O processo que o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon responde por ter matado o empresário Adriano Correia do Nascimento, e ter ferido outras duas pessoas vai sofrer atrasos.
A defesa do réu conseguiu paralisar a ação porque acionou o Tribunal de Justiça na tentativa de transferir o julgamento para a Justiça Federal. Esse mesmo pedido tinha sido feito em 1ª instância ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Ele indeferiu a solicitação.
"Paraliso o andamento desta ação penal e determino que se aguarde o julgamento do referido habeas corpus no TJMS", escreveu Garcete em seu despacho de ontem (1º).
O habeas corpus impetrado pelo defensor de Ricardo Moon sustenta que o PRF estava em horário de trabalho quando matou o empresário na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, no dia 31 de dezembro de 2016. Por isso, é solicitado que o caso seja enviado para a Justiça Federal.
No recurso feito anteriormente à 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, o magistrado de 1ª instância decidiu que o policial ainda não tinha assumido posto de trabalho. Ele estava lotado, na época, na Delegacia da PRF de Corumbá e seguia para a rodoviária para pegar ônibus.
O relator do HC no TJMS é o desembargador Dorival Moreira dos Santos, da 3ª Câmara Criminal. Ele solicitou informações ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.
RETA FINAL
O processo na 1ª instância estava próximo da fase de decisão. Isso porque as alegações finais do acusado foram apresentadas em 23 de maio na Justiça Estadual.
Com o trâmite do habeas corpus em 2ª instância, a ação agora fica parada até que haja sentença no Tribunal de Justiça.
O CRIME
O empresário Adriano Correia foi morto por Ricardo Hyun Su Moon após briga de trânsito na manhã do dia 31 de dezembro. A vítima sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois amigos retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.
Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial.
Adriano era proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF. Este, por sua vez, estaria indo para o trabalho e não gostou da situação. Por isso, perseguiu Adriano.
O PRF alega legítima defesa para ter atirado em Adriano.