Cidades

CAMPO GRANDE

Doze creches em construção resolvem só 15% da fila de espera

Prefeitura diz que 8 obras devem ser entregues até 2024 e há 4 outras paradas que aguardam relicitação

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Campo Grande tem 12 projetos de Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) em andamento ou paradas. Segundo a prefeitura, uma delas, localizada na Vila Popular, deve ser entregue ainda este ano, outras sete até 2024 e quatro estão paralisadas aguardando relicitação. Mesmo com todas essas construções, a Capital fica longe de sanar o deficit de vagas para esse público.

Isso porque as unidades construídas em Campo Grande, que são parcerias com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), são de dois tipos: Projeto Proinfância Tipo B, que comporta até 112 crianças em período integral (como funciona as unidades na Capital); e pelo Proinfância Tipo B em Metodologias Inovadoras, quando o local pode receber até 120 estudantes durante o dia todo.

Com isso, são 1.376 vagas que devem ser abertas até 2024, isso se todas as obras que estão paradas forem destravadas e finalizada até este prazo, contando o ensino integral. O valor não representa 15% da fila de espera por vagas nas unidades de Ensino Infantil em Campo Grande. Dados o início do ano da Central de Matrículas da Rede Municipal de Ensino (Reme) dão conta de que a fila era de 8,7 mil crianças.
A reportagem solicitou à Prefeitura de Campo Grande o número atualizado de crianças que ainda não foram atendidas com vagas nas Emeis, mas não obteve resposta.

Importante destacar que decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ao poder público a obrigatoriedade de garantir vagas em creches para crianças de zero a cinco anos. A decisão do STF foi em cima do Recurso Extraordinário ingressado pelo município de Criciúma, em Santa Catarina, e pode se estender aos demais municípios do País.

Caso seja obrigado a acabar com a fila, considerando os dados do início do ano, seria necessário que mais 65 Emeis fossem construídas, além das 12 que já foram iniciadas. Levando em consideração o Projeto Proinfância do Tipo B, em que cada unidade é estimada em R$ 1.322.381,91, valor divulgado pelo FNDE e sem a contrapartida do município, seria necessário o empenho de R$ 85.954.824,15.

TRANSPARÊNCIA

Em nota, a prefeitura alega que existe a previsão de concluir oito obras de novas escolas até 2024, mas não cita quais seriam. “Em 2022, mais uma Emei – na Vila Popular – deve ser concluída e entregue, e as obras de outras quatro têm previsão de abertura de processo licitatório para a retomada e conclusão – nos bairros Jardim Inápolis, São Conrado, Oliveira 3 e Talismã”, são os únicos locais citados pela administração.

No entanto, conforme a transparência do Ministério da Educação, foi possível descobrir onde e o atual estágio em que quase todas as obras se encontram. Dados do governo federal mostram que a Emei Moreninha 2 é a que tem a obra mais atrasada e conta com apenas 7,8% da obra concluída.

Já a mais adiantada fica no Jardim Anache, que tem 86,4% concluída, mas, segundo o sistema do Ministério da Saúde, ainda não foi concluída e entregue pela administração.

Sobre as vagas, a prefeitura alega que, durante esta gestão, já criou 7.687 vagas na Reme e que a lista de espera teve redução ao longo de cinco anos. 

“A lista de espera teve redução ao longo de cinco anos – para as etapas de zero a três anos nas Emeis. Além disso, desde 2020, não existe mais lista de espera para as etapas obrigatórias, a partir de quatro e cinco anos, turmas oferecidas nas Emeis e também nas escolas de Ensino Fundamental. A lista de espera para estas etapas, em 2016, era de 1.747 crianças, e, pelo terceiro ano consecutivo, toda a demanda de solicitações é atendida para os grupos quatro e cinco [crianças de quatro e cinco anos]”, diz trecho da nota.

