Em Mato Grosso do Sul, a coleta de dados do Censo 2022 alcançou 56,04% da população. Por ora, o Estado figura como o quinto mais lento nesse trabalho entre todas as 27 unidades da Federação, de acordo com as informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 1º de novembro.
Conforme publicado pelo Correio do Estado, no início do mês de outubro, Mato Grosso do Sul estava com média de 41,10% de pessoas ouvidas pelo Censo IBGE 2022. No Brasil, desde o início da operação, em 1º de agosto, até o dia 31 de outubro, foram recenseadas 136.022.192 pessoas, em 47.740.071 domicílios.
Dessas, 31,69% estavam na Região Nordeste, 38,45% no Sudeste, 13,99% no Sul, 8,88% no Norte e 6,99% no Centro-Oeste.
Até o momento, 48,3% da população recenseada é de homens e 51,7% de mulheres. Esse total corresponde a 63,77% da população estimada do País. Até 31 de outubro, 1.591.079 pessoas haviam sido contadas em 557.695 domicílios de Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE.
Nesse mesmo período, em MS, 56.878 indígenas e 1.767 quilombolas haviam sido entrevistados pelos recenseadores.
DIFICULDADES
O IBGE ainda enfrenta dificuldades relativas à falta de pessoal para atuar em determinados locais. Em todo o Brasil, o instituto conta com 90.552 recenseadores em ação, apenas 49,5% do total de vagas disponíveis.
O estado com maior deficit de recenseadores é Mato Grosso, com 37,1% do número de vagas. Já o Piauí está entre os estados com mais trabalhadores, com 64% dos postos ocupados.
Em Mato Grosso do Sul, são atualmente 1.106 recenseadores, o que corresponde a 43,8% do total previsto de contratações, ou seja, MS está abaixo da média nacional de vagas ocupadas.
A unidade do IBGE estadual está com vagas abertas para novas contratações de recenseadores. São atualmente 22 postos em aberto para cidades do interior do Estado. As inscrições para as vagas são gratuitas e não haverá a necessidade de realizar provas para ingressar.
No município de Naviraí, são 10 vagas disponíveis. Na cidade de Itaporã, o IBGE divulgou a abertura de nove vagas, e Douradina procura três recenseadores para o Censo deste ano.
BUSCA POR MORADORES
O uso da criatividade tem sido um aliado útil na busca ativa de moradores das diversas regiões de Campo Grande.
Ao Correio do Estado, o agente de pesquisa e mapeamento do IBGE Alex Ferreira Machado, 30 anos, relatou que começou a utilizar por conta própria o auxílio de uma caixa de som, que toca informações sobre o Censo do IBGE, avisando que um agente da pesquisa está passando pelo bairro.
“O que der para utilizar para atrair a atenção dos moradores, que muitas vezes não têm campainha em casa, é válido. Com o som eu posso transmitir uma mensagem à população que um agente do IBGE está passando na rua, gerando essa curiosidade”, explicou Alex.
Esse jeito de chamar atenção da população de forma positiva, de acordo com o recenseador, faz com que as pessoas compreendam a importância do trabalho dos agentes do IBGE em cada região.
“Quero mostrar ao morador que o nosso trabalho ajuda a mapear o Brasil, e o som deu mais interesse para eles responderem as perguntas do questionário. Um caso que aconteceu foi em um condomínio, bati palma lá na frente e ninguém me atendeu, mas depois que liguei o som com o informativo do IBGE vários moradores saíram de casa surpresos com a presença de um agente no local”, relatou Machado.
Com relação aos moradores que têm receio de responder o Censo, se recusam a colaborar com a pesquisa ou acham que leva muito tempo para responder as questões, Alex explicou que os recenseadores sempre reiteram a importância do levantamento para o futuro do País.
“Eu sempre explico que para responder as questões vai levar sete minutos no máximo e que as respostas deles vão ajudar a retratar como está o Brasil. Quando falo sobre a metodologia da pesquisa, os moradores acham interessante, e isso mexe com o patriotismo deles, fazendo com que respondam com intuito de ajudar”, salientou o recenseador.
QUESTIONÁRIO
No Censo 2022, há dois tipos de questionários: o básico, com 26 quesitos, que leva em torno de cinco minutos para ser respondido, e o questionário ampliado, com 77 perguntas, que pode ser respondido por 11% dos domicílios e leva cerca de 16 minutos.
A seleção da amostra que responderá o questionário ampliado é aleatória e feita automaticamente no dispositivo móvel de coleta (DMC) do recenseador. O questionário básico traz perguntas sobre itens como: identificação do domicílio e étnico-racial, estado civil, nível educacional e mortalidade.
Já o questionário da amostra busca saber sobre: trabalho, núcleo familiar, religião, pessoas com deficiência, migração e autismo.
Além disso, o IBGE solicita os dados da pessoa que prestou as informações, como nome, telefone, e-mail e CPF. Segundo a unidade estadual do IBGE em MS, esses dados mais pessoais dos moradores serão registrados em sigilo, e o acesso é apenas do instituto para acrescentar as respostas às demais coletas.
Saiba: O recenseador do IBGE estará identificado por meio do uniforme e de equipamentos padronizados. Todo recenseador usará colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação, além do aparelho dispositivo móvel de coleta (DMC).