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De 7 empresas que não terminaram obras da educação, 2 foram punidas pela Receita

Uma terceira empreiteira que abandonou construção entrou em processo de recuperação judicial e conseguiu não falir

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Campo Grande tem 13 obras inacabadas relacionadas à educação, e das sete empreiteiras que foram responsáveis por 12 delas, duas estão inaptas, de acordo com a Receita Federal, por omissão de declarações e uma terceira passou por processo de recuperação fiscal.

Uma das empresas que está inapta de acordo com a Receita Federal é a Selco Serviços de Engenharia Elétrica e Comércio Ltda., que mudou o nome cadastrado no CNPJ para Selco Infraestrutura Ltda.

A empreiteira foi responsável pela construção de duas escolas municipais de Educação Infantil (Emeis), uma no Bairro São Conrado e Oliveira 2, que atualmente estão cadastradas para um novo processo de licitação, ainda sem data para ocorrer. Em ambas, a vigência do repasse financeiro, feito pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento em Educação (FNDE), encerra em julho deste ano.

A Selco está inapta desde abril de 2021. Entretanto, antes de ser fechada, a empresa participou de outras licitações e venceu.

Em 2016, na gestão do então prefeito Alcides Bernal, a empreiteira foi contratada para executar obras de infraestrutura e pavimentação.

Moradores do Bairro Vila Nasser, um dos locais em que a empresa deveria atuar, foram até a Câmara Municipal de Campo Grande em 2020 reclamar da situação das ruas, que não receberam o serviço contratado.

A Selco também conseguiu outras licitações em 2016, uma delas de R$ 7,4 milhões para recapeamento e drenagem da Avenida José Nogueira Vieira, Rua Albert Sabin, Rua Joaquim Murtinho e Avenida Ministro João Arinos.

A empresa foi citada na Operação Lama Asfáltica e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apontou que a empreiteira recebeu por serviço não executado.

Outra empresa fechada que não entregou uma obra da educação foi a Coletto Engenharia Ltda. A empreiteira era a responsável pela obra da Emei do Bairro Jardim Anache, que atualmente vai passar por uma nova licitação – também sem prazo –, e está inapta pela Receita Federal desde janeiro de 2022 por omissão de dados.

A empresa também tem uma sede em Corumbá com o mesmo nome e os mesmos donos, mas outro CNPJ, e segue participando de licitações públicas, tendo vencido algumas nos últimos anos, como obras da prefeitura de Corumbá em 2015 e 2017.

A Coletto também foi processada pela Prefeitura de Campo Grande para reaver R$ 18.152,65 que a empresa estaria devendo ao Executivo municipal. No entanto, o processo foi julgado em favor da empreiteira.

Responsável por quatro das 13 obras inacabadas da educação, a Casaalta Construções Ltda. não quis comentar sobre as Emeis, a do Bairro Moreninha 2, Jardim Nashville, Serraville e Jardim Colorado.

Todos os contratos foram assinados em 2014 e tiveram a vigência de repasse financeiro vencida em 2019. A empresa não foi encontrada em outras licitações, porém, nos últimos anos, passou por processo de recuperação judicial.

OUTRAS EMPRESAS

Das empresas que ainda estão ativas, a LZN Engenharia e Consultoria Ltda. também foi encontrada com outro nome: Gradual Engenharia.

A empreiteira assinou em 2012 o contrato da construção da Emei do Bairro Vila Popular e em 2013 da Emei do Bairro Jardim Talismã. As duas ainda não foram entregues.

A vigência de repasse financeiro para a obra do Bairro Jardim Talismã venceu no dia 13 deste mês, já a vigência de repasse para a Emei do Bairro Jardim Popular vence em julho deste ano.

De acordo com o site do Sistema Integrado de Monitoramento e Controle (Simec), que pertence ao FNDE, a construção estaria em andamento, porém, na verdade, ela está paralisada.

A Gradual foi procurada pela reportagem por meio do contato disponível na internet, mas não obteve resposta.

A empresa seguiu participando de licitações da prefeitura e do Estado. Em 2018, venceu o processo para realizar manutenção de ruas sem asfalto na área do Segredo, no valor de R$ 3.881.497,40; em 2017, venceu a licitação de tapa-buracos da região do Prosa, no valor de R$ 4.618.225,76.

Entretanto, a Gradual foi suspensa em 2019 de participar de licitações e impedida de contratos com a administração municipal por dois anos por conta de um processo administrativo de 2017.

