Cidades

"MIROU NO QUE VIU"

"Escola Segura" será complementado para melhores resultados e expandido para o interior de MS

Falta de pesquisa de vitimização não concluir "varredura" da situação no interior das unidades escolares, mas melhorou em 2% aprovação em unidades controladas

Continue lendo...

Nascido em 2017, para coibir a violência dentro das escolas em Mato Grosso do Sul, o programa "Escola Segura, Família Forte" apresentou balanço de resultados nesta quarta-feira (15) e, mesmo sendo necessário complemento para diminuir justamente a parte da criminalidade interna das unidades, já tem planos de expansão para o interior do Estado. 

Atual vice-governador, José Carlos Barbosa - e então secretario de Justiça e Segurança Pública no início do projeto -, conhecido como Barbosinha, comentou sobre a gênese do "Escola Segura", que foi motivado pelo incêndio da escola José Paniago, no Jardim Itamaracá, em março de 2017. 

"Escolas depredadas e bibliotecas incendiadas eram recorrentes. A partir desses fatos, entendemos que seria importante Sejusp, com a Secretaria estadual de educação, com a Secretaria municipal e com as forças de segurança, implementar o programa que conferissem, dentro do ambiente escolar, tranquilidade aos professores e alunos e as condições de um ambiente favorável para o aprendizado", comenta o vice-governador. 

Pelo programa Escola Segura estavam previstas: 

  • Ronda Externa: (Patrulhas em áreas perto da escola, em patrulhamentos de 10 minutos); 
  • Rondas internas: (Mais perto dos alunos, professores e funcionários, em patrulhas sem arma de fogo para reduzir as percepções negativas das forças policiais).

Barbosinha explica que a Corporação Andina de Fomento (CAF), banco responsável pelo subsídio do estudo, acompanha esse programa de caráter científico, que traz viaturas específicas e policiais com formação comunitária para estarem presentes nas unidades escolares.

"Para haver interação e criação de amizade entre professores; alunos; administrativos e ronda do entorno da escola. Se você considerar que nenhuma dessas escolas nós tivemos depredação e furto, pelo aspecto da segurança, já é um resultado positivo", comenta Barbosinha. 

Resultados

Na manhã desta quarta-feira (15), os resultados foram apresentados pelo consultor da CAF, Eduardo Fagre, que atua como executivo da Direção de Avaliação de Impacto e Aprendizagem de Políticas da Corporação. 

Nesse contexto, as 136 escolas elegíveis (de 26 bairros da Capital), estavam dividas entre aquelas que seriam tratadas pelo programa (50); as que teriam controle próximo (29) e outras 57 que serviriam de controle, sem a presença do "Escola Segura". 

Vale ressaltar que, na análise de balanço, as escolas de tratamento e controle - antes da intervenção - tinham o mesmo comportamento quanto aos desempenhos de seus alunos em português e matemática. 

Com a seleção da proposta em 2017, o Escola Segura começou a ser implantado a partir de março de 2018 e, justamente após a implantação do segundo ano que traria o projeto de pesquisa de vitimização (para medir eficácia do controle de criminalidade interna), houve na ocasião uma interrupção por conta da pandemia de Covid-19.

Com a pandemia se estendendo por mais de um ano, em agosto de 2022 foi optado por avançar sem a pesquisa de vitimização para o processamento e análise dos dados, antes de apresentar os resultados neste março de 2023. 

Segurança

Quanto ao impacto do crime em torno das escolas, o relatório explica que os resultados encontrados não são conclusivos. 

"Portanto, não é possível afirmar que a ronda externa da Escola Segura gerou redução no número de crimes no entrno das escolas beneficiárias", expõe o documento. 

Como não foi possível avançar com a pesquisa de vitimização, uma técnica de associação de crimes às escolas foi associada, medindo o raio de distância dos crimes em relação à unidade escolar. 

Dessa análise, conforme balnaço, foi observada uma certa redução de crime quando olhado para registros de 600 a 1000 metros ao redor das escolas, "mas os impactos não são estatisticamente significativos", complementa o texto apresentado. 

Nem mesmo pela Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil), que tem perguntas específicas para diretores e professores sobre frequência de crimes escolares e medidas de segurança, a percepção de "estar seguro" foi positiva. 

Conforme os resultados, quanto às escolas tratadas - em comparação com as de controle - foi observado  um aumento significativo no tráfico de drogas. 

Ainda, o efeito na segurança percebido por diretores e professores, além de pequena, foi estatisticamente insignificante. 

Entretanto, como bem ressalta a Corporação, os resultados de ronda externa não são o componente mais importante no programa. 

"Resultado apresentado, eles são fundamentais para podermos fazer correção de rota, porque isso é um programa novo. Acho que agora é aperfeiçoar o programa para que esses pontos de lacuna possam ser alcançados", completa Barbosinha. 

Reflexo na educação

Importante frisar que, ainda que a segurança tenha sido o foco principal desde o início do projeto, o "Escola segura" apresentou reflexos positivos no desempenho acadêmico, quanto à frequência; aprovação e as disciplinas de português e matemática. 

Pelo balanço (medido pelas secretarias municipal e estadual de Educação) houve uma melhora de 1,4% nas notas de matemática, como consequência de estudar em uma escola com o programa, além do aumento de 2% na taxa de aprovação se comparadas as escolas beneficiadas com as de controle. 

Além disso, nesse quesito sim a Prova Brasil também apontou para resultados estatisticamente positivos do programa, pelo melhor desempenho de alunos em português e matemática. 

"É aquela questão da sensação de segurança. 'Estou seguro, me sinto bem na escola', então, naturalmente influencia diretamente na aprendizagem dos estudantes".

Conforme Hélio Queiroz Daher, a parceria entre Secretaria de Educação e Polícia Militar, na aproximação de uma ronda específica de militares preparados com estudantes e suas famílias, já é muito bem-visto pela SED. 

"Essa relação que se constrói precisa ser ampliada, a gente deu um pedido hoje aqui pela ampliação, escolas que ainda não são atendidas querem muito isso, então há expectativa de ampliar para outras", comenta.

Há protocolo para detecção lançado em 2022, para observação de estudantes, quanto a sintomas e mudanças de comportamento, visando criar uma rede de proteção com Conselho Tutelar e Ministério Público envolvidos, incluindo os órgãos de segurança.  

"O que a gente vai avançar agora é numa formação mais específica, de orientação para as escolas. O professor não foi formado nessa área. Então é necessário que a educação, em parceria com outros órgãos, busque desenvolver esse olhar mais cuidadoso para detectar esse tipo de situação", conclui o secretário.

 

Assine o Correio do Estado

MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

Continue Lendo...

Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

Assine o Correio do Estado

Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).