Ano de 2025 foi intenso em Mato Grosso do Sul.
Este ano teve morte de ícones em acidente aéreo, operações, escândalo em prefeituras, greves que “judiaram” da população, acidentes fatais, feminicídios, inauguração de voos históricos e muitos mais.
Foi um ano de grandes emoções, positivas e negativas. O Correio do Estado preparou uma linha do tempo de 2025, em ordem cronológica, para você se lembrar dos momentos que mais marcaram o Estado neste ano. Confira:
FEMINICÍDIO DA JORNALISTA VANESSA RICARTE
Jornalista, Vanessa Ricarte, de 42 anos, morreu esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, em 12 de fevereiro, em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande. Ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga.
Ela era assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e se formou em jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Eles namoravam há 4 meses e moravam juntos. Ele tem passagens pela polícia por roubo, tentativa de suicídio, ameaça e violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.
A morte de Vanessa ganhou repercussão nacional na época e alterou o modus operandi da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul no combate à violência contra mulher:
- Delegadas da DEAM foram transferidas para outras unidades
- Desengavetamento de BOs
- Capacitação de policiais em combate à violência doméstica
- Criação de um Grupo de Trabalho (GT)
- Instauração de inquérito relativos aos BOs de violência doméstica
- Aumento do efetivo da Polícia Civil
- Uso de tecnologia
- Criação do Procedimento Operacional Padrão (POP)
- 57 salas lilás
- Trabalhos em escolas e universidades contra violência doméstica
MORTE DE CORREDORA
Danielle Oliveira, de 41 anos, morreu atropelada por um motorista bêbado, em 15 de fevereiro, na MS-010, saída para Rochedinho, área rural de Campo Grande.
Danielle estava correndo em um grupo de 20 pessoas, no acostamento da rodovia, quando João Vitor Vilela, de 22 anos, estudante de medicina, motorista de um Fiat Pulse prata, em alta velocidade, perdeu a direção, atingiu o grupo e atropelou duas corredoras.
Uma morreu e a outra ficou ferida. O motorista do carro, estudante de medicina, estava visivelmente bêbado e foi preso em flagrante por embriaguez ao volante. Atualmente, ele já está solto.
Latinhas de cerveja foram encontradas dentro do veículo e uma pulseira de boate estava no pulso do autor.
A morte da corredora ganhou repercussão estadual na época.
MORTE DE MULHER TRANS QUEIMADA
Pâmela Mirela, de 31 anos, mulher transexual, morreu com 90% do corpo queimado em incêndio criminoso, em 21 de fevereiro, no Hospital Santa Casa de Campo Grande, localizado na rua Eduardo Santos Pereira, número 88, Centro, na Capital.
Ela teve corpo queimado e a casa incendiada, após briga em boate. Em 18 de fevereiro, Pâmela estava em uma boate, frequentada por garotas de programa, quando se envolveu em uma briga com outras mulheres trans, identificadas como “Baby” e “Yara”.
A confusão se deu por conta de serviços de prostituição e programas sexuais que elas praticam.
Como vingança, “Baby” e “Yara” foram até a Vila Carvalho, onde Pâmela mora, para “acertar as contas”, em 19 de fevereiro.
Em posse de galão de gasolina e isqueiro, despejaram o líquido por debaixo das portas e pelas frestas do muro, atearam fogo no local, saíram correndo e foram embora.
O fogo se alastrou rapidamente pela residência e Pâmela, que estava dentro de casa, sofreu queimaduras profundas e gravíssimas, tendo 90% do corpo queimado.
MORTE DE MÃE E FILHA INCENDIADAS
Corpos de uma mulher de 30 anos (mãe) e de uma bebê de 10 meses (filha) foram encontrados carbonizados, em 26 de maio, por volta das 22h35min, na rua Desembargador Ernesto Borges, bairro Morada Imperial, próximo ao Indubrasil, em Campo Grande.
O pescoço da mulher estava quebrado. A criança estava nos braços (colo) da mãe. Ambas morreram abraçadas. Quem matou e ateou fogo contra as duas foi o esposo/pai. A "justificativa" seria de que ele não queria pagar pensão para a criança.
Moradores da região encontraram os corpos em chamas no asfalto e acionaram a polícia. Compareceram ao local duas viaturas do Corpo de Bombeiros, uma da Polícia Militar, três da Polícia Civil e duas da Polícia Científica.
Por conta do combustível usado no crime, as chamas se alastraram pela vegetação e Bombeiros tiveram de intervir para controlar o fogo.
OPERAÇÃO DO GAECO CONTRA 11 PREFEITURAS
Em 2025, ao menos 11 prefeituras e Câmara Municipal foram alvos de operações por parte do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc).
