Cidades

CAMPO GRANDE

Depois de 9 anos, Prefeitura lança licitação de R$ 4,5 mi para terminar Belas Artes

Nova obra vai cobrir 3 mil dos 15 mil metros quadrados do local

RAFAEL RIBEIRO

06/08/2019 - 09h51
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Depois de nove anos, a Prefeitura de Campo Grande deu mais um passo para enfim, quem sabe, concluir as obras do Centro Municipal de Belas Artes. Foi lançada nesta terça-feira (6), através do Diário Oficial, licitação de R$ 4,5 milhões para concluir os 20% da construção do local, no bairro Cabreúva, região central da Capital.

As empresas interessadas em concorrer devem entregar a documentação e proposta às 8 horas, em 9 de setembro de 2019, no Paço Municipal. Depois do resultado da licitação, a obra deve levar até um ano para ficar pronta.

Segundo a publicação, a licitação cobrirá 3 mil dos 15 mil metros quadrados totais da obra e se refere a convênio estabelecido há anos entre o Poder Municipal e o Ministério do Turismo, pelo então prefeito e hoje senador Nelson Trad Filho (PSD) em 2007. Há também recursos de um financiamento firmado com a caixa Econômica Federal

Na ocasião, a finalização da obra foi orçada em R$ 35 milhões. A verba de R$ 8,3 milhões recebidas da União em duas parcelas, em 2008 e 2010, já teriam sido gastas segundo a atual gestão de Marcos Trad (PSD).

A reportagem apurou que o objetivo da Prefeitura é finalizar os 3 mil metros quadrados e inaugurar nesse espaço o centro cultural, independente do restante da construção, cujo planos inclui a transferência de secretarias,m autarquias públicas e até a venda à iniciativa privada. 

"A gente espera que haja uma disputa entre as empresas e esse valor caia um pouco. Ali está inicialmente previsto para ser belas artes, sala de dança, música, mas encerrado isso, vai ser encerrado o convênio com o ministério e a Prefeitura pode ocupar aquilo da melhor forma que ela achar", disse o secretário municipal de Obras, Rudi Fiorese.

ANDANÇAS

Em junho, o Correio do Estado revelou que oito meses após financiamento de R$ 7 milhões para retomar a construção, nada foi feito.

No dia 5 de outubro de 2018, o prefeito Marcos Trad assinou contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 11,5 milhões, para dar andamento às obras paradas da cidade, entre elas, a do Centro de Belas Artes.

A coordenadora da Central de Projetos da Segov, Catiana Sabadin, informou na época que a obra do Centro de Belas Artes foi paralisada na administração anterior e estava sendo retomada, o que ainda não aconteceu. 

“Nós retomamos os projetos e fizemos os levantamentos que faltavam. Constatamos a necessidade das contrapartidas, que nós estamos viabilizando com o aporte do Finisa. Este é um bom início e, com isso, nós temos como repensar os restantes dos recursos para toda área, que podem vir com a parceria de empresas privadas”. Catiana disse na ocasião que o valor seria usado para finalizar as salas de dança, artesanato, hall de entrada, para dar “funcionalidade” aos locais.

A informação dada na assinatura do financiamento feito pelo Executivo era de que o recurso do Finisa (R$ 7 milhões) seria usado como contrapartida da Prefeitura para retomar a obra interrompida e evitar que o Ministério do Turismo rescindisse o convênio, exigindo a devolução de R$ 20 milhões, valor corrigido dos convênios.

“A conversão da estrutura projetada para ser rodoviária, em um espaço para exposições e atividades culturais, foi orçada inicialmente em R$ 35 milhões. Os R$ 3 milhões disponíveis, saldos de convênios, são insuficientes para recuperar e terminar os 2,9 mil m² já readequados para funcionar como Centro de Belas Artes”, informou a prefeitura há oito meses. Mas agora os planos parecem ser outros, já que a Sesau deve ser transferida para a área.

