Cidades

COVID-19

Com fila de espera por UTI, infectologista defende lockdown de 15 dias em Campo Grande

Júlio Croda disse que ampliação de leitos não será suficiente para atender a todos

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Enfrentando o pior cenário desde o início da pandemia, com recordes diários de casos, mortes e internações, e com o sistema de saúde, o médico infectologista Júlio Croda defende que o lockdown é a única medida capaz de frear a transmissão do coronavírus em Campo Grande.

De acordo com o infectologista, Campo Grande está entre as cidades com maior incidência do vírus no Estado e já tem transmissão comunitária da P1, nova cepa com maior potencial de transmissão.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que a ocupação de leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chegou a 100% de sua capacidade no Estado, com pacientes em fila de espera por vagas.

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Diante do cenário de colapso, prefeitura adotou medidas, como implantação de barreiras sanitárias, ampliação do toque de recolher das 20h às 5h, obedecendo decreto estadual, e desinfecção de ruas e terminais.

Croda afirma que as barreiras e desinfecção "não tem sentido" e é preciso a adoção de medidas mais duras.

“Não existe respaldo científico para desinfecção. Dinheiro jogado fora. Em nenhum momento foi citado medidas mais restritivas para conter a transmissão como outras cidades estão adotando”, disse.

Ontem, a Prefeitura de Campo Grande informou que viabilizou a liberação de 120 leitos da Unidade do Trauma da Santa Casa, para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19, a partir desta quinta-feira (18). São 90 leitos clínicos e 30 leitos de terapia intensiva (UTI).

Conforme o infectologista, se não houver medidas para conter a transmissão, apenas ampliação de leitos não dará conta da demanda.

“Não teremos capacidade de atender todos, apenas com essa ampliação de leitos. Sou a favor de um lockdown real, sem exceções, por pelo menos 15 dias em Campo Grande”, disse, em postagem no Facebook.

Fila por UTI

Conforme balanço divulgado ontem (17) pela SES, 136 pacientes estão na fila de espera, aguardando por liberação de leitos em todo o Estado. 

Em Campo Grande, são 92 pessoas aguardando transferência para um leito de UTI Covid em um hospitais públicos.

“Nós precisamos que a população nos ajude cumprindo as medidas de biossegurança e evitem aglomerações. A doença avança mais rápido do que conseguimos ampliar mais leitos", disse o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. 

"Precisamos que os municípios também cumpram as medidas adotadas pelo decreto e sigam as recomendações do Prosseguir”, acrescentou.

BRASIL

Estudantes indígenas pedem mais espaço e apoio em universidades

Povos pautaram com ênfase suas ciência como uma ferramenta de luta e promoção da equidade

22/09/2024 19h00

 Povos originários tiveram audiência com parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas

Povos originários tiveram audiência com parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas Reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados

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Aproximadamente mil estudantes de mais de 100 povos indígenas foram até Brasília na última semana para o XI Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), evento da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), que inclui uma série de reuniões com representantes dos Poderes Públicos.

Em audiências no Senado, estudantes indígenas discutiram cotas em universidades, bem como a criação e implementação de uma universidade destinada exclusivamente para povos indígenas, com atenção para as particularidades culturais e educacionais dos indígenas.

Foi entregue também uma carta de reivindicações escrita por coletivos indígenas de 25 universidades, que você confere CLICANDO AQUI.

Na Câmara, os estudantes indígenas tiveram uma audiência com os parlamentares para debater a importância da presença indígena no ensino superior nas últimas duas décadas, com ênfase na ciência indígena como uma ferramenta de luta e promoção da equidade.

“Queremos trazer a ciência indígena para dentro da universidade, não somente ficar na grade ocidental, que as universidades oferecem, mas trazer também a nossa diversidade, a nossa identidade, o que inclui a ciência indígena”, ressalta Manuele Tuyuka, presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB).

Alisson Cleomar, da etnia Pankararu, tem 29 anos e faz medicina na UnB. Ele conta que muitos estudantes indígenas ainda enfrentam preconceito na universidade.

“Eu passei por vários professores que não conseguiam me enxergar como alguém capaz de estar ali naquela sala de aula. E isso me prejudica não só na parte acadêmica, mas também psicológica”, ressalta Alisson, que passou no vestibular com apoio de outros estudantes indígenas.

Hoje também é a coletividade que sustenta a continuidade dos estudos. Alisson divide moradia com outros universitários indígenas.

A rede de apoio também foi fundamental para a estudante de engenharia florestal Thoyane Fulni-ô Kamayurá, 22 anos. Ela ficou grávida no início do curso e precisou interromper os estudos.

“Foi desafiador, mas é aquilo. Como a maioria dos indígenas, a gente desde cedo aprende a se virar sozinho. Pelo fato de a gente viver nas aldeias, sempre temos essa questão de trabalho coletivo, seja remunerado ou não. Mesmo que ocorresse uma gravidez de uma criança ou duas, eu já sabia como me virar, porque eu fui criada desse jeito”, conta Thoyane.

Deixar a aldeia é o desafio principal para muitos universitários indígenas. Yonne Alfredo, 25 anos, da etnia Tikuna, do Amazonas, faz biologia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela lembra que teve até apoio dos veteranos, mas ainda assim precisou de muita determinação para ficar longe dos parentes.

“É uma mudança enorme na vida de uma pessoa. Foi doloroso deixar minha cidade, meus hábitos, meus costumes”, relata Yonne. “Quando terminar os estudos, pretendo continuar morando na cidade por um tempo. Quero fazer pesquisas e entender as necessidades do povo antes de retornar à aldeia.”

 

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Transporte

Estudantes ficam até 6 horas por dia dentro de ônibus no interior de MS

Ministério Público fez uma série de recomendações para que o município encurte o tempo; propostas devem ser apresentadas em um prazo de 30 dias

22/09/2024 17h58

Arquivo/MPMS

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A Promotoria de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul identificou que os estudantes da rede pública de Camapuã, usuários de sete linhas do transporte coletivo, ficam cerca de 6 horas dentro do veículo, somados os trajetos de ida para a escola e volta para casa.

O limite estabelecido pela Lei nº 5.146/2017, é de um máximo de 4 horas de permanência dos alunos dentro do veículo, e por isso o MPMS recomendou que o prefeito de Camapuã, Manoel Eugênio Nery, elabora em um prazo de 30 dias um plano de atuação para solucionar a situação, de forma que os alunos não permaneçam mais de 4 dentro do veículo para chegar/voltar da escola.

O promotor também recomendou que os veículos trafeguem somente nos nos trajetos denominadas como "linhas mestras", evitando acessos secundários e de propriedades privadas, e que nos casos em que o transporte fora dos limites das linhas mestras seja necessário, que ele somente ocorra em acessos sem obstáculos, como porteiras e colchetes.

Isso porque o levantamento feito na região constatou que existem quase 100 porteiras nas linhas do transporte escolar, o que contribui para o aumento na duração do transporte.

A publicação foi feita no Diário Oficial do MPMS desta segunda-feira (23). O promotor deu um prazo de cinco dias desde a publicação para que a Prefeitura de Camapuã responda sobre a recomendação. Caso não haja resposta, o Município pode ser responsabilização por "quaisquer eventos futuros imputáveis a sua omissão quanto às providências solicitadas".

As linhas onde o problema foi identificado foram:

  • Mata-mata;
  • Barreiro;
  • Corrégo Silada;
  • Pirizal;
  • Galdino;
  • Baia do Búfalo;
  • e Luizinha

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