Cidades

SAÚDE

De remédios a sacos de lixo,
falta quase tudo na Santa Casa

No total, são 74 itens com estoque muito baixo, zerado ou em situação crítica

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Sem morfina, insulina, agulha, ataduras e até sacos de lixo. O estoque de medicamentos, insumos e materiais diversos da Santa Casa está vazio. A situação do hospital, que também está sem pagar os salários dos médicos autônomos e pessoa jurídica (PJ) – em alguns casos, com atrasos de 6 a 3 meses – e tem dívidas junto aos fornecedores, é crítica. No total, são 74 itens com estoque muito baixo, zerado ou em situação “extremamente crítica”. 

O Correio do Estado teve acesso ao e-mail enviado no fim da tarde de quarta-feira (10) pelo gerente de logística Luiz Gonçalves Mendes Júnior para o diretor administrativo do hospital, Kélson Alves Granja, no qual é relatado o problema. “Em vista da falta de pagamentos a fornecedores de materiais e medicamentos, corre-se o risco de desabastecimento de alguns produtos essenciais para o funcionamento deste hospital”, disse o funcionário. No texto, Mendes revela ainda que a lista de pagamentos necessários e a relação de produtos críticos já foi comunicada previamente aos setores competentes. “Mas, até o momento, os pagamentos não ocorreram”, diz o gerente.

Entre materiais que precisam ser comprados e pagos com urgência há itens básicos como soro fisiológico, ataduras de algodão e de crepe para pacientes ortopédicos, copo descartável e saco de lixo. Outras medicações que deveriam estar disponíveis sem falhas são glicose, insulina, canula para traqueostomia, sonda, agulha para biópsia e compressa para cirurgias.

Morfina também é um dos medicamentos com estoque prejudicado. De acordo com o relatório do hospital, o analgésico está zerado desde quarta-feira (10). No total, 25 itens médico-hospitalares que são utilizados em cirurgias e diversos tipos de tratamento, inclusive oncológico, estão acabando. Outros medicamentos para tratamento contra o câncer estão em situação crítica. A Santa Casa também fez empréstimos de itens de outros hospitais. 

CAOS

Enquanto é feito trabalho de organização dos remédios para que os serviços sejam mantidos, as cirurgias e o atendimento ambulatorial estão suspensos. “Por conta da falta de pagamento dos médicos, estão suspensas as cirurgias cardíacas adulto e infantil e também torácica. Na verdade, os pagamentos continuam em atraso para várias especialidades – a maioria dos médicos de regime autônomo e PJ. São vários meses em atraso ainda”, explicou o Diretor Clínico do hospital, Marcos Paulo Tiguman.

Em relação à falta de medicamentos, o representante dos médicos disse que existem problemas constantes. “Hoje falta, amanhã compram e aí falta outra coisa. Vários setores têm falta de insumos e medicamentos. E os profissionais vão se virando como podem, fazem empréstimos”.

Outros dois médicos, que pediram para não ter o nome divulgado, afirmaram que o atraso dos pagamentos afeta aproximadamente 300 profissionais. “Eu reduzi meus atendimentos na Santa Casa; não faço plantões porque eles não estão pagando nada, nem a produtividade. Na quarta-feira [10], chamaram a gente para conversar e a única proposta foi de nos pagarem um acréscimo no valor dos honorários. Mas ninguém fala de pagar o que está atrasado”, afirmou um dos profissionais.

“Converso com fornecedores e entre eles a informação é de alerta quando decidem vender para a Santa Casa. É um risco, então acabam colocando o preço mais alto no que é vendido. E vendem a prazo. Mas, como o hospital passa a dever, deixam aquela conta em aberto e fazem outra com novo fornecedor e por aí vai”, disse outro médico.

