Sem chegar a um acordo, ficou marcada para hoje a resolução do impasse entre a Prefeitura de Campo Grande e os professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) sobre o reajuste salarial.
Ontem houve uma reunião entre os representantes da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin), da Secretaria Municipal de Gestão (Seges), da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e cinco vereadores para tratar do assunto, mas nada foi definido.
De acordo com o presidente empossado do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), que assumirá nesta quinta-feira, Gilvano Kunzler Bronzoni, a reunião com a prefeitura foi para apresentar ao sindicato um panorama das condições financeiras do município.
“A prefeitura nos mostrou alguns números, colocou que está tentando chegar a uma proposta que atenda ao reajuste de 10,39% e pediu mais um prazo, porque estão discutindo qual será a nova proposta a ser apresentada para o sindicato”, declarou Bronzoni.
Segundo a ACP, nenhum avanço foi feito por parte da prefeitura em relação à proposta de reajuste.
O sindicato espera uma resposta concreta na próxima reunião. “A prefeita nos disse que amanhã [hoje] ela entrega uma proposta feita por escrito”, afirmou o presidente da ACP.
A nova reunião marcada entre prefeitura e sindicato deve acontecer no período matutino, no Paço Municipal.
Tendo a resposta e a proposta da prefeitura em mãos, os representantes do sindicato vão levar o documento até o auditório da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), onde será feita uma assembleia geral da ACP, com início marcado para as 14h.
A reportagem do Correio do Estado conversou com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) sobre as tratativas entre prefeitura e sindicato dos professores.
Segundo a prefeita, para se chegar a um acordo favorável a ambas as partes, é preciso uma avaliação jurídica.
“Estamos tratando com muita responsabilidade, sentamos à mesa e ouvimos as demandas, mas, para chegar a uma definição, precisamos cumprir com um procedimento legal, que deve ser observado”, salientou.
PARALISAÇÃO
No dia 2 de dezembro, no primeiro dia de greve, professores da Reme foram às ruas revindicar o reajuste salarial.
Cerca de três mil servidores municipais da educação percorreram as ruas do centro de Campo Grande até o Paço Municipal, onde ficaram concentrados.
Porém, durante a greve dos professores, a Procuradoria-Geral do Município apresentou pedido de “tutela de urgência” ao desembargador Sérgio Fernandes Martins, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), contra o movimento grevista da ACP.
Por esse movimento da prefeitura, os professores se viram obrigados a encerrar a paralisação, já que estavam sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A greve durou sete dias, tendo sido encerrada no dia 8 de dezembro.
Mesmo com este impedimento, a prefeitura manteve o diálogo aberto com o sindicato para a realização de uma nova proposta de reajuste.
Estava prevista uma nova paralisação hoje, porém, a ACP informou que fará apenas uma nova assembleia geral, na qual será apresentado o novo posicionamento da prefeitura.
“Acreditamos que a prefeita vai cumprir com os 10,39%, pois ela pediu este prazo para rediscutir a proposta com a equipe dela. Não somos radicais a ponto de achar que ela não vai apresentar uma proposta neste sentido”, declarou Bronzoni.
Saiba: A responsabilidade fiscal da Prefeitura de Campo Grande pode ser o fator para impedir o reajuste de 10,39% prometido na gestão de Marquinhos Trad (PSD) aos professores. Segundo a prefeitura, a legislação aprovada no início do ano impede que o município passe do limite do teto de gastos de 51,3% para despesas com folha de pagamento.




