Em cerimônia desta quinta-feira (15), realizada no Sesc, Bonito ganhou o certificado de ecoturismo do mundo em carbono neutro. A conquista é pioneira em nível mundial.
A entrega do certificado foi realizada pela Green Initiatives, uma das 30 empresas certificadoras reconhecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A mesma empresa é responsável pelos levantamentos de índices e do diagnóstico de toda a emissão de gás carbônico do município e pontualmente da atividade turística.
Segundo o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, a conquista de mais um selo de responsabilidade ambiental é resultado do trabalho de décadas que vem sendo conduzido pelo trade e pelo poder público.
“A certificação é o resultado de todo esse comprometimento de Bonito como destino responsável e seguro, que controla sua capacidade de carga, protege o meio ambiente”, disse.
Compromisso global
Bruno Wendling destacou, inclusive, a meta do Governo do Estado de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro.
O Estado foi signatário da Declaração de Glasgow, juntamente com a Green Initiatives, empresa que produziu o primeiro guia de ação climática em destinos turísticos no mundo e conduziu o processo de certificação de Bonito.
“Essa certificação não é um prêmio, é um compromisso global que Bonito está assumindo com o mundo”, apontou o turismólogo.
Para o diretor-presidente da Fundtur, o reconhecimento internacional mostra a força do destino e do município, que hoje trabalha as práticas de conservação, na sua avaliação.
“Agora Bonito passa por um próximo nível, de um compromisso ainda maior com as questões climáticas, entre outras ações, como a redução da produção de lixo e a substituição do plástico”, explicou.
Investimentos no clima
Ainda esse ano, foi criado pelo Governo do Estado o Fundo Estadual de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Proclima), com o objetivo de garantir a execução dos projetos e ações necessárias para atingir a meta de tornar Mato Grosso do Sul um território Carbono Neutro até 2030.
Conforme já divulgado, o fundo é um mecanismo oficial para a captação e destinação de recursos necessários para as ações.
Isso faz parte de uma política que instituiu a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), projeto do executivo do Estado.
Como forma de promover as mudanças necessárias, houve a criação do Proclima, fundo público que deverá ter um aporte inicial no valor de R$ 241 mil a partir do ano de 2023.
O mesmo também se tornará o mecanismo da administração pública para a captação de outros recursos financeiros nacionais e internacionais.
Conforme destacado pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, tais ações são realizadas em função dos avanços que já foram obtidos após as participações do Governo de Mato Grosso do Sul na COP 26 e na COP 27.
“Hoje, temos uma interlocução internacional por meio da coalizão dos Governadores pelo Clima e já estamos com projeto sendo apresentado no mercado internacional para captação de recursos para ações voltadas à mitigação das mudanças climáticas, como é o caso do nosso projeto de recuperação do rio Taquari”, disse.
Além disso, ele destaca que garantir recursos dos fundos climáticos internacionais é fundamental para que o Estado possa dar sequência nas ações visando o Carbono Neutro em 2030.