Cidades

MAIS UM CASO

Dupla suspeita de sequestro é presa com carro das vítimas

Família ficou em cárcere por toda a madrugada

RAFAEL RIBEIRO

02/08/2019 - 10h08
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A Polícia Rodoviária Federal deteve dois bandidos com o Fiat Toro preto roubado do empresário de 60 anos, sequestrado com o filho, de 7, na madrugada desta sexta-feira (2), em Campo Grande. A dupla foi localizada na BR-262, em Corumbá.

Segundo informações preliminares, o flagrante ocorreu durante uma barreira montada pela PRF na via. A identificação dos dois ainda não foi divulgada, já que a Polícia Civil está em campo apurando detalhes sobre o sequestro.

Aline Sinott, delegada titular da Defurv, disse que o sequestro de pai e filho pode ser um represália por parte de uma quadrilha ser presa, em Campo Grande, especializada neste tipo de crime.

O CASO

Um empresário de 60 anos e seu filho, de 7, foram sequestrados por bandidos armados na madrugada desta sexta-feira (2), no estacionamento de uma farmácia no bairro Chácara Cachoeira, região leste da Capital. A família ficou em cárcere por toda a madrugada e só foi libertada nesta manhã.

Segundo a polícia, o caso aconteceu por volta das 0h. O empresário parou no comércio, fez sua compra e, quando voltava para seu veículo, um Fiat Toro, foi abordado por um bandido armado, que entrou no carro.

Pelas imagens das câmeras de segurança, é possível visualizar que um segundo carro com pelo menos dois comparsas fazia a 'guarda' do bandido. Ambos fogem juntos.

Delegada Aline Sinott atende jornalistas nesta manhã (Bruno Henrique/Correio do Estado)

O crime foi descoberto pela companheira do empresário, que estranhou a demora dele em voltar para casa e decidiu ir procurá-lo. Ao chegar na farmácia, encontrou uma viatura da Polícia Militar, acionada por funcionários do estabelecimento que presenciaram o crime.

As vítimas só foram localizadas por volta das 6h30, a quase 12 quilômetros de distância, no bairro do Buriti, região sul da Capital. Estavam a pé e ligaram para a PM de um orelhão, segundo os policiais.

Os bandidos fugiram levando o carro da vítima e seguiam sendo procurados até a publicação desta reportagem. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, onde pai e filho são esperados.

É o segundo caso desse tipo que acontece em Campo Grande nesta semana.

Antes, a Defurv anunciara que desmantelou toda a quadrilha responsável pelo roubo e tentativa de sequestro de uma advogada de 30 anos que aconteceu na madrugada desta quinta-feira (31/7), na porta de um restaurante da região central da Capital.

Durante a ação, que se estendeu até o Indubrasil, a mais de 15 quilômetros de distância, dois acusados morreram em confronto com policiais do Batalhão de Choque (tropa de elite da PM). Outros dois foram presos com o Toyota RAV4 branco da advogada, carro de luxo cujo valor pode chegar a R$ 150 mil, na esquina das avenidas Duque de Caxias com Brasil Central, no bairro Santo Antônio, na região norte. Alegaram que levariam o carro até a Bolívia. E ganhariam R$ 3 mil pelo 'serviço'.

Diante das ações ocorridas, a Defurv deflagrou operação com o objetivo de prender os demais autores por integrarem a quadrilha. Assim, na tarde desta quarta, duas mulheres de 27 anos, mais um comparsa da mesma idade, acabaram detidos.

Com mais de 15 integrantes, o bando atuava de maneira organizada, com os líderes muitas vezes contratando os bandidos para 'bicos', sem relação ou conhecimento entre eles. As ordens vinham de dois detentos no sistema prisional que são os líderes do bando. Mais de seis sequestros foram armados pelo bando.

*Colaborou Bruno Henrique

OITO DE JANEIRO

Moraes vota para condenar mulher que pichou "Perdeu, mané" no STF

Decisão estabelece pena de 14 anos de prisão em regime fechado

21/03/2025 20h00

Pichação feita na estátua da Justiça, localizada na frente do STF

Pichação feita na estátua da Justiça, localizada na frente do STF Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (21) para condenar Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão em regime fechado. Débora está presa pela acusação de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Ela também foi acusada de pichar a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF, durante os atos.

A frase foi dita pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022, após ser importunado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento em Nova York, nos Estados Unidos.

O voto de Moraes, que é relator do caso, foi proferido no julgamento virtual no qual a Primeira Turma da Corte julga a ação penal contra a acusada, que responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

"A ré Debora Rodrigues dos Santos confessadamente adentrou à Praça dos Três Poderes e vandalizou a escultura “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti, mesmo com todo cenário de depredação que se encontrava o espaço público", escreveu o ministro.

