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Em 4 anos, número de famílias que moram em favelas dispara na Capital

Ainda na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad, o crescimento foi de 697%, um salto de 4,5 mil para 36 mil moradores nas comunidades

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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Central Única das Favelas (Cufa), o número de famílias que moram nas favelas de Campo Grande disparou nos últimos quatro anos, um salto de 697% no número de pessoas que passaram a residir nas comunidades. 

É importante destacar que o aumento exponencial no montante de famílias que moram em favelas foi registrado durante a gestão do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD). Em 2021, Trad chegou a afirmar ao Correio do Estado que Campo Grande não tinha favelas. 

Segundo o ex-gestor municipal, a Capital contava apenas com áreas ocupadas que aguardavam a regularização. “Não existe um amontoado de pessoas, pessoas que vivem embaixo de lonas. Existem áreas ocupadas de maneira irregular que estamos buscando regularizar”, disse Marquinhos à época. 

No entanto, na capital sul-mato-grossense, segundo a Cufa, atualmente há pelo menos 36 mil famílias que moram nas 39 favelas do município. 

As comunidades com maior densidade habitacional em Campo Grande são a ocupação da Homex, com 7 mil pessoas divididas em aproximadamente 1.500 famílias, seguida por Favela do Mandela (175 famílias) e Comunidade Vitória (140 famílias).

Pesquisa publicada pelo IBGE em 2020, que trazia dados coletados em 2019, mostrava o número de domicílios levantados em aglomerados subnormais (ocupações irregulares) de todo o País. À época, os dados regionalizados de Mato Grosso do Sul mostravam que só em Campo Grande, em 2019, havia 4.516 famílias morando nas 38 favelas da cidade.

No mesmo ano, a ocupação da Homex apresentava apenas 901 domicílios, enquanto a ocupação Samambaia tinha 434 e a Favela do Mandela contava com 300. O levantamento do IBGE ainda apontava que, em 2019, havia na cidade 12 favelas com 30 domicílios cada.

COMPARATIVO NACIONAL

De acordo com a estimativa do IBGE, em 2019, havia 5,1 milhões de domicílios ocupados em 13,1 mil aglomerados subnormais no País.

Essas comunidades estavam localizadas em 734 municípios, nos 26 estados do Brasil e no Distrito Federal. 

Entre os estados brasileiros, o Amazonas (34,59%) detinha em 2019 a maior proporção de favelas. Em seguida vinham Espírito Santo (26,10%), Amapá (21,58%), Pará (19,68%) e Rio de Janeiro (12,63%). 

São Paulo, o estado mais populoso do País, aparece na pesquisa com 7,09% dos domicílios em favelas. Contudo, o estado tinha mais de um milhão de casas em locais irregulares, ou seja, que pertenciam a outras pessoas. 

De acordo com a pesquisa, o estado que apresentava a menor proporção de aglomerados subnormais em 2019 era Mato Grosso do Sul (0,74%), com 6.766 domicílios.

Campo Grande também aparece no levantamento de 2019 como a cidade que tinha a menor estimativa, entre os municípios com mais de 750 mil habitantes, de domicílios em favelas, com porcentual de 1,45%. No interior do estado de Mato Grosso do Sul, segundo o levantamento do IBGE, existiam em 2019 16 favelas, sendo 6 delas só na cidade de Corumbá.

Dourados aparecia com cinco comunidades registradas, e o município de Aquidauana tinha duas favelas, que totalizam 573 domicílios.

Belém (PA) e Manaus (AM) tinham mais da metade dos domicílios ocupados em favelas, 55,5% e 53,3%, respectivamente. Logo em seguida aparecia Salvador, na Bahia, com 41,8% das habitações em comunidades carentes. 

DATA FAVELA

Em pesquisa mais recente, realizada no ano passado pela instituição Data Favela, em parceria com a Cufa e o Instituto Locomotiva, foi levantado que 13.151 favelas estão mapeadas em todas as regiões do País. 

Segundo a Data Favela, o quantitativo de aglomerados subnormais dobrou quando comparado à última década, de 6.329 para 13.151. 

São cinco milhões de domicílios levantados em favelas no Brasil, e estima-se que haja 17,1 milhões de pessoas vivendo em comunidades irregulares no País. 

Se o número de habitantes em favelas brasileiras formasse um novo estado, este seria a quarta unidade da Federação mais populosa, abaixo apenas dos estados de São Paulo (46,6 milhões), Minas Gerais (21,4 milhões) e Rio de Janeiro (17,4 milhões).

De acordo com a pesquisa, os estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Maranhão e São Paulo e o Distrito Federal concentram as maiores favelas brasileiras.

Um dos fatores sociais levantados na pesquisa Um País Chamado Favela foi a importância do papel central da mulher nessas comunidades.

A pesquisa aponta que moram cerca de 8,7 milhões de mulheres nas favelas brasileiras e 21% dos lares são formados por mães solteiras.

FOME

De acordo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) realizado no ano passado, 65% das famílias de Mato Grosso do Sul vivem em estado de insegurança alimentar.

A fome é sentida por mais de 33 milhões de brasileiros e por, pelo menos, 266 mil sul-mato-grossenses.

No Estado, 9,4% da população vive em situação de insegurança alimentar grave, sem acesso a alimentos suficientes. Na classificação de insegurança alimentar, 35% dos habitantes de Mato Grosso do Sul vivem com o constante temor da falta de alimentos.

Saiba: Nesta terça-feira, foi aprovada em votação na Câmara Municipal de Campo Grande a regularização da área onde está localizada a ocupação da massa falida da Homex.

Dezenas de famílias que moram no local estiveram presentes na Casa de Leis. Os beneficiados terão acesso a crédito especial e vão arcar com prestação mensal de R$ 130 para pagar o empréstimo pelo terreno. 

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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