de 50 milhões de pessoas. 

Proteção e segurança 

A vacina contra influenza de 2025 conterá as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração pode ser feita junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia grave após doses anteriores. 

A influenza e a covid-19 continuam sendo ameaças para a saúde pública, especialmente para as pessoas não vacinadas. Em 2024, a cobertura vacinal do público prioritário foi 48,89% na região Norte e 55,19% nas demais regiões.

*Colaborou Tamires Santana

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