Porém, também há informação de que o hospital terceiriza as compras de medicamentos para uma empresa, que recebe quantias milionárias para garantir o abastecimento. Reportagem publicada pelo Correio do Estado na edição do dia 20 de maio deste ano mostrou que até mesmo para os conselheiros da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), responsável por administrar a Santa Casa, os contratos individuais firmados com empresas terceirizadas são uma verdadeira “caixa-preta”. Em 2018, a entidade desembolsou R$ 22,3 milhões com serviços terceirizados. O valor corresponde a 60% do deficit – de R$ 37,5 milhões – verificado nas contas da entidade. Sem informações comprovadas de efetividade dos serviços prestados, envolvem a empresa Norge Pharma Comércio de Medicamentos e Materiais de Soluções em Saúde Ltda. 

“Os enfermeiros fazem empréstimos de outros setores. Existem também parcerias com outros hospitais e, às vezes, tomam por empréstimos de outras instituições”, disse Helena Delgado, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Área (Siems).

Tempo

Verão começa com previsão de chuvas abaixo da média histórica

Estação mais quente do ano começou na manhã deste sábado

21/12/2024 09h15

Verão 2024/2025 terá menos chuvas

Verão 2024/2025 terá menos chuvas Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão de 2024/2025 teve início neste sábado (21), às 6h20 (horário de Brasília), marcando o começo da estação mais quente do ano no Hemisfério Sul.

A estação traz consigo mudanças rápidas nas condições climáticas, caracterizadas por chuvas intensas e ventos fortes em algumas regiões, além de dias mais longos e temperaturas elevadas em todo o país.

Previsões climáticas

De acordo com o Prognóstico Climático de Verão divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as previsões para esta estação indicam uma tendência de chuvas abaixo da média na maior parte do Brasil. A meteorologista do Inmet, Maytê Coutinho, explica que "de maneira geral, as previsões climáticas indicam o predomínio de chuvas abaixo da média climatológica em grande parte do país".

A meteorologista alerta que a regularidade das chuvas nas Regiões Norte e Nordeste pode ser ainda mais comprometida se as atuais condições oceânicas permanecerem, com águas mais quentes no Atlântico Tropical Norte e mais frias no Atlântico Tropical Sul.

Distribuição Regional das Chuvas:

  • Norte: Exceção à tendência geral, com predomínio de chuvas acima da média.
  • Nordeste: Expectativa de menor volume de chuvas entre janeiro e março.
  • Centro-Oeste e Sudeste: Precipitações devem ficar entre o normal e abaixo da média.
  • Sul: Chuvas devem permanecer na faixa normal ou abaixo do normal, com volumes já naturalmente menores nesta época do ano.

La Niña

O fenômeno La Niña, que tradicionalmente causa fortes chuvas no Norte e Nordeste do Brasil e secas no Sul, terá uma duração mais curta neste verão. A probabilidade de suas condições prevalecerem é de 60% entre janeiro e março, diminuindo para 40% entre fevereiro e abril de 2025.

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INFRAESTRUTURA

Governo de MS dará prazo maior para início das obras na Rota da Celulose

Readequação do edital do leilão das rodovias deverá trazer, entre as mudanças, menos investimentos no 2º ano de concessão

21/12/2024 09h00

Trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo deverá ser duplicado e início do investimento estava previsto para o 2º ano de contrato

Trecho entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo deverá ser duplicado e início do investimento estava previsto para o 2º ano de contrato Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após o leilão da Rota da Celulose em Mato Grosso do Sul não ter interessados, o governo do Estado trabalha em readequações no edital. Entre as mudanças, segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), está o maior prazo para início de algumas obras que deveriam começar já no segundo ano de concessão.

O pacote de rodovias inclui trechos das rodovias BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395, que estão localizadas no leste de Mato Grosso do Sul, região com grandes fábricas de celulose. Ao todo, são 870,3 quilômetros de estradas. As rodovias também são caminhos para o estado de São Paulo.

De acordo com o governador, não haverá necessidade de mudanças no valor do pedágio e também na quantidade de investimentos a serem feitos pela empresa vencedora do certame. Essa informação já havia sido antecipada pelo Correio do Estado no dia 4, dois dias depois do leilão ter ficado deserto.

