Depois de período de recessão e desemprego na construção civil, os representantes do setor estimam crescimento para 2020. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam crescimento na casa de 3% para o setor, onde se prevê a criação de 150 a 200 mil novas vagas de trabalho até o final do ano. Em Mato Grosso do Sul, o setor estima crescimento próximo ao nacional e criação de mais de 5 mil empregos.
O presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Amarildo Miranda Melo, prevê crescimento de 2,7% no Estado. “Acreditamos que os setores público e privado investirão este ano. Se o cenário continuar igual, MS deve crescer 2,7%. Estamos otimistas principalmente por causa das reformas já aprovadas, Trabalhista e Previdenciária e das que ainda serão aprovadas como a Tributária e Administrativa. Acredito que com isso teremos um crescimento sustentável”, explicou.
Ele afirma que no ano passado o setor criou 2 mil vagas em MS. “Foi um ano para esquecer, mas neste ano vamos mais que dobrar o número de empregos”, disse Melo.
Para o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Adão Castilho, o ano será de crescimento e o setor da construção deve gerar mais de 5 mil empregos diretos. “Nós, os pequenos construtores, representamos 40% da cadeia da construção civil aqui no Estado. Tenho certeza que depois de ensaiar nos últimos anos, em 2020 vamos decolar. O cenário no País está favorável, no Brasil serão geradas de 150 a 200 mil empregos e aqui em MS teremos pelo menos 5 mil empregos diretos”.
ENTRAVES
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que o principal problema da indústria da construção com 42,7% das menções, continua sendo a elevada carga tributária. Em segundo lugar, com 28,7% das respostas, aparece o excesso de burocracia. Empatados em quarto lugar, ambos com 21,9% estão a falta de capital de giro e as taxas de juros elevadas.
De acordo com o representante dos empresários são mudanças significativas na economia brasileira que incentivam o crescimento do setor. “Temos juros menores, novas linhas de crédito, como a corrigida pela inflação, as pessoas também tem mais condições de comprar. Então com certeza acredito em um crescimento de 3% neste ano. Tivemos também a desburocratização do alvará para a construção. Com o Programa Alvará Imediato lançado pela prefeitura, um processo que levava de 30 a 60 dias leva 30 minutos”, disse Castilho.
Castilho lembra que o único ‘empecilho’ para a expansão do setor é a Portaria 570 que exige a pavimentação definitiva para construções de imóveis financiados pelo Programa Minha Casa Minha vida. “Para que o setor possa se desenvolver cada vez mais precisamos retirar essa proibição. Se não, teremos muitos vazios urbanos em várias regiões com ruas sem asfalto”, analisou o presidente da Acomasul.
TRABALHADORES
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sintracom-CG), José Abelha, disse que os trabalhadores estão otimistas. “Esperamos que os recursos cheguem, e atendam o setor que tem sofrido com o desemprego. Havendo investimentos como programa de habitação Minha Casa Minha Vida, mais obras públicas e financiamentos ao alcance da população creio que o desemprego caia significadamente”.
Abelha reforça que para diminuir o número de desempregados é preciso investimentos maiores. “Somente com grandes investimentos acredito que acertando as obras do setor público penso que devemos baixar o número de desempregados”.