Os transtornos causados pelas chuvas em Minas Gerais vem aumentando significativamente a cada ano. Com mais de 2,8 milhões de pessoas afetadas no Estado, a constatação é de que janeiro é o mês em que pessoas vão morrer em cidades alagadas e milhares de outras pessoas vão perder suas casas.
O número de pessoas afetadas e de casas e pontes destruídas vem explodindo ano a ano. O iG reuniu os dados do ano de 2010, quando o governador era Aécio Neves (PSDB) - que deixou o governo em abril de 2010 para se candidatar com sucesso ao Senado - e os de 2011 e de 2012, quando Minas já estava sob o comando de Antonio Anastasia (PSDB), que era vice de Aécio, assumiu e, mais tarde, foi eleito governador.
O número de mortos pelas tempestades é o mesmo do ano passado, levando-se em consideração que a Defesa Civil Mineira ainda estuda contabilizar a morte de um homem em Ponte Nova, a 180 quilômetros de Belo Horizonte. Diego Tuler Vieira, de 27 anos, foi arrastado pelo rio Piranga e, com sua morte, chega a 16 os mortos pelas chuvas em Minas, tanto em 2011 quanto em 2012. Em 2010, 14 pessoas morreram no mesmo período.
A quantidade de vítimas fatais das chuvas deve aumentar ainda mais. Bombeiros ainda procuram localizar três pessoas desaparecidas durante o período chuvoso. Rita Vieira de Souza, de 74 anos, foi arrastada pela correnteza de um rio em Santo Antônio do Rio Abaixo, a 154 quilômetros de Belo Horizonte.
Roseli do Nascimento, de 45 anos, e Vanis Silencio Ferreira, de idade não revelada, também contam na lista de pessoas desaparecidas. Roseli foi arrastada por enxurrada em Além Paraíba, a 364 quilômetros de Belo Horizonte, e Vanis por um rio em União de Minas, distante 772 quilômetros da capital mineira.
Ações do governo
Na tentativa de minimizar os impactos das chuvas, o governo Anastasia criou um escritório de trabalho em Ubá, na Zona da Mata, uma das regiões mais afetadas em 2012. Além disso, o governador mineiro pede ao governo federal recursos para obras que possam finalmente frear a expansão das tragédias. Inicialmente, Anastasia afirmou que os recursos para obras, especialmente de saneamento e construção de barragens, estavam estimados em R$ 1,5 bilhão.
Na última terça-feira (10), uma comitiva do governo mineiro esteve em Brasília. Depois da reunião, o governo mineiro informou que a estimativa de recursos necessários para obras chega a R$ 3,9 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão para projetos de competência do Estado e o restante de responsabilidade dos municípios. Nesta quarta-feira (11), Anastasia visita a cidade de Além Paraíba. Lá, na segunda-feira (9), dois homens morreram por causa das fortes chuvas, um soterrado e outro levado por uma enxurrada. Além disso há outra pessoa desaparecida.