Com o "Reviva Campo Grande" a rua 14 de julho foi o primeiro exemplo de fiação subterrânea na Cidade Morena. Além do fim da poluição visual, vários são os benefícios dessa modalidade que, conforme projeto aprovado na última terça-feira (19), deve abranger toda a rede de cabeamento da Capital nos próximos 25 anos.
Conforme projeto, de autoria do vereador prof. André Luís, a proposta determina primeiramente que, nos próximos anos, as regiões da cidade que forem recapeadas devem receber o cabeamento subterrâneo. Numa segunda etapa é que deve ser feita a programação para substituir toda aquela fiação exposta presente na região central e bairros de Campo Grande.
Prof. André Luís, em seu discurso na Casa de Leis defendeu que a proposta visa primeiramente uma fiação mais segura, visto que os cabos colocados à ação do tempo desgastam, perdem a qualidade e comprometem a sinalização e segurança.
"Outra situação, Campo Grande é uma cidade cheia de árvores, então nós temos muito problema de queda de árvore durante chuvas e isso compromete também a transmissão de energia e de dados", disse o vereador.
comparativos
Ainda que a instalação de rede elétrica com cabeamento aéreo tenha um custo inicial mais competitivo, por isso muito mais popular no Brasil, o cabeamento subterrâneo além de ter seu benefício comprovado na 14 de julho, é uma medida adotada não somente fora do Brasil, mas também em cidades nacionais, como Recife e Fortaleza.
"O cabeamento subterrâneo, apesar de ser 80% mais caro, ele dispensa manutenção, é permanente e não vai ter mais problema. Enquanto a fiação exposta exige uma manutenção permanente, poda das árvores, e traz uma série de problemas urbanísticos também", afirma o prof.
Com o exemplo de outras regiões que já adotaram a medida proposta, o vereador ainda compara pontos de Campo Grande que ainda são prejudicados com a fiação exposta. "Quando a gente passa na Cândido Mariano, como é feio. Você tem postes lá que tem 30, 40 cabeamentos de TV à Cabo, energia, dados... e as concessionárias não tiram fio, eles amarram no poste, que vira um varal de fios não utilizáveis", aponta.
Ele ainda esclarece a proposta dizendo que quando houver instalação elétrica nos bairros, o projeto prevê que necessariamente elas passem por via subterrânea, e dá ao município o período de 25 anos. "Ou seja, até 2047 o prazo para que toda fiação da Capital esteja debaixo da terra, melhorando a qualidade de vida e beleza da nossa cidade que já é tão bonita", comenta.
Entre os benefícios da proposta feita na Câmara Municipal podem-se citar:
- Proteção — (Enterrados os cabos ficam protegidos das variações climáticas, também contra riscos de danos e incêndios);
- Diminuir quedas de energia — (Protegidos os cabos possuem muito mais disponibilidade no fornecimento de serviços e diminui quedas de eletricidade);
- Maior capacidade de transmissão elétrica — (subterrâneos os cabos podem ter maior diâmetro do que nas instalações aéreas, logo melhor capacidade de transmissão e distribuição mais eficiente);
- Menor custo de manutenção — (Estima-se que cabos elétricos aterrados possuem uma duração média de 25 anos. Nas câmaras transformadoras de manutenção, quando necessário, há espaço para um profissional, que realiza todo o reparo necessário de forma eficiente e segura);
- Projetos de iluminação — (postes tradicionais podem ser trocados por soluções de iluminação elegantes para cidade e muito mais disponibilidade para o consumidor);
- Redução de gastos — (Economia na mão de obra, com menos equipes de manutenção de cabos e responsáveis por poda de árvores)
Por fim, o vereador responsável, por ver a cidade como um ser imortal, tal qual a lei — feita para durar por toda a vida — salienta que não adianta também querer fazer uma revolução e que a proposta deve resolver um problema, por se tratar de um investimento. "Aqui no Brasil, devemos diferenciar investimentos com gastos. Uma coisa que resolve problemas são os investimentos, já os gastos não resolvem”, concluiu André Luis.