Também no anúncio de retomada da obra, o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Rudi Fiorese, informou que, apenas para refazer o que foi destruído por vândalos e repor materiais furtados do prédio desde a interrupção da obra, era preciso aplicar aproximadamente R$ 4 milhões. “Concluída esta etapa, a prefeitura planeja estruturar uma parceria público-privada (PPP) para readequar os 13 mil metros quadrados do que seria uma rodoviária”, informou reportagem sobre o empréstimo divulgada no site da prefeitura.

NOVELA

O Belas Artes é a obra que mais se arrasta na Capital. A pedra fundamental do local foi lançada há 26 anos, ainda na gestão de André Puccinelli (MDB), com a finalidade de ser a nova rodoviária da cidade. Abandonado, o espaço virou abrigo para moradores de rua e usuários de drogas.

Localizado na Avenida Ernesto Geisel, a obra está parada de vez desde 2010. Mais de oito meses após divulgar o prosseguimento da obra, que já foi cogitada também para ser shopping, centro de eventos e uma escola do Serviço Social da Indústria (Sesi), a Prefeitura planeja abrigar no local a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). 

“Poderia ser a Secretaria Municipal de Saúde, que funciona em um espaço antigo. Levar a secretaria para lá ou montar várias secretarias. Já tivemos propostas de todo jeito, de tudo quanto é lado. Uns querem uma coisa e outros querem outra. Já falaram de fazer shopping ali. Mas são meras especulações. Precisamos finalizar e depois disso pensar”, disse o secretário municipal de Governo e Relações Institucionais (Segov), Antônio Cézar Lacerda.

A Sesau ocupa um prédio na Rua Bahia, próximo à Avenida Afonso Pena, na região central. Em frente à sede também estão localizados outros serviços da área da saúde, como regulação e a central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O local já abrigou a sede da Águas Guariroba.

Porém, o plano de mudança para área do Belas Artes ainda depende da conclusão do espaço. Atualmente, o terreno é usado apenas como depósito pela empresa responsável pelo Reviva Campo Grande, a Engepar, que deixa no local os materiais e maquinários usados na intervenção feita ao longo da Rua 14 de Julho.

“Temos uma pendência com o Ministério do Turismo e precisamos resolver isso. São 14 mil m² e 2 mil m² construídos. Foram aplicados recursos lá e nós não conseguimos concluir a obra, que tem contrapartida do município. Não temos recursos, por isso buscamos uma linha de crédito, o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), e estamos com os processos e a licitação em andamento. Depois disso, ficamos liberados e aí podemos definir o que fazer”, explicou Lacerda.

*Colaborou Bruna Aquino

Terenos

Polícia prende condenado por estuprar quatro crianças em assentamento

Os casos aconteceram entre 2003 e 2004, no Assentamento Noaras, quando o acusado estuprou dois meninos e duas meninas, com idades entre 1 a 16 anos. Ele foi preso em flagrante e responderá pelos crimes.

04/10/2024 17h30

Delegacia de Polícia Civil de Terenos

Delegacia de Polícia Civil de Terenos Imagens/ Polícia Civil

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Homem, de 59 anos, condenado por 57 anos de prisão por estupro vunerável e atentado violento ao pudor em razão ao estupro de quatro menores de idade, foi preso pela Polícia Civil de Terenos, nesta sexta-feira (4). 

Segundo as investigações, os crimes aconteceram entre 2003 e 2004, no Assentamento Noaras, quando o acusado estuprou dois meninos e duas meninas, com idades entre 1 a 16 anos. 

Diante das informações, a Justiça concedeu o mandado de prisão por sentença condenatória em aberto.

Nesta sexta-feira, os policiais deram cumprimento de ordem judicial ao suspeito. Ele foi encaminhado para a delegacia e depois encaminhado ao presídio onde cumprirá a pena.  

Crimes de estupro 

Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), foram registrados em Mato Grosso do Sul 1.720 vítimas de estupro no estado. Os mesmos dados informam que 779 vítimas são crianças, enquanto 608 são adolescentes.

No município de Terenos, a Polícia Civil registrou, neste ano, 20 casos. A maior porcentagem de vítimas é de adolescentes, com 10 casos, enquanto 7 vítimas são crianças.

