Cidades

IRREGULARIDADE EM CONVÊNIO

Ex-secretário e outros dois são condenados a ressarcir União em R$ 21 milhões

Recurso era para obra de irrigação em gleba, que não foi concluída

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Tribunal de Contas da União (TCU) julgou contas irregulares e condenou o ex-deputado estadual ex-secretário estadual de Habitação e Infraestrutura de Mato Grosso do Sul, Pedro Teruel, o ex-secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Rômulo de Macedo Vieira, e o ex-assessor da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambienta, Fernando Montenegro Cabral de Vasconcellos Filho, a ressarcir os cofres públicos em R$ 21.638.586,95, por irregularidades em convênios para obra de irrigação da Gleba Santa Terezinha, em Itaporã. Vasconcellos Filho deve ainda ressarcir R$ 2.765.461,28 sob sua responsabilidade exclusiva.

Conforme consta no processo, análise da prestação de contas feita pela Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Coordenação Geral de Convênios indicou a ocorrência de prejuízo aos cofres públicos por conta do não atingimento do objeto do convênio firmado entre a União e o Estado, com consequente não aprovação da prestação de contas, o que motivou a instauração do processo de tomada de contas especial, pelo Ministério da Integração Nacional (MI), para apurar irregularidades.

A tomada de contas especial foi instaurada com base em informações obtidas após visitas realizadas ao local das obras, que resultaram em relatório que aponta que “embora o projeto atualmente esteja com suas obras concluídas, encontra-se em estado de abandono, em degradação pela falta de uso e de manutenção, sujeito a ações de furtos e vandalismo”.

“Além do mais, esta área técnica, considerando que o Projeto encontra-se sem a guarda do Estado, deteriorando se à sorte do desuso, intemperismo, furtos e vandalismo, com o agravante da falta de efetividade no que concerne ao atingimento dos objetivos propostos”, diz o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Inicialmente, convênio foi celebrado entre a Secretaria de Estado de Habitação e Infraestrutura e o MI, com vigência de 26/11/1999 a 31/10/2002, nos valores de R$ 10.393.276,00, a cargo da União, e R$ 1.039.327,60, como contrapartida a cargo do Governo.

Os recursos vinculados à execução do convênio foram repassados por meio de quatro Ordens Bancárias, entre 2001 e 2002 e o Ministério da Integração Nacional, em 2010, impugnou a prestação de contas apresentada pelo Estado, por conta do “não atingimento do objeto pactuado”. Segundo destacado, foram expedidas 35 notificações com objetivo de dar “conhecimento da instauração do processo, para a apresentação de informações, justificativas ou defesas e para a cobrança do débito”.

Conforme o Tribunal de Contas da União, não houve comprovação da regular aplicação dos recursos federais repassados. Conforme o relator do acórdão, Walton Alencar Rodrigues, os responsáveis alegaram que a obra foi concluída, mas, segundo o relator, para atingimento da finalidade do convênio é necessário que a sociedade usufrua do investimento público realizado, o que não se confunde com a mera conclusão ou entrega da obra.

"Diante de tal quadro, após milhões gastos no âmbito da transferência voluntária em um empreendimento inútil e inservível aos pretensos beneficiários, somente resta perquirir os fatos e responsáveis ensejadores do dano ao Erário”, diz a decisão.

Dessa forma, os três devem pagar o montante de mais de R$ 21 milhões ao Tesouro Nacional, em regime de solidariedade, no prazo de 15 dias a contar da data de notificação. Caso não seja feito o pagamento, foi autorizada a cobrança judicial da dívida. 

FATALIDADE

Passageira passa mal em ônibus e chega a Campo Grande morta

Idosa embarcou em Cuiabá (MT) e foi vista ainda com vida em Rondonópolis (MT), era hipertensa e diabética, mas teve medicação interrompida pelo médico recentemente

24/03/2025 12h20

Idosa de 87 anos chegou a Rodoviária de Campo Grande morta

Idosa de 87 anos chegou a Rodoviária de Campo Grande morta Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Uma idosa de 87 anos, sem nome divulgado, morreu durante viagem de Cuiabá (MT) a Campo Grande, mas só teve a morte constatada quando chegou na capital sul-mato-grossense.

