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Com verão e primavera mais quentes, eventos extremos em MS devem ficar comuns

Órgão da União Europeia concluiu que o planeta teve seu ano mais quente em 2023 e projeção é de que o calor continue

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O ano de 2023 foi o mais quente da história da humanidade, segundo conclusão do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, divulgada ontem. Em Mato Grosso do Sul, a situação não foi diferente, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o verão e a primavera do ano passado foram os mais quentes desde 2001. O alerta dos especialistas é de que eventos extremos devem continuar e se tornar cada vez mais comuns.

De acordo com o estudo feito pelo órgão europeu, a temperatura média registrada no ano passado na Terra foi 1,48°C mais quente do que as médias do período pré-industrial, quando o mundo passou a utilizar combustíveis fósseis em grande escala, que contribuem para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo.
Em Mato Grosso do Sul, as temperaturas médias (feitas usando as máximas e as mínimas de cada dia) de todas as estações foram altas, a maior foi a da primavera, que chegou a 34,6°C. No verão de 2023 a média havia sido de 33,4°C. 

As duas estações foram as mais quentes no Estado desde 2001, quando começam os registros das estações automáticas do Inmet, ou seja, elas podem ser as mais altas de um período de tempo ainda maior.

A meteorologista Andréa Ramos, do Inmet, explica que o aumento não foi causado apenas pelas maiores máximas do ano passado, mas muito influenciado pelas mínimas altas registradas no período.

“As noites estão ficando mais quentes, está havendo um aumento de temperatura gradual, e ele pode ser sentido principalmente por este aumento da mínima, é isso que faz a grande diferença quando calculamos a média das temperaturas”, afirmou.

De acordo com Andréa, essa é uma das provas de que as mudanças climáticas estão acontecendo e que estão cada vez mais frequentes. 

“Independentemente de as pessoas acreditarem ou não nas mudanças climáticas, dois fatores são preponderantes para comprovar que elas estão acontecendo. O primeiro é o aumento dos eventos extremos, e o segundo são as altas temperaturas médias”, disse.

“Sob a influência dessas mudanças climáticas, os extremos relacionados a calor, frio e chuvas fortes devem ser cada vez mais comuns. Estamos na era dos extremos”, completou a meteorologista.

Vinicius Sperling, meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), afirmou que um dos fatores que levaram o ano passado a ser o mais quente da história está relacionado à atuação do fenômeno El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, o que contribui para o aumento das temperaturas.

“Uma das causas desse aquecimento está relacionada com o aumento da temperatura dos oceanos, inclusive do Pacífico, onde está configurado como intenso o El Niño. Os reflexos são sentidos em vários setores, agronegócio, geração de energia, impacto na saúde humana, plantas e animais, entre outros. Segundo os modelos climáticos, alguns apontam este cenário de maior aquecimento, mais ondas de calor, mais chuvas extremas, secas intensas e até mesmo um ‘regime de fogo’, ou seja, nos períodos que ocorrem, os incêndios florestais tendem a aumentar. Esses são cenários apontados por alguns modelos de clima de longo prazo”, explicou Sperling.

O meteorologista ainda acrescenta que, por causa da atuação do El Niño, este verão pode ser tão ou mais quente que o do ano passado.

“Em termos de clima, podem ocorrer anos tão ou até mais quentes que 2023, e em termos de tempo também. Estamos com este forte El Niño e a tendência é de que o verão de 2023/2024 também seja mais quente que o normal”, afirmou.

RESTO DO ANO

Para o resto do ano, os meteorologistas afirmam que, com a saída do El Niño, as temperaturas tendem a se normalizar, porém, o fenômeno deve atingir seu pico de intensidade neste mês, e a partir de fevereiro ele começa a reduzir.

“Pensando em previsão de até três meses, os modelos de clima indicam um verão mais quente que o normal, depois, alguns modelos mostram um enfraquecimento do El Nino lá por abril e tendendo à normalidade no Pacífico. O clima fica menos bagunçado. Depois disso, a confiabilidade dos modelos diminui muito e aquelas projeções de longo prazo sempre levam em consideração cenários de aquecimento”, afirmou Sperling.

