Cidades

CAMPO GRANDE

Defensoria vai investigar substituição de professores de alunos especiais

Entidade abriu apuração interna e marca audiência pública

RAFAEL RIBEIRO

22/07/2019 - 08h41
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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul abriu procedimento para apurar a decisão da Prefeitura de Campo Grande de substituir profissionais de apoio pedagógico especializado,os chamados 'APEs', por outros profissionais sem a mesma qualificação na rede municipal de ensino.

Segundo o estimado, a estimativa é que a medida possa afetar ao menos metade das 2.500 crianças com deficiência que estudam na rede municipal, com diferentes graus de deficiência intelectual, que precisam de suporte pedagógico nas atividades escolares.

Na publicação desta segunda-feira (22) no Diário Oficial do Estado, fica estabelecido que a apuração preliminar da Defensoria será feita pelo Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Diretos Humanos. O prazo inicial para a investigação é de 45 dias.

Além da apuração interna, a Defensoria convocou a reaçlização de audiência pública em sua sede, no bairro Chácara Cachoeira, região leste, às 8h30 desta terça-feira (23), para ouvir pessoas que se sentiram afetadas pela medida. Um representante da Secretaria Municipal da Educação estará presente.

MANIFESTAÇÃO

Em manifestação realizada na tarde do dia 16, um grupo de cerca de 50 pessoas se reuniu na frente do Ministério Público Estadual para protestar contra decisão. Os manifestantes cobram a valorização do professor de apoio, responsável pela adaptação do material escolar à condição do aluno, e reforçam a necessidade de suporte para o desenvolvimento escolar de crianças com deficiência.

Segundo pais e docentes afetados, os professores dispensados passaram por processo seletivo no começo de 2019 e tinham prazo de contrato de um ano, podendo se estender em até dois anos. Com formação acadêmica e especialização na área, os profissionais afastados recebiam R$ 3,2 mil e tinham carga horária de 20 horas semanais. Serão contratados profissionais com ensino médio completo ou curso superior na área em andamento, que receberão R$ 1,9 mil e terão carga horária de 40  horas semanais.  

De acordo com as mães, o processo de adaptação ao professor é longo e sofrido para uma criança especial e mudanças bruscas podem trazer prejuízos educacionais e emocionais. 

Presente na manifestação, Helenice Furtado, 41 anos, é mãe de um aluno de 9 anos diagnosticado com autismo e reforça a necessidade do vínculo entre criança e professor: “É preciso conhecer a criança com quem se está trabalhando, identificar os fatores que a prejudicam ou que tragam melhor desenvolvimento. Não é simplesmente a troca de profissional, ele precisa estabelecer o vínculo”, afirmou.

Acompanhando cinco alunos especiais numa sala de aula, Monica Anguite, 51 anos, é professora há 31 anos e atua há três auxiliando crianças com dificuldades de aprendizado. A professora se diz indignada e afirma que foi pega de surpresa durante as férias escolares. “Para nossa surpresa, ontem recebemos a ligação das diretoras dizendo que fomos desligadas. Seremos trocadas por pessoas que tem apenas o nível médio ou que estão começando pedagogia”, relata. Monica reforça que as novas contratações, sem fase de adaptação, podem levar à regressão no aprendizado. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que não possui o número de profissionais que serão desligados, e afirma que “os alunos não ficarão sem assistência, pois continuarão recebendo atendimento especializado, o qual se dará por meio de profissionais devidamente acompanhados e capacitados pela equipe técnica da Divisão de Educação Especial da Reme, que também irá oferecer a estes profissionais, selecionados em processo seletivo, cursos, formações continuadas, além de recursos pedagógicos de acordo com a especificidade de cada aluno”.

O texto diz ainda que as crianças com comprometimento severo continuarão sendo atendidas pelos APEs.

PREFEITO

Dois dias depois da manifestação, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), criticou os educadores que fazem parte dos Auxiliares de Educacional Especializado (APE’s) que foram indicações políticas. “Apoiadores inclusivos são mais qualificados que eles {professores de alunos especiais}” disse. 

Trad explicou que esses educadores passaram por um processo seletivo e os mais aptos continuaram. “Aqueles que foram indicação política agora terão que entrar por mérito” disse prefeito sobre professores de alunos especiais que serão substituídos.” 

O prefeito explica que o Brasil está passando por uma reforma moral onde a população não quer mais a política velha cheia de cargos com indicações políticas.

"Brasil tá passando por reforma moral e só vai entrar os que fizeram processo seletivo aquela por mérito. Você prefere que seu filho seja atendido por aqueles que foram indicados políticos ou por aqueles que entraram por mérito”, questionou Trad. 

TURISMO SUSTENTÁVEL

Atrativo turístico de MS renova certificado internacional de Clima Positivo

Pontos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024, e, com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo

23/03/2025 17h30

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa Foto: Marcio Cabral

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Recanto Ecológico Rio da Prata, Lagoa Misteriosa e Estância Mimosa, atrativos turísticos localizados em Jardim e Bonito (MS), ganharam, mais uma vez, o certificado internacional de Clima Positivo concedido pela Green Initiative.

A entrega e renovação do certificado ocorreu em 19 de março de 2025, durante a Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI), realizada em Bonito (MS).

Os atrativos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024. Com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo.

Em 2023, a Estância Mimosa tornou-se o primeiro atrativo turístico do mundo a receber a Certificação Climate Positive, conquista que rendeu destaque no Prêmio Nacional do Turismo 2023, do Ministério do Turismo.

