Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Quadrilha de irmãos traficantes de Dourados é denunciada

Denúncia do Ministério Público Federal mira 14 integrantes; esquema envolvia escritório de contabilidade, "recolhedor de dízimo" e cerca seis toneladas de cocaína transportadas ao longo de anos

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Através do Ministério Público Federal (MPF), 14 pessoas integrantes da quadrilha dos irmãos de Dourados - que enquanto recolhia dízimos, traficava cocaína - foram denunciadas pelos crimes de: organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro em Mato Grosso do Sul. 

Conforme o MPF em nota, divulgada no fim da tarde de ontem (19), esse esquema que envolve a participação até de um escritório de contabilidade em Dourados, movimentou mais de R$ 100 milhões em quatro anos, desde quando a Polícia Federal investiga o grupo. 

Em maio, como bem acompanhou a equipe do Correio do Estado, aconteceu a derrubada do esquema que nesse meio tempo já havia transportado seis toneladas de cocaína, em tráfico internacional envolvendo: 

  • Peru, 
  • Bolívia e 
  • Paraguai.

Ainda, segundo o Ministério, a requintada loja de acabamentos de construção civil comandada pelo mais velho, era empregada como o pilar do branqueamento de capitais. 

Já as outras partes dos recursos ilícitos obtidos ia rumo ao Paraguai, entregues em casas de câmbio em Pedro Juan Caballero, sendo que transações também foram identificadas para doleiros paraguaios. 

Através das casas de câmbio era injetado capital nas empresas que eles controlavam; feito o pagamento de fornecedores de drogas, entre outras movimentações financeiras como a própria compra de bens.  

O MPF aponta que um dos irmãos cumpria pena por tráfico de drogas, graças à Operação Enigma, desdobrada ainda em 2017.

Esquema

O Ministério destaca que ao menos nove empresas estavam ligadas ao esquema, sendo: quatro construtoras; uma transportadora, além da denúncia contra a proprietária do escritório de contabilidade. 

Além de esconder a origem ilegal dos recursos, ela é apontada como suspeita de ser a "orientadora" dos clientes, sobre a melhor forma de cometer esse crime, e fraudando ainda os dados contábeis e fiscais das empresas. 

Em matéria ainda no dia das operações "Sordidum e Prime" - 15 de maio deste ano - entre os alvos foram listadas: Referência Incorporadora; Focco Imobiliária; Primeira Linha Acabamentos e Efraim Incorporadora, sendo Marcelo o sócio-proprietário dessas duas últimas citadas. 

Vale lembrar que, durante a "Sordidum e Prime", foram cumpridos 25 mandados de prisão preventiva e 11 de temporária; além de 64 mandados de busca e apreensão e o sequestro de 90 imóveis, bem como o bloqueio de bens e valores de cerca de 80 pessoas e empresas envolvidos. 

Entre os envolvimentos dos irmãos, como cita o MPF, está o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e até mesmo o traficante Antônio Joaquim Mota, conhecido como “Motinha”

Em investigação, a PF aponta para a vida de alto padrão bancada pelos irmãos, com vários imóveis urbanos e rurais, veículos de luxo, empresas e criação de gados. 

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BRASIL

Estudantes indígenas pedem mais espaço e apoio em universidades

Povos pautaram com ênfase suas ciência como uma ferramenta de luta e promoção da equidade

22/09/2024 19h00

 Povos originários tiveram audiência com parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas

Povos originários tiveram audiência com parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas Reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Aproximadamente mil estudantes de mais de 100 povos indígenas foram até Brasília na última semana para o XI Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), evento da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), que inclui uma série de reuniões com representantes dos Poderes Públicos.

Em audiências no Senado, estudantes indígenas discutiram cotas em universidades, bem como a criação e implementação de uma universidade destinada exclusivamente para povos indígenas, com atenção para as particularidades culturais e educacionais dos indígenas.

Foi entregue também uma carta de reivindicações escrita por coletivos indígenas de 25 universidades, que você confere CLICANDO AQUI.

Na Câmara, os estudantes indígenas tiveram uma audiência com os parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas, com ênfase na ciência indígena como uma ferramenta de luta e promoção da equidade.

