Discutido há mais de 25 anos, o corredor bioceânico que integra Brasil, Paraguai, Argentina e Chile deve custar ao menos R$ 3,2 bilhões. Esses são os valores divulgados por três países com exceção da Argentina, que não estima o custo para que o transporte de cargas pelo trajeto se torne realidade. Seminário sobre o assunto termina hoje em Campo Grande.
A expectativa é que o corredor fique pronto em no mínimo 4 anos. Serão investidos R$ 1,1 bilhão pelo Chile, R$ 2 bilhões pelo Paraguai e R$ 127 milhões pelo Brasil, nesse valor está incluído os R$ 63 milhões que serão divididos com o Paraguai para a construção da ponte que ligará os dois países por Porto Murtinho e Carmelo Peralta (PY).
Ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Ricardo Leite, afirma que planos logísticos no país foram adiantados em decorrência do projeto. As obras da ponte que ligará Brasil e Paraguai estão em fase de licitação e começam no próximo semestre.
“Infraestrutura é fundamental para nossa sustentabilidade. Estamos quase prontos e temos como obrigação fazer disso uma realidade”, afirmou.
Para o Ministro de Obras do Chile, Alberto Undurraga, o processo do país é o mais adiantado de todos porque a pavimentação já está concluída e portos concedidos serão ampliados a medida que a demanda aumentar.
“Vamos realizar uma duplicação de pista em Calama e Antofagasta orçada em 200 milhões de dólares e reforçar outros setores com 150 milhões de dólares. Temos capacidade para atender a demanda, mas precisamos melhorar tempos de fronteira (aduana)”.
Representante do governo brasileiro, João Carlos Parkinson, coordenador de assuntos economicos latino americanos e caribenhos do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que as mudanças nas aduanas deverão agilizar fluxo de mercadorias fazendo com que elas cheguem ao Pacífico em três dias.
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) também participou do debate e afirmou que os investimentos brasileiros já estão assegurados.
“A rota possui viabilidade por ser mais curta e os investimentos já estarem com recursos disponíveis. No caso do Brasil, falta a ponte que liga ao Paraguai, mas o DNIT tem dotação orçamentária, assim como outros países, para que as ações sejam feitas”.
A expectativa é que quando a nova rota estiver em funcionamento, o transporte tenha redução de 30% nos custos.
ESTRATÉGIA
Mato Grosso do Sul pretende, com a rota bioceânica, fortalecer o agronegócio com alternativa para escoamento da produção e importação direta de insumos. Já o Chile se consolidar como plataforma logística, a Argentina implantar infraestrutura de US$ 15 bilhões e o Paraguai integrar a região conhecida como “Chaco” com o restante do país.
Com a conexão rodoviária, de 1,8 mil quilômetros, os caminhões que partirem de Porto Murtinho devem levar cerca de três dias para acessar os portos chilenos e mercados asiáticos. Tal alternativa elimina média de catorze dias nas rotas marítimas via Canal do Panamá ou que contornam a América do Sul.