Levantamento feito pelo Correio do Estado nas investigações em andamento do MPMS mostrou que, pelo menos, 10 prefeituras e uma Câmara Municipal tiveram mandados de busca e apreensão expedidos, e em alguns casos até de prisão, por suspeitas de crimes que envolviam fraude em licitações públicas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
PRIMEIRO VOO DE GUARULHOS A BONITO
Bonito, principal destino turístico de Mato Grosso do Sul, recebeu o primeiro voo comercial direto do Aeroporto de Guarulhos (GRU) em 3 de setembro.
A rota GRU-BYO/BYO-GRU é inédita pois liga Bonito ao Aeroporto Internacional de São Paulo – Guarulhos, o maior da América do Sul, com 50 destinos nacionais e 90 internacionais.
Com isso, o município passa a ser contemplado pelas três linhas aéreas do país: Gol, Latam e Azul em cinco dias da semana: terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sábado e domingo.
PRISÃO DO PREFEITO DE TERENOS
Prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), foi preso em 9 de setembro em uma operação que investiga desvio milionário de dinheiro.
Ele é suspeito de liderar uma fraude em 11 licitações. A ação contou com o cumprimento de 16 mandados. Com o escândalo, a tradicional Festa do Ovo, que é realizada todos os anos, foi cancelada.
Quem assumiu a prefeitura foi o doutor Arlindo Landolfi Filho.
ACIDENTE AÉREO – CINEASTAS E CHINÊS MORTOS
Avião de pequeno porte caiu e explodiu, em 23 de setembro, na região da Fazenda Barra Mansa, Pantanal sul-mato-grossense, em Aquidauana, município localizado a 141 quilômetros de Campo Grande.
Quatro pessoas estavam a bordo e todas morreram na hora. Os corpos foram carbonizados devido à explosão.
As vítimas são Marcelo Pereira de Barros (piloto), Kongjian Yu (arquiteto renomado mundialmente), Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz (cineasta/documentarista) e Rubens Crispim Junior (diretor/fotógrafo).
A novela “Pantanal”, da Rede Globo, foi gravada neste local. Esta é a segunda queda de avião de pequeno porte em menos de uma semana em Mato Grosso do Sul.
ACIDENTE COM MORTE EM MURETA NA GUNTER HANS
Daniel Moretti Nogueira, de 26 anos e Ângelo Antônio Alvarenga Perez, de 23 anos morreram em acidente gravíssimo, ao colidir contra uma mureta da avenida Gunter Hans, em 29 de novembro.
Ângelo morreu na hora e Daniel faleceu após ficar 16 dias internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa.
O acidente repercutiu na imprensa campo-grandense e pôs em questão a inutilidade da mureta do corredor de ônibus da Gunter Hans, que está obsoleta há anos devido a obra inacabada.
GREVE DOS ÔNIBUS
Em 2025, Campo Grande enfrentou uma das maiores greve dos ônibus da história. Ao todo, a capital ficou 4 dias sem transporte coletivo, de 15 a 18 de dezembro.
Todos os terminais e pontos ficam vazios. A greve afetou 100 mil usuários, que usam o transporte coletivo diariamente para ir e voltar do trabalho. A paralisação estava programada, foi alertada antecipadamente e não pegou usuários de surpresa.
Esta foi a segunda vez no ano em que a Capital ficou sem transporte. Em 22 de outubro de 2025, Campo Grande amanheceu sem ônibus, com terminais fechados e pontos vazios. Os motoristas do transporte coletivo paralisaram atividades por duas horas, das 4h30min às 6h30min, o que refletiu em atrasos o dia todo. O fato pegou usuários de surpresa, que acordaram para ir trabalhar e não tinham meio de locomoção.
A greve ocorreu por falta de pagamento. O Consórcio Guaicurus alegou que está em crise financeira e que não tinha dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos).
PARALISAÇÃO NA SANTA CASA
Funcionários paralisaram atividades, por dois dias, 22 e 23 de dezembro, no Hospital Santa Casa de Campo Grande.
A paralisação afetou 30% dos atendimentos no maior hospital de Mato Grosso do Sul. Ao todo, 1.200 funcionários CLT de enfermagem, limpeza e copa cruzaram os braços e ficaram sem trabalhar.
A paralisação ocorreu por falta de pagamento do 13º salário. Até então, a proposta seria de que o 13º seria pago em três parcelas: em janeiro, fevereiro e março. Mas, os funcionários recusaram a proposta e iniciaram as paralisações e protestos.
Os serviços afetados foram atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro e UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).