Mesmo assim, atua em outras áreas, como com a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Sanesul), que, de 2015 a 2019, faturou um total de R$ 17,5 milhões em obras de revitalizações de rodovias em Maracaju.

Em 2021, a Gradual venceu outra licitação da Sanesul, de R$ 9,5 milhões, também para obras em Maracaju.

Já a Stenge Engenharia Ltda. era responsável pela construção da Emei do Bairro Radialista, que está inacabada, e a vigência de repasse financeiro foi vencida em janeiro deste ano.

A empresa foi procurada pela reportagem, mas todos os números disponíveis na internet estão errados.

Mesmo sem entregar uma obra, cujo o contrato foi assinado em 2014, a Stenge Engenharia conseguiu contratos em 2018 com a prefeitura de Corumbá para requalificação urbanística na ligação da parte alta da cidade.

A empresa também está sendo investigada por enriquecimento ilícito, improbidade administrativa, crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético – processos movidos pelo MPMS.

A Pavitec Construtora Ltda. foi responsável pela obra da Emei do Jardim Inápolis, que também vai passar por uma nova licitação. A construtora está funcionando, mas a reportagem não conseguiu contato com seus responsáveis.

A empresa também venceu outras licitações: em 2012, para construir a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), no residencial Ana Maria Couto, no valor de R$ 1.072.545,00; e de tapa-buracos, em 2017, na região do Bandeira, no valor de R$ 5.748.128,06, e do Segredo, no valor de R$ 4.285.915,99.

A Gomes e Azevedo foi a única que informou o motivo de não ter terminado a obra a que ficou responsável.

De acordo com Erson Gomes de Azevedo, proprietário da empresa, a Prefeitura de Campo Grande atrasou seis meses de pagamento, e por isso a empreiteira entrou, em julho de 2021, com o pedido de rescisão de contrato ou pagamento imediato da dívida. A rescisão foi assinada em setembro do mesmo ano.

Entretanto, no site de obras da prefeitura não consta que a empresa entregou a obra, que tem vigência de recursos até julho deste ano.

O proprietário da empresa afirmou que quando deixou a obra já estavam caminhando para a fase de acabamento.

“Acho que o poder público não está muito preocupado, a prefeitura não está muito preocupada. Eu trabalho em todos os municípios de MS e para o governo do Estado, e eu percebo que todos estão caminhando para não ter obras paradas, menos Campo Grande”, diz Erson.

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ÊXITO

Dez dias depois de retirar câncer, Vander Loubet recebe alta hospitalar

Mesmo após retirar o tumor e receber alta, deputado ainda seguirá afastado das suas funções políticas enquanto continua acompanhamento da doença

08/11/2025 15h30

Vander Loubet (PT) foi diagnosticado com câncer há um mês e passou por cirurgia para retirada no dia 28 de outubro

Vander Loubet (PT) foi diagnosticado com câncer há um mês e passou por cirurgia para retirada no dia 28 de outubro Foto: Zeca Ribeiro

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Quase um mês depois de ser diagnosticado com câncer na próstata, o deputado federal Vander Loubet (PT) recebeu uma ótima notícia dos médicos. Após dez dias em observação em um hospital de São Paulo, o parlamentar recebeu alta hospitalar, mas seguirá afastado de suas funções políticas para que realize o acompanhamento da doença durante as próximas semanas.

Nas suas redes sociais, Vander compartilhou a atualização médica com seus seguidores. Por ter descoberto o câncer de maneira precoce e tê-lo retirado poucos dias depois, o deputado afirmou que a rapidez se deu pelos exames de rotina que faz frequentemente e recomenda que isso seja um passo que toda a população faça.

Além disso, o parlamentar detalhou que o resultado da biópsia - procedimento feito após a cirurgia de retirada do câncer - revelou que não será preciso realizar radioterapia, que geralmente atua como ação para prevenir a recidiva nestes casos. 

Dito isso, o deputado ainda terá que acompanhar a doença de perto com seus médicos pelas próximas semanas, para evitar que algum outro transtorno da cirurgia ou do próprio câncer retorne. Porém, a alta hospitalar já foi motivo de muita comemoração por sua parte.

“Queria agradecer a todos vocês [seguidores], as orações, as rezas, as energias positivas. A partir de agora, é comemorar e poder logo logo voltar às atividades e fazer aquilo que mais gosto de fazer, que é política, que é estar com a minha família e com vocês. Um grande abraço e obrigado por todo carinho”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.

