Enquanto uns lamentam que “nunca venceram nem uma rifa”, outros ostentam a facilidade com que vencem sorteios e promoções. Este é o caso da merendeira Josefa Felismino de Souza, de 49 anos, com histórico de “vitórias” que motiva brincadeiras entre os amigos.
A primeira conquista veio aos 17 anos, quando ganhou uma saia jeans depois de participar de uma promoção de rádio. “Você tinha que responder uma pergunta e o sorteio era feito entre os que acertavam”, lembra. A partir desse momento, a sorte parece nunca a ter abandonado. “ Já ganhei kits de perfumes, semi-joias, CD's, DVD's, kits de roupas e até entrada em shows com direito a entrar no camarim”.
Essas visitas ao espaço reservado dos artistas renderam várias fotos e todas são guardadas com carinho pela merendeira. “O primeiro camarim foi de Rick e Renner, depois do grupo Tradição, César Menotti e Fabiano, Michel Teló – duas vezes cada um – e o último Chitãozinho & Xororó”.
Nessa lista de recompensas também tem dinheiro. “Um de R$ 365 outro de R$ 250, outro de R$ 100. Duas bicicletas, batedeira , liquidificador, brinquedos , CD's , DVD's e muitos ingressos de cinema”.
Quem também não compra ingressos de cinema há algum tempo é Sergio Molicawa, de 43 anos. O motivo? Ele sempre ganha. “Muitos convites de cinema, teatro, cesta de natal, tortas, lanches, sorvetes. O que mais gostei foi o de mais valor: o som para o carro”, diz.
Apesar das premiações serem diferentes, a sensação da vitória é quase sempre a mesma. "Quando se ganha, a emoção toma conta de você. Incentiva a buscar sempre mais e você pensa quem sabe um dia uma coisa maior não vem né? Afinal, começa-se com as pequenas coisas!".
Molicawa acredita que essas conquistas estão mais relacionadas a ação do que a circunstâncias inexplicáveis. “As pessoas realmente pensam que tenho sorte, mas é porque eu participo! Não adianta ficar lamentando senão participa. Eu sempre tento, mesmo quando as chances são mínimas e mesmo quando nem curto o prêmio. O importante é participar".
A opinião é compartilhada por Josefa que “participa de tudo”. "As pessoas costumam me mandar participar de sorteios no nome deles para ver se ganho algo para eles. Dizem que sou sortuda. Eu me considero sortuda, sim".
BÊNÇÃO
Ao invés de sorte, a jornalista Amani Jaber prefere falar em bênção. Ela conta que ganhou o primeiro prêmio quando era criança, durante matinê de carnaval em um clube de Aquidauana (MS). “O prêmio eu nao lembro mais, mas lembro que fiquei muito feliz! Depois disso, ganhei várias vezes. Ate um pé de romã sorteado na escola. Plantei e rendeu muitos frutos”, diz.
Mais tarde, quando trabalhava em uma multinacional, ganhou novamente. “Ganhei o computador que eles sortearam para a equipe da empresa em Mato Grosso do Sul e o outro que foi sorteado em nível nacional para dar uma nova chance a quem não havia ganhado da primeira vez. No dia da entrega saí com dois computadores. Foi engraçado!”.
Mas o prêmio mais marcante foi entregue durante a festa de confraternização de uma emissora de TV que ocorreu no mesmo dia da festa de formatura de um amigo da família de Amani. “Meu irmão queria voltar para a festa. Para compensá-lo pedi a ele que ficasse comigo um pouco mais e aí eu daria o prêmio do sorteio para ele. Ele me disse, ' Amani é um sorteio'”. Os dois permaneceram até que a jornalista foi sorteada. “Naquela noite ganhei a TV, o maior prêmio da festa. Meus amigos ficaram incrédulos! E meu irmão só olhou e riu: 'você é abençoada'. Me considero, como meu irmão disse, abençoada!”.