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Posicionamento

Em homenagem à jornalista morta, músico diz que colegas "passam pano" para assassino

Assassino de Vanessa Ricarte, morta a facadas, também era músico e tinha histórico de agressão contra a própria mãe

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Em homenagem à jornalista e amiga Vanessa Ricarte, 42 anos, morta a facadas pelo noivo Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), o vocalista da banda On The Roads, Rafael Barros, lembrou do quanto ela era querida pelos amigos e fez uma alerta a alguns colegas de profissão, que segundo ele, estão “passando pano” para o assassino da vítima, que também era músico.

A fala foi repercutida na rede social da banda e ocorreu durante uma apresentação em um bar da região central de Campo Grande na noite desta quinta-feira (13).

“Aqui eu preciso ser muito direto, meus amigos. Meus amigos músicos principalmente, profissionais da música, que sabiam do passado dele [Caio]. A gente tem muito músico que tá passando pano, [e que] continua contratando, tocando do lado dele, (...) como se isso não fosse um problema. Mas é um problema sim, a gente precisa fazer alguma coisa”, destacou o vocalista da banda.

Em quase cinco minutos de pronunciamento, Rafael Barros, emocionado, disse que apesar de ter a vida ceifada de uma forma brutal, Vanessa foi uma mulher incrível, “cheia de luz”, e que sempre esteve nos nossos shows do grupo, com alegria, e de forma vibrante.

Barros disse que o caso de Vanessa, 1º feminicídio do ano em Campo Grande, infelizmente foi mais um em meio ao de tantas mulheres, que mesmo com medida protetiva contra o agressor, não podem se defender. A jornalista foi até a polícia, fez  boletim de ocorrência, conseguiu a medida protetiva, mas mesmo assim, foi assassinada pelo músico.

“A gente não pode tolerar isso, a gente não pode mais fazer de conta que não é da nossa conta. Porque cada vez que a gente ignora, cada vez que a gente relativiza isso, a gente está contribuindo para que isso aconteça de novo, e  principalmente, os homens precisam assumir responsabilidade. A violência contra a mulher não é problema das mulheres, é um problema dos homens e é um problema da gente.”, disse o músico.

Com mais de 160 comentários, a publicação foi aplaudida por internautas e fãs da banda, que aproveitaram o espaço para cobrar um posicionamento de outros cantores e músicos do Estado.

“O silêncio da maioria dos nossos colegas músicos diante desse fato foi ensurdecedor, tristemente ensurdecedor”, diz uma fã da banda.

“Achei que não veria nenhum músico falar sobre o assunto, é muito triste tudo isso, parabéns pela atitude.”, diz outro rapaz. 

Confira a íntegra do pronunciamento divulgado pelo cantor. 

“Hoje eu queria subir no palco só pra falar de música, de diversão, de momentos bons, mas infelizmente eu preciso falar de algo muito mais sério. Hoje na nossa cidade mais uma mulher foi vítima de feminicídio.

Nome dela era Vanessa, ela foi minha professora, jornalista, uma mulher incrível, cheia de luz, que sempre esteve nos nossos shows, sempre com alegria, sempre vibrando com a música, mas a vida dela foi tirada de forma brutal, e o pior, o assassino era músico, conhecido da gente, um excelente músico. Mas homem, que já tinha histórico de agressão, até contra a própria mãe.

A Vanessa fez como tantas mulheres fazem, quando se sentem ameaçadas, ela procurou a polícia, fez o boletim de ocorrência, pediu proteção, mas mesmo assim, ele conseguiu tirar a vida dela.

E aqui eu preciso ser muito direto, meus amigos. Meus amigos músicos, principalmente, profissionais da música, que sabiam do passado dele. A gente tem muito músico que tá passando pano, continua contratando, tocando do lado dele, continua nesse momento todo, e ó, como se isso não fosse um problema. Mas é um problema sim, a gente precisa fazer alguma coisa.

A gente não pode tolerar isso, a gente não pode mais fazer de conta que não é da nossa conta. Porque cada vez que a gente ignora, cada vez que a gente relativiza isso, a gente está contribuindo para que isso aconteça de novo, e  principalmente, os homens precisam assumir responsabilidade.

A violência contra a mulher não é problema das mulheres, é um problema dos homens, é um problema da gente. Você que tem mãe, que tem irmão, que tem filha, que tem amigo, você precisa ser responsável, você precisa agir, você precisa falar. Não basta só dizer, não é assim! Tem que fazer parte dessa mudança. Gente, a Vanessa não vai mais falar. 

Que a gente nunca deixe que uma história como essa seja esquecida. Que a gente lute por justiça e que cada mulher que estiver em perigo saiba que não está sozinha. Essa música é pra valer, essa é pra todas as mulheres que não podem mais estar aqui.

Mas, acima de tudo, que isso seja um grito pra que isso não aconteça mais, gente. Esse texto eu fiz só pra gente não passar em branco. A gente tem uma responsabilidade muito grande de estar aqui cantando, de estar falando com vocês.

E eu espero de verdade que a gente preste mais atenção nas coisas. A gente avise mais os nossos amigos. e que a gente tente diminuir, porque isso nunca vai acabar, e que a gente faça a nossa parte.

Então essa música eu desejo, eu vou homenagear esse show inteiro, não só pra Vanessa, mas para todas as mulheres que não podem estar aqui. Essa música foi escrita por uma mulher e ela diz exatamente sobre isso, sobre viver num mundo machista, sobre viver num mundo onde cada dia mais ela tem que estar presente e tem que estar à frente. gente, desculpa a emoção. Quem puder, cante comigo.” 

O caso 

Com medida protetiva em mãos, Vanessa foi esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Na noite que antecedeu o crime, Vanessa foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro e solicitar medida protetiva contra ele, documentação concedida pela Justiça horas antes dela ser morta pelo homem.

Ao chegar em casa, a jornalista, que estava acompanhada de um amigo, se deparou com Caio. Eles discutiram e ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga da vítima. Os vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia.
Viaturas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares se deslocaram até o endereço e encontraram a vítima caída no chão, ensanguentada e com perfurações pelo corpo.

Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Caio foi preso e encaminhado à delegacia.

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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