Últimos 30 dias

No dia 10 de outubro, por meio de nota enviada à imprensa, Vander informou que em exames de rotina "recebeu a confirmação de um diagnóstico precoce de câncer de próstata". 

Segundo esta nota, a identificação aconteceu graças ao acompanhamento médico regular e aos cuidados preventivos que o parlamentar mantém há anos.

Após a realização de exames complementares, que definiram o protocolo e o cronograma detalhado do tratamento, o deputado passou pela prostatectomia, cirurgia que retira o câncer da próstata, no dia 28 de outubro.

Saiba

Em seu sexto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, o petista de 61 anos está de olho em uma vaga no senado nas eleições de 2026.

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mais 30 anos

Às vésperas de renovar a concessão, Energisa anuncia queda no lucro

Retração foi de 17,5% na comparação com os primeiros nove meses do ano passado, mas ainda foi de R$ 1,28 milhão por dia

08/11/2025 12h50

Resultado financeiro saiu em meio a uma semana marcada pela falta de energia que afetou milhares de consumidores em MS

Resultado financeiro saiu em meio a uma semana marcada pela falta de energia que afetou milhares de consumidores em MS

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À espera da assinatura do contrato para renovar a concessão por mais 30 anos e em meio a uma semana marcada por dois temporais que deixaram milhares de consumidores sem enegia em Campo Grande e em cidades do interior do Estado, a Energisa divulgou nesta sexta-feira (7) queda de 17,5% no lucro líquido neste ano na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. 

Mesmo assim, a concessionária que abastece 74 municípios de Mato Grosso do Sul ainda garantiu lucro de R$ 346,3 milhões desde o começo do ano, o que equivale a um superávit diário de R$ 1,28 milhão. No ano passado, em igual período, a empresa teve resultado de  R$ 419,9 milhões, ou R$ 1,55 milhão diários.

A retração do lucro líquido, conforme explica a própria empresa em seu balanço relativo ao terceiro trimestre do ano, "foi impactado pelo aumento das despesas financeiras, refletindo principalmente o maior custo da dívida".  Estas dívidas somam R$ 3, 791 bilhões.

Se não fossem os juros destas dívidas, o lucro da concessionária seria bem maior, pois a receita corrente líquida aumentou em 9,1% nos primeiros nove meses do ano, passando de R$ 3,251 bilhões para R$ 3,548 bilhões. 

Uma das explicações para a alta no faturamento é o crescimento de 1,5% no número de consumidores cativos, que passaram de 1,148 milhão  para 1,166 milhão de clientes. 

Mas, apesar do aumento de 18 mil consumidores, o faturamento com a venda de energia sofreu queda de 4,6% nos primeiros nove meses de 2025, ano em que as temperaturas foram mais amenas que em 2024. Nos setores comercial e industrial, esta queda foi bem mais significativa, de 24% e 21%, respectivamente. 

"Vale lembrar que no terceiro trimestre de 2024, o mercado havia registrado a maior alta em 23 anos (10,3%), em meio a temperaturas elevadas e consumo atípico na indústria. Já no terceiro trimestre de 2025 o clima foi mais frio", cita o texto do balanço.

Computando todos os tipos de clientes da Energisa, o consumo de energia caiu 8% no terceiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2025. O volume caiu de  967,1 gigawatt-hora para  889,8 GWh. A explicação foi a temperatura mais amena que no ano anterior. 

Mesmo com a retração na venda de energia, a empresa garante que elevou em 3,2% os investimentos neste ano, que passaram de R$ 536,3 milhões para R$  553,7  milhões ao longo dos primeiros nove meses. 

CONCESSÃO

Além de trazer as informações relativas às finanças, o balanço da Energisa informa também que está a um passo de conseguir renovar a concessão do serviço por mais 30 anos em Mato Grosso do Sul. 

O contrato atual foi assinado em 4 de dezembro de 1997 e vence no dia 3 de dezembro de 2027. Porém, a renovação precisa ser feita pelo menos dois anos antes desta data para não haver o risco de o serviço ficar sem empresa responsável pela manutenção.

Em 17 de junho deste ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já aprovou a renovação do contrato e agora a Energisa aguarda somente uma análise do Tribunal de Contas da União e posterior assinatura de um novo contrato. A previsão é de que isso ocorra ainda neste ano.

 


 

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