Cidades

Câmara

Depois de bate-boca, vereador cutuca que "de mentira, o consórcio entende"

Diretor de operações do Consórcio Guaicurus repudiou ações de fiscalização do vereador Maicon por expor funcionários

Continue lendo...

Como parte da CPI do Transporte Coletivo de Campo Grande, o vereador Maicon Nogueira tem realizado fiscalizações nas garagens do Consórcio Guaicurus, para averiguação das condições dos ônibus antes de saírem para as ruas pela manhã. 

Na oitiva de hoje (9), o vereador relatou que, na Viação Campo Grande, foram constatados 20 ônibus parados e sem manutenção, aproximadamente 10% da frota da garagem. Afirmou que foi realizada a vistoria na limpeza dos ônibus e que, em entrevista com os funcionários, há inconsistência no fluxo de ônibus que são encaminhados para manutenção mas não retornam para a vistoria. 

Segundo o vereador, já foram encontrados centenas de ônibus com vistoria atrasada ou próxima do vencimento. Com investigações a partir de placas dos ônibus, o vereador afirmou que a equipe tem “provas cabais que tem ônibus rodando sem vistoria”. 

As ações de Maicon são documentadas em suas redes sociais e foi motivo de “bate boca” entre o vereador e o diretor de operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Brito de Oliveira, que repudiou a atitude do parlamentar. 

“Deixo a minha indignação e repúdio à ação do vereador Maicon nas redes sociais, porque ele expõe funcionários com mais de 30 anos de empresa a situações vexatórias e com músicas de baixo calão ao fundo”, comentou o diretor. 

Sua fala se referia a um vídeo do vereador onde ele pergunta a um funcionário quantos elevadores sairão para as ruas funcionando e a resposta é “99%”. Em seguida, uma mãe relata que dois ônibus seguidos, da mesma linha, estavam com os elevadores com defeito, não sendo possível fazer o transporte de seu filho, que é cadeirante. A música ao fundo traz na letra a frase “aquele 1% é ‘vagabundo’”, motivo da revolta de Paulo Vitor. 

Revoltado com o apontamento, Maicon alegou que o repúdio do vereador era com base em uma fala mentirosa e que “de mentira, o consórcio entende”, tendo que ser contido pelo presidente da CPI, vereador Dr. Livio. 

A legislação de trânsito aponta que é necessário haver a inspeção anual dos veículos, não constando em lei a necessidade de uma nova vistoria depois de acidentes ou problemas técnicos, salvo se requisitado pela Agetran ou pela Agereg. Paulo Vitor classificou os problemas das frotas como “pequenos e pontuais”.

O diretor afirmou que, de 417 ônibus rodando e apenas dois apresentarem problema, é uma situação aceitável e que foi apenas uma “coincidência” a situação do vídeo em questão.

Paulo afirmou, novamente, que os ônibus saem como novos da vistoria e que apresentam problemas devido às condições no trajeto, como o asfalto, buracos e galhos. 

Ônibus velhos

Paulo Vitor afirmou que, dos 460 ônibus disponíveis, 97 estão com idade de uso acima do permitido. A  idade máxima dos ônibus convencionais é de 10 anos e 15 anos para os veículos articulados. 

A idade média da frota precisa ser de 5 anos. Atualmente, a frota do Consórcio tem 8 anos de idade, quantidade acima do permitido e indicado. 

Em meio à CPI, no mês passado, a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Agência Municipal dos Serviços Públicos (Agereg), determinou a retirada de circulação de 98 ônibus do Consórcio, por estarem no limite da idade máxima prevista em contrato, com a exigência de que, em 30 dias, os veículos fossem substituídos, além de multa de 5% sobre a receita diária. 

Paulo Vitor afirmou que essa ainda é possível recorrer à decisão da Agereg, pois a substituição de veículos precisa ser feita a partir da compra de veículos com as especificações constatadas em edital, sendo impossível realizar a substituição dos ônibus no tempo instituído na decisão. 

O diretor também afirmou que o Consórcio não compra ônibus novos por falta de condições econômicas e financeiras e que, o que os usuários querem é “tempo”, não uma melhor infraestrutura. 

“O transporte público hoje só atrai passageiros se ele conseguir entregar o que o passageiro quer, e o que o passageiro quer é tempo. Quando ele opta pelo transporte, ele opta por tempo. Se a gente não tiver condição de trafegar, não temos condição de ter passageiro e não temos condição de ter frota nova. Se a gente pegar as principais avenidas, as faixas de rolamento não comportam os ônibus. A velocidade média dos ônibus é de 17 km/h”, disse. 
 

INQUÉRITO CIVIL

Propriedade rural entra na mira do MPE por descarte e armazenamento de agrotóxicos

Município longe 362 quilômetros de Campo Grande é alvo de inquérito que apura irregularidades no armazenamento, uso e descarte de defensivos agrícolas

22/06/2025 18h00

Descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região.

Descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região. Reprodução/DecomMPMS

Continue Lendo...

Longe aproximadamente 362 quilômetros de Campo Grande, uma propriedade rural no interior do Estado entra agora na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por um possível armazenamento e descarte incorreto de agrotóxicos. 

Conforme divulgado pelo Ministério Público de MS, em nota, a propriedade rural em questão fica localizada no município de Sonora, sendo agora instaurado inquérito civil para apurar as possíveis irregularidades. 

Neste primeiro momento, segundo o MPMS, o intuito das apurações é levantar indícios se o manuseio e a chamada guarda, ou armazenamento, seguem sendo feitos conforme estabelecidos pelas normas ambientais vigentes. 

Segundo o Promotor de Justiça Substituto Felipe Blos Orsi, a ação do Ministério Público busca garantir que o uso desses produtos aconteça de uma forma completamente segura. 

Somente assim, como detalhado, é possível minimizar os riscos ao meio ambiente e à saúde da população, sendo o inquérito o mecanismo para acumular informações e provas para identificar quem são os verdadeiros responsáveis por possíveis crimes cometidos. 

Contaminação

Não somente esse uso e estoque dos produtos entram na mira, já que o MPMS busca também averiguar qual destino é dado para essas embalagens que acabam vazias.

Isso porque, como reforça o Ministério, o descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região.

Além disso, é importante destacar que, uma vez identificados, os indivíduos relacionados ficam sujeitos à proposição de medidas corretivas.

"A fiscalização do uso e descarte de agrotóxicos é essencial para proteger o meio ambiente e a saúde da população. Com a instauração do inquérito, busca-se corrigir eventuais irregularidades e garantir a responsabilização dos envolvidos, quando cabível”, cita o promotor.

Um raio-x sobre o cenário de casos de intoxicação por agrotóxicos em MS, como bem abordado pelo Correio do Estado, mostra que o total identificado chegou a dobrar no período entre 2021 e 2023, por exemplo. 

Conforme os números, repassados em relatório da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos em 2021 beiravam 73 ocorrências e saltaram para 152 no intervalo de apenas dois anos. 

Entre os municípios com maiores índices de intoxicação o relatório da SES aponta para: 

  1. Paraíso das Águas, 
  2. Costa Rica, 
  3. Paranaíba, 
  4. Aral Moreira e 
  5. Fátima do Sul

Justamente o ano de 2023, na série histórica, aparece como o maior volume de intoxicações gerais, sendo 370 casos totais., sendo: 

  • 152 foram de agrotóxicos de uso agrícola, 
  • 74 de uso doméstico, 
  • 17 de de uso em saúde pública
  • 45 notificações por produtos veterinários e 
  • 82 por raticidas.

No intervalo de uma década, até o ano de 2023, Mato Grosso do Sul registrou um total de 2.745 notificações de intoxicações por agrotóxicos. 
**(Com assessoria)

 

Assine o Correio do Estado

trf3

Justiça manda INSS conceder benefício assistencial a indígena com paralisia cerebral em MS

Criança nasceu em 2019 e documentos demonstraram condições financeiras precárias, agravadas pelos gastos com a saúde

22/06/2025 17h31

TRF3 confirmou decisão da Justiça de Iguatemi

TRF3 confirmou decisão da Justiça de Iguatemi Foto: Arquivo

Continue Lendo...

A Nona Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou decisão que determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conceder o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência a uma criança indígena diagnosticada com paralisia cerebral em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o processo, a menina nasceu em  2019 e foi diagnosticada com paralisia cerebral.

A mãe, como representante legal da menor, acionou o Judiciário de Iguatemi, requerendo o benefício assistencial.

Em primeira instância, a justiça estadual determinou a concessão do benefício, mas o INSS recorreu ao TRF3, argumentando que a hipossuficiência não ficou comprovada.

Ao analisar o recurso, o relator do processo, desembargador federal Gilberto Jordan, afirmou que estudos sociais e documentos com dados financeiros apresentados nos autos demonstraram a miserabilidade da família.

O estudo social constatou que a menina vive com os pais, em um espaço com duas cabanas em sapé, uma utilizada como cozinha e outra como dormitório. Os cômodos não possuem forro, nem piso.

Foi salientado que as condições financeiras precárias foram agravadas pelos gastos com a saúde da criança. 

Além disso, ele destacou perícia médica realizada com a criança, onde laudo apontou prejuízos físicos e mentais irreversíveis, incapacidade para a vida independente e necessidade de acompanhamento constante de terceiros.  

“Ressalta-se a existência de gastos que comprometem a suficiência da renda auferida com serviços, exames ou medicamentos não disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, comprovadamente necessários à preservação da sua saúde e sua vida, nos termos do inciso III do artigo 20-B da LOAS”, concluiu o relator. 

Assim, a Nona Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso do INSS e manteve a concessão do benefício a partir do requerimento administrativo.

Para os magistrados, foram preenchidos os requisitos necessários para o recebimento do benefício.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).