“Também no mesmo período, desde 2017, já foram finalizadas e entregues nove unidades escolares, sendo oito Escolas Municipais de Educação Infantil [Emeis], que são nos bairros Tijuca [2017], Centenário, Noroeste e Paulo Coelho Machado, Varandas do Campo [2018], Vespasiano Martins, Nascente do Segredo [2019], Zé Pereira [2021] e Vila Nasser [2022], e uma escola que é a EM Maria Regina de Vasconcelos Galvão, no Parque Novo Século [2018]”, completa a nota.

 

ESTADO

Matéria publicada em setembro deste ano mostra que levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) diz que, caso a decisão do STF passe a valer, as 79 prefeituras sul-mato-grossenses deverão criar 121.308 vagas para atender estas crianças e zerar as filas de espera por vaga dos menores, com idade entre zero e três anos.

Com a decisão, 8,368 milhões de crianças no Brasil terão suas vagas asseguradas em creche levando em consideração dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam que o País possui aproximadamente 11,8 milhões de crianças de zero a três anos.

No Estado, a estimativa é de que sejam necessários viabilizar, pelo menos, R$ 1,746 bilhão por ano para atender decisão do Supremo. Em todo o País serão necessários R$ 120,5 bilhões, de acordo com levantamento da CNM, que aponta que as prefeituras terão dificuldades em viabilizar os recursos.

Hoje, existem 20.266 processos que foram suspenso e aguardavam a decisão do STF no Recurso Extraordinário do município de Criciúma (SC) e que questionava a obrigatoriedade do município em oferecer as vagas nas creches.

A decisão do STF poderá levar à judicialização de expressivo número de processos neste mesmo sentido no futuro.

SAIBA

Nas prefeituras de Mato Grosso do Sul, o custo aproximado por aluno é de R$ 1.200 por mês, de acordo com estudo técnico da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Por isso, para abrir mais 121.308 vagas, seriam necessários R$ 1,746 bilhão por ano.

Pequenos Milagres

Bebê adianta em 15 dias e nasce no banco do carro na Capital

Desde a segunda gestação, a mãe de Nicolas fazia acompanhamento com uma doula para ter um parto normal

20/09/2024 17h00

Divulgação Redes Sociais

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O bebê Nicolas antecipou o nascimento em 15 dias, pegando a mãe, que comprava os últimos itens do enxoval, de surpresa, e acabou nascendo no banco do carro, com auxílio de bombeiros da Capital.

A mãe, Michele Salvaterra, de 36 anos, encarou o parto natural como uma vitória planejada há muito tempo, muito antes da gestação do terceiro filho.

Tudo começou no projeto social do Parque Ayrton Senna, onde ela teve acesso ao trabalho da doula Renata Balle, que, em conversa com o Correio do Estado, explicou que, desde o primeiro parto, Michele gostaria de ter tido um parto natural, mas não aconteceu.

“A história da Michele não começa nessa gestação. Ela tem uma trajetória muito bacana de superação. Na segunda gestação, a gente se conheceu no projeto social que eu atendia no parque. Só que, durante a gestação dela, o projeto foi cancelado. Mas, com todo esforço e dedicação, ela foi até meu espaço, e eu a recebi para que pudesse terminar a preparação dela comigo”, explicou a doula Renata Balle.

Durante a segunda gestação, em 2023, Michele acabou desenvolvendo diabetes gestacional, o que levou a um parto induzido. “Ela foi para o Hospital Universitário, onde teve o parto induzido. Eu estava com ela, e ela [conseguiu] ter o parto normal.”

Terceira gestação

Desde o início da gestação de Nicolas, a mãe procurou o espaço para seguir com o treinamento aplicado, que envolve a discussão das fases da gestação, entre outras coisas, como:

  • Relaxamento;
  • Respiração;
  • Percepção corporal;
  • Autoconhecimento;
  • Mobilidade pélvica;
  • Força para sustentar seu próprio peso.

