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Pandemia

Capital terá UTIs em postos de saúde e "ensaia" reabertura

Em semana de isolamento que chega ao fim, novos leitos em UPAs e vacinação são apostas da Secretaria de Saúde

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Em meio aos esforços para reduzir o contágio pelo coronavírus em Campo Grande, que continua com hospitais lotados e na sexta-feira registrou seu recorde diário de mortos (31 vidas perdidas), as autoridades estaduais e municipais continuam apostando na vacinação em massa e em uma última cartada para ampliar leitos: a conversão de duas unidades de pronto atendimento (UPAs) em uma espécie de mini-hospitais.

Se até no domingo – último dia de vigência da semana restritiva, que antecipou quatro feriados e impediu a abertura de serviços considerados não essenciais – o quadro atual for mantido, a tendência das autoridades municipais é de seguir o decreto publicado na quarta-feira (24) pelo governo de Mato Grosso do Sul, que amplia os horários do toque de recolher (das 20h às 5h), sobretudo aos fins de semana (das 16h às 5h).  

Conforme o procurador-geral do município de Campo Grande, Alexandre Ávalo, há duas possibilidades: “A primeira é editar um novo decreto, igual ou mais restritivo. E a segunda é não editar nenhum regramento e permanecer sob a vigência do decreto estadual”, disse no fim da tarde de sexta-feira.

“Para isso, seguiremos avaliando os indicadores técnicos, como taxa de contaminação, taxa de ocupação de leitos, entre outros fatores”, complementou o procurador horas depois de o município ter publicado mais um decreto, que coloca todos os servidores do município – exceto os da saúde, segurança pública, assistência social e de compras e licitações – em teletrabalho (home-office) até o dia 4 de abril, mesmo prazo máximo do decreto estadual.  

A realidade ainda é muito dura, e conforme afirmou o médico infectologista Júlio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz, no início desta semana ao Correio do Estado, os efeitos das medidas restritivas em Campo Grande e em todo o Estado levarão pelo menos 15 dias para resultarem no esvaziamento dos leitos hospitalares e na queda do número de mortos.

Nesta sexta-feira, Mato Grosso do Sul e a Capital renovaram mais um triste recorde: o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde trouxe 70 óbitos em Mato Grosso do Sul – 31 deles em Campo Grande. Foi o dia mais letal da pandemia de Covid-19 no município e no Estado. O total de mortos passou da marca simbólica de 4 mil: 4.045 ao todo.

O reflexo da alta demanda é um outro recorde dentro do mesmo boletim: foram 1.144 pessoas internadas nos hospitais de todo Mato Grosso do Sul, o maior de toda a pandemia. O número ajuda a explicar a alta demanda por leitos: cada vez que um paciente tem alta ou vai a óbito, muitos outras ocupam aquele lugar.  

Ontem, em todo o Estado, 137 pessoas aguardavam uma vaga hospitalar ou em uma unidade de pronto atendimento. Mais da metade delas são de Campo Grande – 91 pessoas com diagnóstico de Covid-19 que não conseguem internação. Nesta semana, pelo menos nove pessoas morreram em UPAs à espera de leitos na Capital.

A semana de restrições, que termina no domingo, tem a finalidade de atenuar esse drama dos pacientes e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde e seus profissionais. 

Por isso, nesta sexta-feira consolidou-se a ação em três frentes: ampliação de leitos, vacinação em massa, além da redução da circulação.

UPAS VIRAM HOSPITAIS

A medida com efeito mais imediato é a ampliação de leitos. O secretário de saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, anunciou na noite desta sexta-feira o que pode ser a última ampliação de leitos possível na cidade: a transformação, ainda que provisória, de duas unidades de pronto atendimento (UPAs) dos bairros Vila Almeida e Universitário em pequenos hospitais para tratar pessoas infectadas pelo coronavírus.  

Ele explicou que o Ministério da Saúde vai pagar a diária do leito, possibilitando a habilitação nas UPAs para pacientes intubados. Isso, segundo ele, tira a obrigatoriedade de manter um paciente nas unidades por, no máximo, 24 horas, algo que já não vinha acontecendo havia pelo menos 10 dias.

“Com isso, vamos reforçar os equipamentos, tanto de exames e medicamentos como toda estrutura de oxigênio e fluxo nas unidades, ampliando o atendimento à população. É um mini-hospital mesmo, com toda a estrutura necessária, sendo melhor que locais para atendimento provisório. Estamos em negociação, mas a previsão é de que estejam habilitados nos próximos 10 dias”, explicou o secretário.

Durante a pandemia, Campo Grande ampliou os leitos de UTI de 116 para os atuais 343. “Nós temos feito esses exercícios ao longo desse um ano de pandemia e temos um quantitativo de vidas salvas muito grande”.