Riedel afirmou ainda que apenas a readequação do cronograma deverá trazer a estabilidade necessária para a concorrência.

“Você tem de equilibrar valor de pedágio com esse fluxo de investimentos, então, nós retiramos de um momento inicial e colocamos mais para a frente, dividimos o segundo ano, que estava muito concentrado, para segundo e terceiro em termo de investimento, principalmente em relação à duplicação [do trecho] Campo Grande-Ribas, que é a maior demanda inicial, pelo maior fluxo”, declarou o governador, durante coletiva nesta sexta-feira.

Nesse cronograma a ser modificado estão, principalmente, o início da construção de seis viadutos sobre passagens de ferrovias.

“Não há de se mexer na estrutura do projeto, não foi diminuído ou aumentado um quilômetro sequer de qualquer ação que a gente venha a fazer. Tem uma discussão nossa em relação ao timing dos viadutos sobre as passagens de ferrovia, que são seis ao custo de R$ 50 milhões, e R$ 300 milhões do Capex inicial, e que, se você jogar para a frente, você ajuda a reequilibrar o projeto e não é necessário fazer no segundo ano, como estava previsto”, explicou Riedel.

Segundo o cronograma apresentado anteriormente pelo Escritório de Parcerias Estratégicas de Mato Grosso do Sul (EPE-MS), estava previsto para o segundo ano de contrato, além das obras dos viadutos, o início da duplicação de 104,94 km na BR-262, dos 129,93 km totais para a rodovia.

Também estava nesse período a construção de 69,41 km de terceiras faixas e de 433,32 km de acostamento na BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395.

“São ajustes muito pequenos, do ponto de vista do fluxo da operação, para que tenha mais atratividade, sem mexer em preço e pedágio e sem mexer no projeto original, mas deslocando algumas ações”, ressaltou Riedel.

O governador ainda garantiu que o edital voltará para a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em janeiro de 2025, para que em 90 dias, ou seja, em abril, o pacote de rodovias seja leiloado.

“Eu voltei anteontem [quarta-feira] de Brasília e, infelizmente, tive de cancelar o Natal e o Ano-Novo da equipe do EPE, porque em janeiro a gente volta ao mercado para ir a leilão no prazo de 90 dias. Nossa equipe ficará fazendo as adequações e nós publicaremos ainda em janeiro para ir a leilão em abril”, afirmou.

INVESTIMENTO

O contrato de concessão para a Rota da Celulose será de 30 anos, com estimativa de investimento de R$ 8,8 bilhões, diluído até os últimos anos de contrato, já que, pelo cronograma inicial, as requalificações na pista terminarão no 24º ano após a assinatura.

A obra que terá maior prazo para início dos investimentos será a implantação da terceira faixa na MS-040, que poderá demorar 24 anos para ser concluída, conforme já havia antecipado o Correio do Estado em setembro deste ano.

LEILÃO

O dia 2 de dezembro era a data para que interessados no projeto da Rota da Celulose enviassem suas propostas. O leilão, porém, só aconteceria no dia 6, entretanto, a concessão não atraiu o interesse de nenhum investidor.

Conforme apurado pelo Correio do Estado e corroborado pelo governador, um dos motivos para isso foi o grande número de outros lotes que foram a leilão no País neste mês e que despertaram maior interesse dos investidores. 

“O momento da economia não ajudou, e uma situação que pode ser negativa, mas ela é positiva, é que existem muitos projetos na praça, o que é bom também, mas o Brasil não tem tantos grandes players para assumir uma responsabilidade dessa”, disse Riedel.

Saiba

Apesar de as obras de requalificação do asfalto na Rota da Celulose só estarem previstas para começar a partir do 2º ano de contrato, a cobrança de pedágio nas 12 praças ao longo do percurso deverá ter início já no 13º mês após a assinatura do acordo.

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