A doula enxerga em Michele uma mulher dedicada, que teve o presente de Deus e, apesar da surpresa, recebeu o que pediu.

Com o parto de Nicolas estimado para o dia 15 de outubro, a mãe relatou que, durante a madrugada, sentiu algumas contrações; entretanto, nessa fase da gravidez, não se preocupou por ser algo normal.

Ela foi até o espaço fazer o treinamento físico e conversou com outras mães. Antes de ir para casa, aproveitou para comprar algumas coisas que faltavam no enxoval do filho, quando sentiu o aumento das contrações.

Ao contatar a doula, foi orientada a ir até a maternidade com o marido. No cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Manoel da Costa Lima, a unidade do Corpo de Bombeiros foi acionada para socorrer mãe e filho, que nasceu no banco do carro.

“Quando o bombeiro veio, foi para pegar o Nicolas, que já estava coroando”, contou Michele.

Com relação ao acompanhamento com a doula, ela relatou ter sido fundamental. “Os treinamentos foram primordiais, pois me deram segurança para entender cada fase do trabalho de parto e tranquilidade durante a gestação, em relação a dores e atividades do dia a dia.”

Michele com o bebê Nicolas, a doula Renata e o papai  / Divulgação Redes Sociais

Nicolas nasceu com 3.300 kg e 48 centímetros. Às 12h desta sexta-feira (20), mãe e bebê receberam alta do Hospital Regional, e a família está toda reunida em casa.

 

Outro caso

Durante a madrugada de quarta-feira (20), a equipe da Unidade de Resgate (UR) recebeu o chamado para levar uma gestante em trabalho de parto até o Hospital Regional.

Ao perceberem que não teriam tempo, a Unidade de Resgate de Serviço Avançado (URSA) foi acionada, e o parto ocorreu na viatura.

Divulgação Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul

“Interceptamos a viatura UR no caminho para o hospital e realizamos o parto. A paciente estava coroando o bebê, e o parto foi realizado sem intercorrências. Após isso, prestamos toda a assistência à mãe e à criança e encaminhamos os dois ao Hospital Regional”, explicou o Tenente médico Miranda, que realizou o parto.

 

 

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Tempo

Pancadas de chuva chegam a Campo Grande, mas fumaça e calor persistem

Na tarde desta sexta-feira, a Capital registrou 35,6°C e a qualidade do ar teve piora

20/09/2024 16h30

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com curtas e rápidas pancadas de chuva que caíram no início da tarde desta sexta-feira (20), o campo-grandense nem teve tempo de tirar a sombrinha da bolsa ou da mochila. Em decorrência do calor de 35,6°C, poderemos ter mais precipitações durante o transcorrer do dia.

Algumas regiões de Campo Grande foram contempladas com precipitação breve e pontual, conforme explicou o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling.

 

Crédito: Marcelo Victor / Correio do Estado

Poluição

Mesmo assim, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, destacou que as rápidas pancadas de chuva que atingiram a Capital não foram suficientes para limpar a atmosfera.

Segundo a plataforma QualiAr, que monitora a condição do ar, a qualidade está indicada como ruim (108). O professor chegou a adiantar para o Correio do Estado a chegada da fumaça que encobriu o céu

Outras regiões

Durante a madrugada de hoje, na região sul do Estado, o município de Sete Quedas registrou 10 mm. Veja outros municípios:

  • Em Itaquiraí, segue chovendo, e às 14h foi registrado 10,2 mm;
  • Caarapó: 10 mm.
Divulgação Cemtec

“Os destaques são para as regiões sul, leste e sudeste do Estado. Nessas situações de aproximação de frente fria, a possibilidade de chuvas sempre pode vir acompanhada de chuva mais forte, rajadas de vento e até granizo. É típico dessa estação. Por isso, usamos muito a palavra 'pontualmente' nessa época, pois localmente podem ser mais intensas", disse Sterling.

 

 

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