Além dos leitos nas UPAS, a Sesau vai ampliar e “comprar” para pacientes do Sistema Único de Saúde mais 10 leitos de UTI e 5 leitos semi-intensivo no Hospital El Kadri.

“Acredito que essa tem sido nossa luta, promover a garantia desse atendimento a todos, frente a uma doença sem precedentes e sem um ordenamento institucional a nível federal. Não tem um regramento. Acredito que essa foi a maior dificuldade de todos os gestores e mesmo diante disso temos tido bons resultados”, concluiu.

MAIS DOSES

A outra frente para desafogar o sistema de saúde (público e privado) e permitir a redução das restrições de circulação é a vacinação em massa, em um ritmo mais intenso. 

A medida foi feita nesta semana: só em Campo Grande, mais de 30 mil pessoas receberam a primeira dose.

A medida é para eliminar uma outra pressão, que vem dos comerciantes e prestadores de serviço que dependem da circulação de pessoas para faturar. 

Na quinta-feira, houve uma carreata com adesão de mais de 2 mil pessoas em seus respectivos automóveis. 

Ela ficou marcada por protestos em frente à prefeitura e à governadoria, e também pela concentração em frente ao Hospital Unimed, unidade privada que tem 50 leitos de UTI ativos, com 58 pessoas internadas. 

interior

Entre 'laranjas' e pilotos, outros 16 de quadrilha de MS são denunciados

Grupo de irmão de Dourados alugava pistas de pouso e comprava aviões para viagens únicas e serem destruídos posteriormente, já que lucros do tráfico "bancavam" trocas constantes de aeronaves

22/09/2024 17h05

Ministério Público Federal também requereu o

Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação". Reprodução/PF

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Através do Ministério Público Federal (MPF), outros 16 integrantes, entre laranjas; pilotos e familiares da quadrilha de irmãos douradenses - que recolhiam até dízimo - foram denunciados por pelo menos três tipos de crimes, cometidos ao longo de quase 10 anos enquanto o esquema criminoso se disfarçava no interior do Estado. 

Segundo o MPF em nota, as práticas dos investigados na Operação Sordidum, conforme denúncia, incorrem em pelo menos três tipificações, sendo: organização criminosa; lavagem de dinheiro e uso de documento falso.

Cabe lembrar que há cerca de um mês - ainda em 20 de agosto - 14 integrantes da quadrilha que enquanto recolhia dízimos, traficava cocaína - foram denunciados pelos crimes de: organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. 

Agora, segundo o MPF em nota, constam entre os denunciados desde familiares dos irmãos douradenses, que comandavam esquema com empresas de fachada, até: 

  • “Laranjas”; 
  • Doleiros,
  •  “Funcionários” e 
  • Pilotos de avião

Detalhe para "pilotos" [no plural mesmo], porque, segundo investigações da Polícia Federal, diversas aeronaves eram compradas e usadas apenas uma única vez. 

Conforme a PF, traficando substâncias entorpecentes ilícitas pelos ares, os aviões comprados por um dos denunciados não voltavam do seu destino, já que uma única viagem era suficiente para "bancar" os custos de uma nova aeronave. 

Nesse esquema, a polícia estima que apenas uma única movimentação da quadrilha, para transportar drogas internacionalmente, geravam gastos de R$ 10 milhões ao grupo. 

Com isso, os aviões eram destruídos, com o intuito de apagar os rastros do transporte e dificultar qualquer forma de rastreio, com esses "pilotos" voltando para o Brasil em voos comerciais. 

Ainda, investigações apontam que o modelo mais usado pela quadrilha eram aviões 'King Air', popular entre produtores do "agro", que possuem pelo menos cinco classificações, com velocidades de cruzeiro que alcançam de 574 até 578 km por hora. 

Entre os "king air", há modelos que possuem desde um preciso sistema de navegação e radar meteorológico; até mesmo um com espaço para cargas, comportando até sete passageiros. 

Laços do crime

Considerando até mesmo trabalhar com o conhecido traficante fornecedor, Antônio Joaquim Mota - o popular "Motinha" -, os irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins, agiam principalmente no setor envolvendo Mato Grosso do Sul e outros quatro Estados, sendo:

  • Mato Grosso 
  • Pará
  • Bahia e 
  • Paraná 

Porém, o grupo estreitava laços com quadrilha a qual pertenciam doleiros paraguaios, bem como traficantes de demais países situados na América Central, como Honduras e Guatemala, cita o MPF em exemplo. 

Justamente uma tabela de valores, contendo a estrutura de logística do grupo sobre o transporte internacional de drogas, ajudou a polícia a desenhar a teia de trabalhos criminosos da organização. 