“Queremos trazer a ciência indígena para dentro da universidade, não somente ficar na grade ocidental, que as universidades oferecem, mas trazer também a nossa diversidade, a nossa identidade, o que inclui a ciência indígena”, ressalta Manuele Tuyuka, presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB).

Alisson Cleomar, da etnia Pankararu, tem 29 anos e faz medicina na UnB. Ele conta que muitos estudantes indígenas ainda enfrentam preconceito na universidade.

“Eu passei por vários professores que não conseguiam me enxergar como alguém capaz de estar ali naquela sala de aula. E isso me prejudica não só na parte acadêmica, mas também psicológica”, ressalta Alisson, que passou no vestibular com apoio de outros estudantes indígenas.

Hoje também é a coletividade que sustenta a continuidade dos estudos. Alisson divide moradia com outros universitários indígenas.

A rede de apoio também foi fundamental para a estudante de engenharia florestal Thoyane Fulni-ô Kamayurá, 22 anos. Ela ficou grávida no início do curso e precisou interromper os estudos.

“Foi desafiador, mas é aquilo. Como a maioria dos indígenas, a gente desde cedo aprende a se virar sozinho. Pelo fato de a gente viver nas aldeias, sempre temos essa questão de trabalho coletivo, seja remunerado ou não. Mesmo que ocorresse uma gravidez de uma criança ou duas, eu já sabia como me virar, porque eu fui criada desse jeito”, conta Thoyane.

Deixar a aldeia é o desafio principal para muitos universitários indígenas. Yonne Alfredo, 25 anos, da etnia Tikuna, do Amazonas, faz biologia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela lembra que teve até apoio dos veteranos, mas ainda assim precisou de muita determinação para ficar longe dos parentes.

“É uma mudança enorme na vida de uma pessoa. Foi doloroso deixar minha cidade, meus hábitos, meus costumes”, relata Yonne. “Quando terminar os estudos, pretendo continuar morando na cidade por um tempo. Quero fazer pesquisas e entender as necessidades do povo antes de retornar à aldeia.”

 

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Transporte

Estudantes ficam até 6 horas por dia dentro de ônibus no interior de MS

Ministério Público fez uma série de recomendações para que o município encurte o tempo; propostas devem ser apresentadas em um prazo de 30 dias

22/09/2024 17h58

Arquivo/MPMS

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A Promotoria de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul identificou que os estudantes da rede pública de Camapuã, usuários de sete linhas do transporte coletivo, ficam cerca de 6 horas dentro do veículo, somados os trajetos de ida para a escola e volta para casa.

O limite estabelecido pela Lei nº 5.146/2017, é de um máximo de 4 horas de permanência dos alunos dentro do veículo, e por isso o MPMS recomendou que o prefeito de Camapuã, Manoel Eugênio Nery, elabora em um prazo de 30 dias um plano de atuação para solucionar a situação, de forma que os alunos não permaneçam mais de 4 dentro do veículo para chegar/voltar da escola.

O promotor também recomendou que os veículos trafeguem somente nos nos trajetos denominadas como "linhas mestras", evitando acessos secundários e de propriedades privadas, e que nos casos em que o transporte fora dos limites das linhas mestras seja necessário, que ele somente ocorra em acessos sem obstáculos, como porteiras e colchetes.

Isso porque o levantamento feito na região constatou que existem quase 100 porteiras nas linhas do transporte escolar, o que contribui para o aumento na duração do transporte.

A publicação foi feita no Diário Oficial do MPMS desta segunda-feira (23). O promotor deu um prazo de cinco dias desde a publicação para que a Prefeitura de Camapuã responda sobre a recomendação. Caso não haja resposta, o Município pode ser responsabilização por "quaisquer eventos futuros imputáveis a sua omissão quanto às providências solicitadas".

As linhas onde o problema foi identificado foram:

  • Mata-mata;
  • Barreiro;
  • Corrégo Silada;
  • Pirizal;
  • Galdino;
  • Baia do Búfalo;
  • e Luizinha

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