Cidades

TRÂNSITO

Capital precisa tirar R$ 40 milhões do bolso para concluir corredores de ônibus

Demora para terminar projeto elevou o valor da contrapartida do Município, que busca alternativas para a conclusão de obras

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A conclusão dos corredores de ônibus na Rua Bahia, na Avenida Calógeras, na Avenida Costa e Silva, na Avenida Gury Marques e em outras vias que nem tiveram ias obras iniciadas é uma incógnita para a Prefeitura de Campo Grande. Isso porque, com a demora para a finalização do projeto, que é de 2011, o valor da contrapartida só cresceu e hoje está em cerca de R$ 40 milhões.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, a estimativa de custo para concluir esses corredores é de R$ 100 milhões, entretanto, 40% desse valor, ou seja, R$ 40 milhões, deveria vir do Município.

Isso se deve ao fato de que o recurso para a construção dos corredores de ônibus em Campo Grande foi aprovado em 2011, pactuado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana.

Na época, a Prefeitura de Campo Grande conseguiu R$ 180 milhões para melhorar o transporte coletivo da Capital. Desse valor, R$ 20 milhões eram para construir cinco terminais, R$ 110 milhões para a construção de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo, R$ 4,5 milhões para a modernização do sistema de controle eletrônico, R$ 40,3 milhões para intervenções viárias e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque.

Como já se passaram 14 anos da chegada desse recurso, o valor da obra só aumentou e, por isso, o secretário afirmou que a contrapartida ficou muito acima da capacidade que o Município tem hoje para esta obra.

“Quando começou o programa dos corredores de ônibus, a contrapartida do Município era de 6%, porque ali é um programa com um recurso do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e o pagamento é vinculado, só paga a parte do financiamento se pagar a parte da contrapartida. Então, a contrapartida do Município, que começou com 6%, hoje está em 40%, então, de tudo que é investido nos corredores de ônibus, 40% tem que sair do Município, ou dele ou por meio de parceria. E hoje nós estamos sem essa contrapartida”, declarou o secretário.

“O valor do convênio é sempre fixo, e toda vez que tem um reajuste, uma correção nos preços, essa diferença vai ficando na contrapartida do Município, por isso, a cada ano, a contrapartida vai aumentando. Então, independentemente da questão político-administrativa, hoje nós temos um problema financeiro. Temos que buscar caminhos para arrumar essa contrapartida para que a gente possa dar continuidade”, explicou Miglioli.

Conforme o secretário, atualmente a única obra em que há expectativa de entrega é a finalização do corredor de ônibus localizado nas Avenidas Marechal Deodoro e Gunter Hans. Em março, a prefeitura contratou, por R$ 9,6 milhões, a Engevil Engenharia Ltda. para concluir a construção, que estava parada desde 2023.

“Nós estamos dando continuidade no ritmo que a nossa capacidade nos permite. Nós estamos agora fazendo aquele corredor da [Avenida] Gunter Hans, que era mais crítico e foi começado, estava aquela bagunça ali, nós estamos terminando ele, e a intenção é de terminar, mas só que, para os outros corredores, a gente tem que ver essa agenda financeira, para saber como é que nós vamos fazer. O Município de Campo Grande, sozinho, não tem capacidade financeira para aportar essa contrapartida de 40%”, declarou o secretário.

Ainda segundo Miglioli, na Avenida Bandeirantes faltam alguns detalhes nas estações de embarque e a prefeitura estuda a possibilidade de concluir sozinha, sem a necessidade de nova licitação. Já no caso da Rua Bahia falta a construção das estações de embarque, assim como nas Avenidas Calógeras, Costa e Silva e Gury Marques. 

“A gente teria um investimento para terminar todas essas obras de R$ 90 milhões a R$ 100 milhões, então, você tem que partir da premissa de que 40% disso é do Município. Estamos falando de um valor bastante substancial para fechar todo o programa, e estamos sem essa previsão”, disse o titular da Sisep.

PROJETO

O projeto prevê três corredores de ônibus: o Corredor Sudoeste, o Corredor Norte e o Corredor Sul.

O Corredor Sudoeste é o mais adiantado, composto pela Rua Guia Lopes, Rua Brilhante, Avenida Marechal Deodoro, Avenida Gunter Hans e Avenida Bandeirantes. A Rua Brilhante foi entregue em 2022 e a Rua Guia Lopes também foi concluída.

A Avenida Bandeirantes tem obras adiantadas e a Avenida Gunter Hans e a Avenida Marechal Deodoro estão em execução. A obra ligará os terminais Bandeirantes e Aero Rancho.

O Corredor Sul é formado pelas Avenidas Costa e Silva e Gury Marques e pelas Ruas Calógeras e Rui Barbosa e fará a conexão dos terminais Morenão e Guaicurus com o centro da cidade. Apenas a obra da Rua Rui Barbosa foi feita, mas com recursos do Reviva Centro. As obras começaram na Avenida Calógeras, mas foram paralisadas.

O Corredor Norte contempla as Ruas Bahia, 25 de Dezembro e Alegrete, além das Avenidas Coronel Antonino e Cônsul Assaf Trad, e ligará os terminais General Osório e Nova Bahia.

PROGRAMA

As obras dos corredores têm como objetivo melhorar a velocidade média dos ônibus, diminuindo o tempo das viagens. O projeto de implantação dos corredores estava previsto desde 2007, mas os recursos foram aprovados em 2011, na gestão de Nelson Trad Filho.

Previstos no Plano de Mobilidade Urbana de Campo Grande, em vigor desde 2015, as obras só começaram em 2016, durante o mandato do então prefeito Alcides Bernal.

A intervenção passou a ser realizada pelo Exército, por meio de convênio, que em 2018 foi rompido e assumido por empreiteiras.

CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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