Além disso, com "laranjas" assinando a compra dos aviões; pistas de pouso sendo alugadas, aliada a contratação de pilotos, entre outros fatores, esclareceram as investigações da PF quanto aos laços do grupo. 

Atuação e 'último dos fiéis'

Dos demais crimes, investigações mostram que o suposto líder "mergulhou" no personagem e, com documentos falsos, tornou-se um "empresário de sucesso" e até mesmo separou da esposa só para casar com ela mesma tendo, agora, outro nome. 

Uma varredura bancária dessas empresas abertas, analisando os dados desse suposto líder do grupo, apontam que 50 milhões de reais foram movimentados no período de cinco anos, entre 2015 e 2020. 

Marcel Martins Silva era, aos olhos da sociedade, um homem comum: empresário com duas empresas em Dourados; morava em um condomínio de luxo na cidade e frequentava a igreja, onde inclusive atuava recolhendo o dízimo. 

As investigações mostram que, tendo trocado de nome com documentos falsos, o agora denunciado pelo MPF inclusive pediu o próprio divórcio, para novamente se casar com a mesma mulher com a nova identidade. 

Curiosamente, o indivíduo precisou se apresentar junto à Polícia Federal com a documentação falsa para que conseguir seu passaporte. 

Apesar de irmãos, análise do setor policial mostra que nem sempre Marcel e Valter agiam juntos, com o segundo atuando de forma parecida, com documentos falsos, tendo em comum a violência, já que chegaram a discutir torturas e possível morte de desafetos. 

Quando o doleiro do grupo não tinha "disponibilidade financeira", a quadrilha tinha o costume de comprar e vender imóveis, sendo que um dos líderes possui um "considerável patrimônio" tanto no Brasil como no Paraguai, conquistado através dos lucros do tráfico de drogas, segundo o MPF. 

Esquema gigante

Como já citado anteriormente pelo Ministério Público, pelo menos nove empresas estavam envolvidas no esquema: cerca de quatro construtoras; uma transportadora, bem como denúncia contra dona de escritório de contabilidade em Dourados. 

Em matéria ainda no dia das operações "Sordidum e Prime" - 15 de maio deste ano - entre os alvos foram listadas: Referência Incorporadora; Focco Imobiliária; Primeira Linha Acabamentos e Efraim Incorporadora, sendo Marcel o sócio-proprietário dessas duas últimas citadas.

Esse grupo usava até mesmo mergulhadores para inserir a droga nos cascos dos navios que tinham como destino o continente europeu. 

Em complemento, o MPF requer que a quadrilha - principalmente líderes da organização criminosa - paguem indenização milionária por trazerem fragilidade ao sistema financeiro, já que injetavam recursos criminosos na economia local. 

Além de pedir as penalidades legais, o Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação".

 

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curva perigosa

Colisão de carro com guard rail mata meninas de 16 e 18 anos em MS

Veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra a proteção na lateral da pista

22/09/2024 16h29

Colisão entre carro x guard rail na BR-158

Colisão entre carro x guard rail na BR-158 DIVULGAÇÃO

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Meninas de 16 e 18 anos morreram em colisão de um carro de passeio com o guard rail, na madrugada deste domingo (22), no KM-356 da BR-158, entre os municípios de Brasilândia (MS) e Pauliceia (SP), na divisa MS/SP.

Guard rail é uma mureta metálica utilizada como barreira de proteção em estradas e rodovias. Havia quatro pessoas dentro do carro, sendo dois homens e duas mulheres. Os homens fugiram do local sem prestar socorro, conforme as informações iniciais divulgadas pelas autoridades de trânsito.

Colisão entre carro x guard rail na BR-158Lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. Foto: divulgação

Conforme apurado pela mídia local, o veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia, quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra o guard rail. De acordo com populares, o grupo de amigos voltava de Panorama (SP) a Brasilândia, quando houve a colisão.

Com o impacto, as vítimas foram arremessadas contra o painel do carro e morreram na hora. Não se sabe o estado de saúde dos dois rapazes, que supostamente fugiram, já que não havia registro de que tenham sido socorridos pelo algum motorista que tenha passado pelo local.

Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Científica e Pax estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

A lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. O para-brisa frontal e traseiro e vidros laterais foram destruídos.

O corpo da menina de 18 anos será enterrado em Brasilândia (MS) e o corpo da menina de 16 anos será sepultado em Panorama (SP). A Polícia Civil irá investigar as circunstâncias do acidente. 

Por conta da comoção, aulas em escolas públicas de Brasilândia foram suspensas para esta segunda-feira (23). 

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