Segundo Andréa Ramos, a partir do outono, os modelos indicam que a estação se comportará sem o efeito de um fenômeno climático, o mesmo ocorre até o início do inverno, porém, não é descartada a atuação das mudanças climáticas no caso de eventos extremos, como ondas fortes de frio.

“O indicativo é de encerramento do El Niño em meados de maio e nos meses de junho, julho e agosto um período neutro, sem fenômeno. A chegada do La Niña está prevista para setembro e, com essa mudança, a chave de 2024 pode girar, porque é uma condição que está relacionada mais para o frio”, declarou Andréa Ramos.

PREVISÃO

Este ano, a maior temperatura em Campo Grande foi registrada ontem, quando a máxima chegou aos 35,5°C. Para hoje, segundo o Inmet, a tendência é de que a máxima siga próximo dos 35°C e a mínima deve ser de 25°C.

A partir de amanhã, os termômetros devem registrar uma leve queda de temperatura, com máxima de 32° e mínima de 23°C. Isso deve acontecer porque há previsão de chegada de fortes chuvas.

A sexta-feira e o sábado na Capital devem ter temperaturas mais amenas, e a máxima não deve passar dos 31° nesses dias, com mínima de 22°C. Há possibilidade de chuva forte, com rajada de vento.

Segundo o Inmet, a primeira quinzena deste mês deve ser de chuvas dentro da média na maior parte de Mato Grosso do Sul. 

Na segunda metade do mês, as precipitações devem ficar abaixo do esperado, principalmente na região sul do Estado. Nas outras regiões de MS, a previsão indica maior volume de chuvas, mas não acima da média.

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MS receberá nova Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã

O estado conta ainda com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados

22/11/2024 10h28

Divulgação: Governo Federal

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Mato Grosso do Sul receberá mais uma unidade da Casa da Mulher Brasileira, que será construída em Ponta Porã, município da fronteira distante aproximadamente 313 km da Capital.

O convênio que viabiliza a construção foi assinado na última quinta-feira (21), pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e contará com cooperação, além do Governo Federal, do Estado e do Município, além de um convênio com a Itaipu Binacional.

“A cada seis horas uma mulher é morta pelo fato de ser mulher, e a cada seis minutos uma mulher ou uma menina sofre violência sexual. Esse é o retrato do Brasil, esse é o retrato das mulheres brasileiras. É esse retrato que nós queremos mudar e reconstruir neste país, isso não pode ser um problema simplesmente do governo federal, ou partidário e ideológico, isso precisa ser um compromisso de todo o Estado brasileiro independentemente de partido, religião e ideologia. Nós precisamos reconstruir este país e transformar o ódio que está colocado em harmonia, sensibilidade e respeito. É por isso que temos lutado, por respeito!”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

O estado de Mato Grosso do Sul foi pioneiro na implementação do equipamento que reúne serviços especializados de atendimento às mulheres vítimas de violência, com a primeira Casa da Mulher Brasileira do País inaugurada em Campo Grande em 2015. O estado conta também com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados.

“Dia de celebração. Temos que comemorar todos estes convênios assinados, pela grandeza e simbologia dos atos. Um trabalho em prol de milhares de pessoas, que serão beneficiadas com estes investimentos”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

A construção da Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã está inserida no âmbito do Programa Mulher Viver sem Violência, coordenado pelo Ministério das Mulheres, aderido anteriormente pelo Governo de Mato Grosso do Sul e alinhada à missão institucional da Itaipu.

“A Casa da Mulher Brasileira é um trabalho que a ministra Cida tem cobrado com muita frequência. Assim como aqui em Ponta Porã, estamos cooperando também para uma CMB em Foz do Iguaçu pensando na importância deste serviço na fronteira para atender além da mulher brasileira. Um trabalho que tem uma lógica regional e, assim como outras políticas públicas, atendam a demanda de Brasil e Paraguai”, destacou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri.

A cerimônia, realizada no Centro Internacional de Convenções, contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, e demais autoridades.

