Cidades

GOLPE

Cerca de 223 milhões de CPFs foram vazados na internet e Procon alerta consumidores

Dados separados por número de CPF aparecem em fóruns usados por criminosos digitais

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Ao longo dos anos, diversos dados de brasileiros têm circulado na rede e muitos vêm sofrendo golpes com o acesso dessas informações por terceiros. 

No início da semana passada foi identificado que cerca de 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados exposto na internet por estelionatários.

Os dados, separados por número de CPF aparecem em fóruns usados por criminosos digitais, que disponibilizam também informações de veículos cadastrados no Brasil.

São duas formas vazamento de dados. O primeiro contém as informações limitadas de cada número de CPF, como nome completo, data de nascimento e gênero. Esses estão em livre circulação na internet aberta e o download do conteúdo é gratuito.

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De acordo com o Tecnoblog o arquivo de 14 GB possui dados de 223,74 milhões de CPFs que foram compilados em agosto de 2019.

Já o outro vazamento é um pacote que contém dados mais abrangentes, mas com uma distribuição limitada, dos mesmos 223,74 milhões de pessoas.

Os dados estão sendo vendidos por trechos, ou seja, não é possível comprar todo o pacote, apenas partes dele. Neste caso, é possível verificar apenas uma prévia do conteúdo que pode ser adquirido por valores que variam até U$ 1 por CPF.

O número de cadastros supera a população brasileira, estimada em 212 milhões de pessoas, desse modo é possível que estejam incluídos nesse montante dados de pessoas já falecidas. Outro conjunto de informações também comercializadas contém informações de empresas.

Para o advogado criminal João Cyrino a situação pode gerar diversos problemas jurídicos para todos os envolvidos na situação, tanto para as empresas que podem ter vazado essas informações ou falhado na segurança dos dados, quanto para aqueles que tiveram a segurança dos dados violada.

“A pessoa que cometer o ato ilícito de usar o nome de outra pode incorrer em mais de um delito, a depender de como ela faz isso. A pessoa que se passa por outra para conseguir um financiamento, por exemplo, pode cometer crime de estelionato, falsidade ideológica, e dependendo da situação até outros delitos previstos”, coloca o advogado.

Ao total, são 37 bases que incluem todo tipo de dado pessoal, incluindo RG, estado civil, lista de parentes, endereço completo, nível de escolaridade, salário, renda, poder aquisitivo, status na Receita Federal, INSS, entre outros.

Ainda de acordo com Cyrino, a não identificação correta das informações, por parte das empresas que estão vendendo determinado produto, também pode gerar um problema juridico.

“Quando uma empresa de telefonia, por exemplo, te cobra indevidamente, ela também vai responder por não ter observado a veracidade do que foi falado. Pode ser uma consequência generalizada”, exemplifica João.

LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em 2019 e responsabiliza empresas pelos dados que guardam de brasileiros. Porém, as multas previstas ainda não estão sendo aplicadas, porque dependem da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que ainda não está funcionando.

A LGPD tem como objetivo garantir maior segurança e transparência de informações pessoas que são coletadas por empresas públicas e privadas.

“As empresas quando resolvem pedir ter seus dados, elas ganham automaticamente a obrigação de guardar essas informações, o que a Lei Geral de Proteção de Dados faz”, afirma o advogado João Cyrino. 

“Essas obrigações [em manter as informações em segurança] precisam ser observadas pelas empresas, e conforme vai se dando o potencial de responsabilização delas pelo mal manejo ou vazamento, elas [as empresas] vão precisar sentir na prática a necessidade de melhorar a segurança. A Lei Geral de Proteção nos dá esse novo desafio, tanto para nós como sociedade quanto par quem trabalha com essas informações”, finaliza Cyrino.

