Mato Grosso do Sul não irá adotar o protocolo para uso de medicamento a pacientes suspeitos e confirmados da Covid-19, chamado de tratamento precoce do novo coronavírus. Neste sábado (4), secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou, no entanto, que os médicos podem prescrever a medicação, entre elas e hidroxicloroquina e ivermectina, caso achem importante, sendo de responsabilidade de cada um.
“Nós não vamos fazer protocolo nenhum no Estado, mesmo porque não há evidência cientifica. Eu me guio pela ciência, o governo vai se guiar pela ciência, mas se acaso o cidadão e a cidadã queira usar este ou aquele medicamento, os medicamentos que estão chegando do Ministério da Saúde estão a disposição e outros medicamentos que se falam vez por outra, um ou outro que o pessoal entende que pode ser a pílula milagrosa no combate à Covid, o médico vai prescrever, se entender ser importante no combate à covid e fica a responsabilidade acerca do médico assistente”, disse.
Secretário já havia criticado o protocolo, que foi adotado pela Prefeitura de Campo Grande, anteriormente, afirmando que não há comprovação cientifica de que esses medicamentos tenham qualquer eficácia na prevenção ou tratamento da covid-19. Neste sábado, ele reafirmou a fala.
“Não existe medicamento nenhum em todo o mundo para o combate a covid. Há várias pesquisas colocadas a disposição da população, mas sem qualquer comprovação, sem qualquer evidência científica que diz que esse ou aquele medicamento vai curar a covid. O único medicamento para a cura da covid hoje é o isolamento social, que vai retardar o avanço da doença no Brasil e Mato Grosso do Sul”, afirmou Resende.
Secretário afirmou ainda que há muita politização acerca de medicamentos e tratamentos da Covid no Brasil e o interesse do Estado é ficar longe dessa politização, com estratégias junto aos municípios com foco em salvar vidas.
PREFEITURA
Conforme o protocolo da prefeitura, a ivermectina deve ser usada antes da apresentação de sintomas do novo coronavírus, mesmo sem um resultado positivo para a doença, enquanto a hidroxicloroquina seria administrada para as pessoas que estivessem nas primeiras horas dos sintomas, também sem necessidade de confirmação da Covid-19.
Neste sábado, o prefeito Marcos Trad também afirmou que não há estudos que indicam que os remédios sejam indicados para a Covid, mas que decidiu pelo protocolo para que médicos e pacientes decidam se querem ou não usá-los.
“Nós vamos utilizar na nossa cidade sim. Tem pessoas dizendo que ainda não tem comprovação cientifica, eu também sei que não tem comprovação de que ele pode ser eficaz o suficiente como esses médicos estão dizendo, mas também não comprovação de que máscara impede o vírus, mas estamos usando porque tem unanimidade de 70% de que ela previne. O kit se faz necessário sim e, a partir do momento que disponibilizarmos, ficará a critério do profissional de saúde em prescrever ou não, ficará a critério do paciente de querer usar ou não”, disse.