Investimentos Conesul

Durante o evento, foram anunciados diversos investimentos para a região do Conesul. Além da unidade da CMB, a região foi contemplada com o programa “Água para todos”, para a melhoria do abastecimento de água, a construção de 10 Centros de Cultura Indígena e de um Centro de Atenção Integral ao Adolescente.

“Estamos aqui trazendo a garantia de água potável para as comunidades, aquilo que é de direito constituído, mas que as pessoas não conseguem acessar”, ressaltou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

A ministra Cida Gonçalves reafirmou o compromisso com toda a sociedade brasileira, com todas as mulheres e que assim como pediu o presidente Lula, durante a primeira reunião ministerial em 2023, um “compromisso com a transversalidade e a inclusão das mulheres em todas as políticas”. Na oportunidade, Cida Gonçalves também ressaltou que um dos desafios da Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero é o envolvimento de toda a sociedade.

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"CASA DO TESOURO"

MP tenta impedir que prefeitura doe R$ 400 mil à igreja no interior de MS

Valores estabelecidos eram para compra de ar-condicionado e automóvel

22/11/2024 10h15

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros Reprodução/Redes Sociais/@edaocorrea

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Recomendações feitas pelo Promotor de Justiça Substituto, Guilermo Timm Tocha, buscam impedir que uma igreja no interior de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 360 km da Capital, receba o repasse municipal de R$ 400 mil que segundo o Ministério Público tinha sido estabelecido em lei. 

Há mais de 130 anos, pelo menos na teoria, o Brasil se firmava como Estado laico, com dever da neutralidade e não doação de recursos financeiros , promovendo uma liberdade para quaisquer crenças e cultos. 

Porém, o promotor evidencia que, no dia 24 de outubro de 2024, a  publicação da Lei Municipal n. 1.771 autorizava o Executivo de Bela Vista efetuar o "repasse financeiro a Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório".

Diante disso, foi instaurado inquérito civil para apurar a regularidade/legalidade da referida lei, que permitiria repasse financeiro de  R$ 400 mil. 

Entre as várias considerações feitas pelo promotor, ele aponta a falta de cadastro de outras entidades religiosas, ou mesmo publicidade que informasse à população de que tal valor poderia ser doado para equipamentos/bens móveis, o que fere a impessoalidade e moralidade, conforme texto da Constituição Federal. 

Como tipicamente observado em cidades interioranas espalhadas pelo País, inclusive, o inusitado é que a distância entre a Paróquia e o prédio tido como Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros. 

Finalidade do repasse

Segundo evidenciado pelo promotor, o referido valor de R$ 400 mil a ser repassado pelo município para a paróquia teria inclusive uma finalidade específica. 

"Para aquisição de equipamentos de ar-condicionado e um veículo automotor, pela Mitra Diocesana de
Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, contrariando flagrantemente a obrigatoriedade de a Administração Pública Municipal manter-se neutra no tocante à religião", complementa. 

Diante disso, entraram na mira do Ministério Público tanto o prefeito Reinaldo Miranda Benites, como o representante legal da paróquia Santo Afonso Maria de Ligório em Bela Vista, uma série de recomendações distintas. 

Ao chefe do executivo são apontadas as seguintes recomendações: 

  1. ) Se abstenha de efetuar o repasse financeiro à Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, consistente no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), objeto da Lei Municipal n. 1.771/2024;
     
  2. ) Se já iniciou o respectivo Procedimento Administrativo de doação objeto desta Recomendação, que este seja ANULADO, dando a devida divulgação do ato anulatório no diário oficial da municipalidade;
     
  3. ) Caso já tenha sido efetuado o repasse financeiro, embora tal informação não conste no Portal da Transparência, que o Município abra o competente Procedimento Administrativo para reaver o valor; e
     
  4. ) Seja dada divulgação adequada e imediata à presente Recomendação

Do lado da paróquia, o representante deve se abster de qualquer ato que viabilize o repasse e, caso já tenha sido efetivado o recebimento do recurso financeiro, que a igreja "o diligencie junto ao Município de Bela Vista/MS, a fim de tomar as providências necessárias para devolução do referido valor devidamente atualizado. "

 

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