“O Procon orienta que os consumidores fiquem atentos, principalmente os consignados. Nós temos várias reclamações de consignados depositados na conta dos consumidores sem autorização. Também temos muitas fraudes bancárias, aberturas de empresas em nome de consumidores laranjas, pessoas que nem imaginam que têm uma empresa. Essa é uma notícia muito preocupante e que os consumidores precisam ficar atentos. Em eventual problema, quando foi identificado que ele não tem uma conta, não fez um empréstimo, é preciso denunciar rapidamente ao Procon e é necessário abrir com urgência um boletim de ocorrência”, orienta o superintendente do Procon Estadual, Marcelo Salomão.

DISPONÍVEL 

De acordo com o Tecnoblog, as principais informações que constam no vazamento mais abrangente são:

BásicoNome, CPF, gênero, data de nascimento, nome do pai, nome da mãe
Estado civil(casado, solteiro, divorciado, viúvo, outros)
Vínculo familiarCategoriza pessoas de acordo com vínculo de 1º grau (mãe, pai, filho, filha, irmão, irmã, cônjuge) ou 2º grau (avô, neto, tio, sobrinho, primo etc.)
TelefoneDDD, número, operadora, plano, tipo de linha (fixa, pré-paga, pós-paga), data de instalação
EndereçoLogradouro, número, bairro, cidade, estado, CEP, tipo (residencial / comercial), latitude e longitude
Domicílios:CPF do chefe de família, número de pessoas, faixa de renda, endereço completo
EscolaridadeNível (analfabeto / fundamental / técnico / superior etc.)
Universitários:1.643.105 pessoas com nome da faculdade, curso, ano de entrada e ano de conclusão
Ocupação:Cargo, número CBO (Classificação Brasileira de Ocupações)
EmpregoCNPJ e razão social do empregador, número do PIS/PASEP/NIT, número do CTPS, tipo de vínculo (CLT, autônomo, servidor, aprendiz, etc.), data de admissão, salário, horas de trabalho por semana
SalárioValor, tipo (mensal, quinzenal, semanal etc.), horas por semana
Renda:Valor mensal (inclui salário, aluguéis, recebimento de juros etc.), classe social (baixa, média, alta), faixa de renda
Classe social(A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E)
Poder aquisitivo:Nível (baixo, médio, alto), renda, salário
Bolsa FamíliaValor, situação do benefício (liberado / bloqueado), status do benefício (ativo / inativo), número e nome dos dependentes, NIS (Número de Identificação Social)
Título de eleitorNúmero de inscrição, zona, seção, endereço, município, estado
FGTSNúmero do PIS
CNS  
NIS  
INSSNome do segurado, número do benefício, data de início, espécie (aposentadoria, pensão, salário-maternidade etc.)
IRPF (imposto de renda)Nome da instituição bancária, código da agência, lote de restituição
Receita Federal:  
Score de créditoAtividade de crédito, score de risco, nível de risco (baixo / médio / alto)
DevedoresNome, tipo do devedor (principal, corresponsável), situação (ativa, em cobrança, ajuizada), tipo de dívida (multa, imposto de renda, PIS etc.), valor, foi parar na Justiça? (sim / não)
Cheques sem fundos:Código e agência do banco, motivo (sem fundos / conta encerrada)
MosaicGrupo e subgrupo de segmentação
Afinidade:  
Modelo analíticoPrevê chance de consumidor ter afinidade para comprar um produto ou serviço
Fotos de rostos:1.176.157 imagens JPEG com datas entre 2012 e 2020; o nome de arquivo é o CPF da pessoa correspondente
LinkedIn5.051.553 perfis da rede social com número ID e URL de acesso
EmpresarialNome do sócio de uma empresa, participação (ações e %), razão social e nome fantasia da empresa, CNPJ, data de entrada na sociedade
Servidores públicos: 
Conselhos:2.260.960 pessoas que prestam consultoria no âmbito público ou privado, incluindo situação, especialidade e código de ocupação
ÓbitosData de falecimento, idade, data da certidão de óbito, nome e endereço do cartório

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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