Cidades

CÂMARA FEDERAL

Comissão aprova proposta que protege Estados e municípios de novos gastos

União fica responsável por arcar com as novas despesas

FOLHAPRESS

26/08/2015 - 20h00
Continue lendo...

Deputados aprovaram nesta quarta-feira (26), em comissão especial, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 172, que protege os Estados e municípios de novos encargos ou prestações de serviços sem que haja previsão de repasses financeiros da União.

Entretanto, o texto aprovado, fruto de um acordo feito nas últimas 24 horas, cria uma salvaguarda à União segundo a qual novos gastos devem estar previstos no Orçamento.

Algumas despesas, como piso salarial da saúde e educação, são votadas no Congresso Nacional, mas a obrigação de pagamento é repassada aos entes federados. A intenção da proposta é justamente impedir isso, ficando a União responsável por arcar com as novas despesas.

Reuniões com o vice-presidente, Michel Temer, e líderes do governo na Câmara, resultaram na costura de um acordo que resguarda, em partes, a União. A PEC determina que novos encargos devem estar previstos no Orçamento da União, ou precisam ser acompanhados de aumento permanente de receita, ou de redução permanente de despesa.

O receio do Planalto é que todo novo encargo autorizado tivesse que ser arcado pela União. Se aprovada, na prática, a proposta inibirá a votação das chamadas pautas-bomba pelo Congresso.

"A União está impedida de repassar a Estados e municípios a obrigação de encargos e prestação de serviço. Por outro lado, fica desobrigada a fazer o repasse para custear esses deveres se eles não constarem na Lei Orçamentária", afirmou o relator da proposta, deputado Andre Moura (PSC-SE).

O texto também estabelece que, mediante um acordo, os repasses sejam "compensados com os pagamentos devidos por Estados, municípios e o Distrito Federal à União".

Apesar de salvaguardar a União quando se trata de novos encargos para Estados e municípios, a PEC não estabelece esses mesmos princípios de vinculação de despesas a receitas para gastos próprios.

Minutos antes da votação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se comprometeu a criar outra comissão especial para analisar uma PEC, ainda a ser elaborada, que vai tratar exclusivamente da União.

Apesar de já haver previsão da obrigatoriedade de criação de despesa apenas com receita na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o governo pretende constitucionalizar o tema.

A proposta deve ser votada no plenário da Câmara, em primeiro turno, na próxima terça-feira. Como se trata de PEC, precisa do voto de pelo menos 308 dos 513 deputados para seguir ao segundo turno. Aprovada na Câmara, a PEC segue para o Senado, onde cumpre o mesmo rito de apreciação, em suas sessões de votação.

EFEITO COLATERAL

Com a validação desta proposta, perde força a PEC 443, que vincula os salários de advogados públicos e delegados de polícia à remuneração dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), atualmente, em R$ 33,7 mil. Esse texto, aprovado em primeiro turno na Câmara em 6 de agosto, cria novos encargos a Estados e municípios, que arcariam com o pagamento do aumento de procuradores estaduais e municipais.

Sem a PEC 172, o governo arcaria com o aumento dos atuais salários de delegados da polícia civil e procuradores estaduais. O governo calcula um impacto de R$ 14 bilhões.

Com a proposta aprovada hoje, o governo precisaria arcar apenas com os novos gastos de delegados da Polícia Federal e de integrantes da AGU (Advocacia-Geral da União), estimados em R$ 2,4 bilhões.

tempo

Antes de frio chegar, final de semana será quente em MS

População terá que encarar "efeito cebola" nos próximos dias

22/05/2025 13h00

Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado

Continue Lendo...

De acordo com previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), o final de semana em Mato Grosso do Sul será quente e seco, com máximas que podem atingir até 32°C e umidade relativa do ar entre 20% e 40%.

Isso ocorre devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica que favorece o tempo quente e seco no estado. Devido à presença do ar seco, são esperadas altas amplitudes térmicas (variação entre as temperaturas mínima e máxima) que podem chegar a até 20°C no mesmo dia.

Enquanto ao longo do dia serão registradas altas temperaturas, as manhãs terão temperaturas mais amenas, entre 15°C e 17°C, causando o famoso "efeito cebola", que ocorre quando se sai de casa munido para encarar o frio e precisa ir se desfazendo das roupas conforme o dia avança.

Os ventos vem do sentido leste e devem atingir velocidades entre 30 km/h e 50 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento mais fortes do que o esperado.

Frente fria

Já na próxima semana, especialmente entre os dias 27 e 28 de maio, estão previstas mudanças significativas nas condições do tempo devido à aproximação e ao avanço de uma frente fria.

São esperados volumes expressivos de chuva, com acumulados superiores a 40 mm em 24 horas, além da possibilidade de tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento.

Após a passagem da frente fria, a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica favorece o avanço de uma massa de ar mais frio, resultando em queda acentuada nas temperaturas, que deve perdurar até o dia 5 de junho.