 

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Reversão de Cenário

Polícia Civil entra com recurso para tentar manter greve

"Após a paralisação ter sido interrompida por decisão judicial, o Sinpol-MS entrou com recurso nesta sexta-feira (04) para tentar reverter a situação

04/10/2024 17h00

Arquivo Correio do Estado

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O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS) entrou com recurso para tentar reverter a decisão judicial e prosseguir com a paralisação. A ação do sindicato visa derrubar a decisão que proibiu a greve.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, no dia 1º de outubro, houve paralisação com pretensão de duração de 3 dias e efetivo reduzido. No entanto, no dia seguinte, uma ordem judicial determinou que os policiais retornassem às suas atividades.

Durante a assembleia, ficou decidido entre a classe, e dessa forma, retornar ao expediente regular.

Nas redes sociais, o presidente do Sindicato Estadual dos Policiais, Alexandre Barbosa da Silva, publicou um vídeo comentando a liminar.

"Fui procurado por um oficial de justiça agora há pouco, onde uma liminar considerou ilegal. Nosso jurídico vai recorrer, pois o documento descreve o movimento como grevista, e nós não estávamos em greve", disse Alexandre, e completou:

“Era mais uma das paralisações de 12 horas. Como é preciso proteger a categoria de sanções administrativas, decidimos suspender a ação de quinta-feira."

Manutenção da greve


Com isso, o sindicato informou que está lutando pelo direito de greve dos policiais civis do Estado, garantindo futuras manifestações. Cabe ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul definir o parecer sobre a paralisação da categoria ou a manutenção da suspensão.

"O movimento tem o objetivo de pressionar o governo estadual a cumprir a promessa de valorização salarial da categoria e a reconhecer a importância do trabalho dos policiais civis. A paralisação não afeta os serviços essenciais, e os casos mais urgentes são atendidos em respeito à população. Estamos lutando por nossos direitos, que estão sendo negados pelo governo do Estado", afirma o presidente do Sinpol-MS, Alexandre Barbosa.

Paralisação anterior

No dia 19 de setembro, a classe paralisou atividades por 24 horas - como bem acompanhou o Correio do Estado -, com as delegacias de Mato Grosso do Sul operando apenas com 30% do efetivo e atendendo apenas com serviços essenciais. 

Agindo apenas em casos de prisão em flagrante; medidas protetivas e ocorrências em caso de menor vítima, a categoria buscou chamar atenção do Poder Executivo do Estado, que colocou na mesa duas propostas. 

Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul, Alexandre Barbosa, falou sobre o resultado da assembleia híbrida do dia 21 de setembro, ambas foram recusadas pela classe, que comporta 1,6 mil investigadores e escrivães ativos atualmente em MS. 

Uma das propostas incorporava o auxílio-alimentação, com mais um abono de R$ 130 para as classes iniciais, que antes mesmo da assembleia já era tida como "aquém" do esperado. 

Já a segunda consistia em reestruturar a tabela e modificar os valores de referência, que contemplaria apenas 275 agentes de Polícia Judiciária. 

Sendo que a categoria já se via na posição de "não poder ficar doente", com o auxílio saúde concedido apenas para delegados e fiscais de renda em maio, a sensação interna agora é que o governo está "engessado". 

Os policiais que trabalham na ponta, com atendimento ao público; lidando com presos, estariam consequentemente mais expostos a doenças (como tuberculose e covid), sem receber o auxílio de saúde que foi só para os delegados. 

Em maio desse ano, tanto delegados quanto os fiscais de renda receberam o chamado "auxílio saúde", que em valores absolutos acrescenta dois mil reais para esses oficiais, o que não se estendeu para as classes mais baixas. 

Hoje, caso o policial dessa "linha de frente" precise de um atendimento psicossocial, é um custeio que precisa tirar do próprio bolso, categoria essa que no nível I é remunerada atualmente com R$ 5.767,12, distante dos valores entre 10 e 13 mil para a chamada classe especial. 

"E com déficit de 900 policiais em todo o Mato Grosso do Sul; com concurso público prometido desde o começo do ano, que não saiu até agora; muitos estão adoecendo, a saúde mental deles está abalada e tem que tirar do próprio bolso para se tratar", conclui Alexandre.

** Colaborou Leo Ribeiro e Alicia Miyashiro

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