O julgamento virtual vai até sexta-feira (28). Faltam os votos dos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Defesa

Em nota enviada à Agência Brasil, os advogados Hélio Júnior e Tanieli Telles afirmaram que receberam o voto de Alexandre de Moraes com "profunda consternação". Segundo a defesa, o voto pela condenação a 14 anos de prisão é um "marco vergonhoso na história do Judiciário brasileiro".

Os advogados também afirmaram que Débora nunca teve envolvimento com crimes e classificaram o julgamento como "político". 

"Condenar Débora Rodrigues por associação armada apenas por ter passado batom em uma estátua não é apenas um erro jurídico – é pura perversidade. Em nenhum momento ficou demonstrado que Débora tenha praticado atos violentos, participado de uma organização criminosa ou cometido qualquer conduta que pudesse justificar uma pena tão severa", diz a defesa.

*Com informações da Agência Brasil

Liberdade religiosa

Justiça autoriza evento evangélico, cancelado pelo prefeito "Mais louco do Brasil"

O "Desperta Ivinhema para Cristo", que teve a licença suspensa pela prefeitura do município, conseguiu uma liminar que viabilizou o encontro religioso

21/03/2025 18h15

Divulgação Freepik

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Um evento religioso, devidamente alinhado para ocorrer entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, terminou sendo cancelado pela prefeitura de Ivinhema sob a justificativa de “conveniência e interesse público”.

O evento “Desperta Ivinhema para Cristo”, da Igreja Assembleia de Deus, cumpriu todos os requisitos requeridos e conseguiu, no dia 25 de fevereiro, a autorização do Setor de Tributação do município.

No entanto, conforme o defensor público Seme Mattar Neto, titular da 1ª DPE de Ivinhema, três dias depois, em 28 de fevereiro, a autorização foi suspensa pelo Executivo Municipal.

“A autorização foi revogada por determinação do prefeito, sob a justificativa genérica de ‘conveniência e interesse público’”, explicou o defensor.

Com o cancelamento por parte do município, o organizador procurou a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que entrou com uma ação apontando que a negativa ia contra direitos fundamentais, como a liberdade religiosa e o direito de reunião, ambos assegurados pela Constituição Federal.

Diante dos fatos, o Judiciário entendeu que o ato de revogar a licença era ilegal e concedeu uma liminar autorizando a realização do “Desperta Ivinhema para Cristo”.

O defensor ainda explicou que a revogação de um ato administrativo já concedido deve estar amparada em justificativas concretas e fundamentadas.

“A anulação de uma autorização não pode se basear em expressões vagas ou subjetivas, sem a devida exposição clara e objetiva das razões que demonstrem um interesse público real na anulação do ato. O princípio da motivação impõe que toda decisão administrativa seja transparente e coerente, prevenindo arbitrariedades e garantindo a segurança jurídica dos cidadãos", afirmou o defensor e completou:

"Além disso, a revogação tardia da autorização, feita no mesmo dia em que o evento teria início, configura uma afronta direta aos princípios da segurança jurídica e da boa-fé administrativa. Isso porque o organizador, confiando na autorização concedida pelo próprio município, já havia investido recursos, firmado contratos para a prestação de serviços e iniciado a montagem da infraestrutura necessária para a realização da programação religiosa”.

O que diz a comunidade

A reportagem entrou em contato com o pastor Roberto da Silva, presidente da igreja Assembleia de Deus em Ivinhema, que explicou que, apesar de o evento não ser oficial da igreja, mas sim de um membro, a prefeitura não pode cancelá-lo sem uma justificativa embasada.

“Não temos nada contra a realização do evento, pois entendemos que é uma iniciativa boa. Entendemos ainda que todo evento realizado para a sociedade deve atender a todos os requisitos de segurança, tanto de estrutura quanto de organização. Ainda que seja um evento de cunho religioso, não podemos deixar de observar itens de segurança, que são de extrema necessidade”, disse o pastor, e completou:

“Quanto à Defensoria conceder a liminar para que o evento acontecesse, acredito que os itens de segurança foram observados. É claro que a Prefeitura Municipal de Ivinhema não pode, de ofício, impedir um evento de cunho religioso simplesmente por impedir; deve, claramente, expor justificativas técnicas que fundamentem a decisão. Nesse aspecto, a Defensoria acertou em sua decisão.”

O pastor ainda reforçou que o Executivo da cidade sempre apoiou eventos; no entanto, acredita que poderia olhar com mais atenção para o segmento religioso, que, em suas palavras, “sempre é dosado” em comparação com outros de interesse popular.

“Poderia haver mais equilíbrio. A propósito, esse olhar para eventos religiosos não ocorre apenas aqui, mas também em outros municípios. Vale lembrar que, em média, de 35% a 40% da população de cada município é composta por evangélicos, e isso, às vezes, não recebe a devida consideração”, pontuou o pastor.

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