A instituição avalia as emissões e compensações de CO2 dos atrativos e certifica como Clima Positivo aqueles que além de neutralizarem as emissões, também removem mais carbono da atmosfera do que emitem.

Para calcular a pegada de carbono, eles adotaram princípios como relevância, exaustividade, consistência, transparência e precisão.

Além disso, consideraram três etapas de análise: pesquisa bibliográfica para obter dados sobre o ecossistema local, processamento de imagens de satélite e cálculos para estimar a quantidade total de CO2 capturado.

Todas as emissões relacionadas às operações e à cadeia de valor dos negócios foram minuciosamente avaliadas, permitindo comparações futuras e demonstrando os impactos das medidas de redução implementadas.

A Green Initiative segue padrões rígidos e estabelecidos pelo The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

Para obterem o certificado, os atrativos turísticos sul-mato-grossenses seguiram rigorosos critérios de sustentabilidade e responsabilidade ambiental estabelecidos pela instituição.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que estava presente no evento, parabenizou a conquista de mais um certificado.

"Eduardo [diretor do Grupo Rio da Prata], conheço a sua trajetória e, graças a empreendedores como você, que têm visão, conhecimento, capacidade de investimento e, acima de tudo, responsabilidade e amor pelo Mato Grosso do Sul e pelo Brasil, essas conquistas são possíveis. Parabéns pelo prêmio, sabemos da metodologia rigorosa envolvida, mas isso nos inspira ainda mais a seguir nossos objetivos", afirmou o governador.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaCachoeira da Estância Mimosa. Foto: Fernando Peres

"Realizamos essa certificação com base nos dados de 2024, avaliando nossa pegada de carbono em quatro categorias do escopo. Analisamos detalhadamente o Recanto Ecológico Rio da Prata, a Estância Mimosa e a Lagoa Misteriosa, considerando desde o consumo de matéria-prima e combustíveis fósseis até a gestão de resíduos sólidos. Além disso, atualizamos os dados de captura de carbono, levando em conta a área de florestas em regeneração. Com esse trabalho, conseguimos renovar a certificação e seguimos sendo Climate Positive", destacou a Diretora de Sustentabilidade do Grupo Rio da Prata, Luiza Coelho.

A Estância Mimosa é uma fazenda que possui 10 cachoeiras e 9 paradas para banho, ao longo de 2,8 quilômetros de trilhas e quatro horas de passeio. Está localizada na rodovia MS-178, a 24 quilômetros de Bonito.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaFlutuação do Rio da Prata. Foto: Divulgação/Grupo Rio da Prata

A Lagoa Misteriosa é uma caverna inundada com profundidade desconhecida. Até o momento, foi possível chegar a 220 metros de profundeza. Está localizada na BR-267/KM-512. Possui águas cristalinas em diferentes tons de azul e, a 40 metros de profundidade, é possível ver a copa das árvores que contornam o local. É considerada uma das cavernas inundadas mais profundas do Brasil.

O Recanto Ecológico Rio da Prata é uma fazenda que possui flutuação e mergulho no Rio da Prata, passeios a cavalo e observatório de aves. Está localizada na BR-267/KM-512.

BRASIL

Entenda sobre riscos psicossociais e novas regras de comunicação no trabalho

Há uma série de setores considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos

23/03/2025 17h00

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas. Arquivo/Correio do Estado

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Em maio entra em vigor uma nova redação da chamada Norma Reguladora 1 (NR-1), com um texto que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, quando os empreendimentos passarão a ser fiscalizados pelos riscos psicossociais no trabalho. 

Conforme estipulado pela lei nº 14.831/2024, há novas diretrizes para prevenção desses riscos, como bem esclarece a fonoaudióloga e especialista em expressividade, Dra. Cristiane Romano. 

Ela explica que as comunicações corporativas, quando não bem executadas, podem gerar estresse, ansiedade e inclusive afastar o trabalhador de suas atividades graças a questões ligadas à saúde mental, portanto é necessária atenção da organização para não tornar o ambiente tóxico. 

"A ausência de diálogos claros, a prática de desqualificar funcionários e o não reconhecimento de esforços impactam diretamente a segurança psicológica dos profissionais", cita a Dra. Cristiane em nota.

E no quesito comunicação disfuncional há uma série de efeitos prejudiciais, como a distorção de informações, negação de problemas evidentes, que também pode ser identificado como 'gaslighting corporativo'. 

Entre os exemplos, a fonoaudióloga lista comentários que costumam ser comuns em organizações e características dessa prática, como "você não entendeu direito"; "isso não aconteceu" ou "é exagero", que ela cita com poder de minar a autoconfiança dos trabalhadores. 

Fiscalizações

Conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), o texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) classifica como fatores de risco:

  • Cargas de trabalho excessivas,
  • Exigências contraditórias/ falta de clareza em definição de funções,
  • Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador,
  • Falta de controle da forma como o trabalho é executado,
  • Má gestão de mudanças organizacionais,
  • Precariedade laboral,
  • Comunicação ineficaz,
  • Falta de apoio das chefias ou dos colegas,
  • Assédio psicológico e sexual, etc.

Há uma série de setores que, segundo o Sinait, serão considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos, por exemplo. 

O Sindicato reforça que doenças mentais são a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, sendo que o descumprimento das diretrizes estabelecidas poderá gerar consequências financeiras para as empresas. 

Caso seja identificado, por exemplo, a ausência de medidas adequadas, o auditor fiscal do trabalho poderá denunciar a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que, por sua vez, pode ajuizar ação civil pública contra essa empresa, gerando multas e outras penalidades.

 

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