Para esse frio, que deve ser o mais intenso do ano, são previstas temperaturas mínimas entre 5°C e 9°C, especialmente na metade sul do estado. Podem ocorrer valores abaixo de 4°C. Há também a possibilidade de ocorrência de geadas, com intensidade variando de fraca a moderada.

Assine o Correio do Estado

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Gigante da celulose ignora escassez de moradias no entorno de megafábrica

Suzano construiu quase mil casas em Ribas. A Arauco fará em torno de 700 em Inocência. A Bracell não menciona a questão habitacional em Bataguassu

22/05/2025 12h30

Bataguassu tem 24 mil habitantes e deve receber até 12 mil durante o período de obras e dois mil após ativação da nova fábrica

Bataguassu tem 24 mil habitantes e deve receber até 12 mil durante o período de obras e dois mil após ativação da nova fábrica

Continue Lendo...

Ao contrário das outras gigantes do setor da celulose, a indonésia Bracell não tem previsão, pelo menos por enquanto, de investir na construção de casas para abrigar futuros funcionários que vão trabalhar na fábrica de celulose de R$ 16 bilhões que deve ser construída em Bataguassu. 

A previsão é de que a licença de instalação seja concedida até o fim do ano e os trabalhos de terraplanagem comecem ainda no primeiro semestre do próximo ano. As obras devem se estender por 38 meses. 

Mas, desde agora já existe escassez de  imóveis residenciais para compra ou arrendamento em Bataguassu e até nas cidades paulistas mais próximas. 

Funcionários da Bracell que atuam em outras cidades que tinham a transferência de endereço prevista para meados e final deste ano já foram avisados que por enquanto deverão continuar morando nas cidades onde estão. Isso porque faltam imóveis para moradia na região.

No estudo sobre os impactos do empreendimento bilionário disponibilizado em meados de abril pela empresa não existe nenhuma menção sobre um possível investimento para mitigar o problema habitacional que virá junto com o empreendimento, já que até 12 mil pessoas vão trabalhar no pico das obras e duas mil vão atuar depois que a fábrica entrar em operação. Fala-se somente sobre alojamentos provisórios.

CONCORRÊNCIA

Em Inocência, onde a chilena Arauco está investido em torno de R$ 25 bilhões na construção de uma fábrica que terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano partir do final de 2027, a empresa anunciou a construção de cerca de 700 casas para abrigar parte dos futuros trabalhadores. Além disso, providenciou alojamentos para os temporários.

Em Ribas do Rio Pardo, onde a Suzano investiu R$ 22,3 bilhões na construção da fábrica que entrou em operação em julho do ano passado e que tem capacidade para até 2,55 milhões de toneladas por ano, a própria empresa construiu 954 unidades habitacionais para ajudar a mitigar a especulação imobiliária que havia tomado conta da cidade. 

Foram 551 casas de 46 metros quadrados (dois quartos) e 403 com 59,3 metros quadrados (três quartos). Conforme anúncio feito em meados de 2023, não haveria cobrança de aluguel e os moradores teriam apenas uma coparticipação por meio do pagamento de uma taxa de uso do imóvel.

E este empreendimento foi feito nos moldes daquilo que já existia em Três Lagoas, onde também havia falta de imóveis e a Suzano construiu casas para frear a especulação imobiliária. A Fábrica da Suzano em Três Lagoas entrou em operação em 2009.

“Esta ação é baseada na experiência positiva obtida pela companhia na construção da primeira fábrica em Três Lagoas, em que os imóveis construídos pela empresa colaboraram para suprir a demanda do setor imobiliário do município”, destacou a assessoria da Suzano. 

A empresa não revelou o valor  investindo no projeto habitacional, mas informou que existe a possibilidade de os imóveis serem vendidos para os futuros moradores. Por conta do aumento na procura, o valor dos arrendamentos e dos próprios imóveis chegou a subir 400% em Ribas.

“Num primeiro momento, as casas não serão vendidas. As pessoas vão usufruir dos imóveis e, futuramente, em data ainda não definida, eles estarão disponíveis para compra pelos moradores/colaboradores, com valores diferenciados e condições especiais de pagamento”, informou a Suzano.

BATAGUASSU

No estudo que aponta os impactos do empreendimento em Bataguassu, município com 24 mil habitantes, a Bracell traz detalhes apenas sobre os alojamentos para os trabalhadores transitórios. A previsão é de que sejam até 12 mil operários, para os quais serão construídos dois alojamentos, cada um com capacidade para até cinco mil pessoas. 

O estudo não aponta o local exato onde serão instalados estes alojamentos, mas aponta que será fora da cidade. “Quanto à acomodação dos profissionais que vierem de fora da região durante a fase de implantação do empreendimento, a BRACELL utilizará alojamentos próprios para acomodá-los visando não sobrecarregar o sistema atual de saneamento referente à água potável, energia elétrica e esgoto.” 

O Correio do Estado procurou a Bracell em busca de informações sobre a possibilidade de investimento na construção de casas, já que antes mesmo do início das obras os planos de transferência de funcionários estão sendo revistos. Porém, até a publicação da reportagem não havia obtido retorno. 
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).