Segundo boletim de ocorrência, registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol), a passageira foi vista ainda com vida em Rondonópolis (MT), quando desceu do ônibus para ir ao banheiro e se alimentar.

Na volta para o veículo, a idosa disse ao seu filho que iria dormir até chegar a Campo Grande, um trajeto de quase 500 quilômetros, cerca de 8h de ônibus.

Porém, ao chegarem na rodoviária da capital sul-mato-grossense, a passageira se encontrava em rigidez cadavérica, ou seja, mudança bioquímica nos músculos o corpo entra duas a três horas após a morte.

À Polícia, o filho da idosa afirmou que ela era hipertensa e diabética, mas sua medicação havia sido interrompida pelo médico recentemente. Na Depac-Cepol, o caso foi registrado como morte natural, às 11h da manhã de ontem, domingo (23).

Morte acidental

Uma mulher de 68 anos morreu ao bater a cabeça no teto do carro, enquanto passava pelo quebra-molas da rodovida, BR-163, no município de Sonora (MS), em outubro do ano passado

Conforme o boletim de ocorrência, o caso aconteceu em uma rodovia onde a idosa e seu marido viajavam de Varzea Grande (MT), com destino a Campo Grande. Ainda segundo informações, o carro teria "rampado" em um quebra-molas, causando o acidente,

A mulher foi socorrida pela equipe de suporte da BR e encaminhada para o hospital local, onde foi constatado uma fratura na vértebra. Por conta da gravidade, ela foi novamente encaminhada a Santa Casa de Campo Grande no dia 12/10, onde aguardava cirurgia para correção. 

No entanto, no início da noite de ontem, depois de uma piora no quadro com hemorragia, a mulher veio à óbito por morte encefálica.

*Colaborou Alicia Miyashiro

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MPL

Protesto por reforma agrária ocupa Incra em Campo Grande e rodovias de MS

Multidão foi vista descendo em 'peregrinação' pela avenida Rui Barbosa até chegarem à sede do Instituto, presentes até em trechos rodoviários pelo interior do Estado

24/03/2025 11h39

Manifestentes chegaram à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após longa caminhada em Campo Grande

Manifestentes chegaram à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após longa caminhada em Campo Grande Marcelo Victor/Correio do Estado

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Manifestantes em busca de reforma agrária protestaram na manhã de hoje (24) em Mato Grosso do Sul, com a ocupação de trechos rodoviários no interior do Estado e a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após longa caminhada em Campo Grande. 

Quem passou pela Rui Barbosa nas primeiras horas desta segunda-feira (24) se deparou com o grupo, formado em maioria por integrantes do chamado Movimento Popular de Luta (MPL), que marcharam com bandeiras e faixas rumo ao prédio do Incra na Capital. 

Reivindicando que o Governo Federal faça o assentamento, as famílias do movimento se dizem "cansadas de tantas promessas".

"Os trabalhadores sem terra de Naviraí, mundo novo, Anaurilândia, nova Alvorada do Sul, Campo grande, cobram agenda com o presidente Lula e assentamento das famílias no MS", expõe o MPL em nota.

Reflexos dos protestos

Além do leve transtorno causado na Rui Barbosa em Campo Grande, graças ao engarrafamento causado ainda que os manifestantes seguissem em uma única faixa próximos ao meio fio, os protestos se espalharam por alguns pontos do interior do Estado. 

Como por exemplo a altura do quilômetro 112 da rodovia MS-395, segundo informações da Polícia Militar Rodoviária (PMR), que liga Anaurilândia ao município de Bataguassu, bloqueada nas primeiras horas da manhã. 

Com a maioria desses manifestantes pertencendo ao assentamento Florestan Fernandes, localizado em Anaurilândia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicou que até antes do horário do almoço esse trecho citado já havia sido liberado dos pneus e bloqueios colocados. 

Além desse ponto, as duas principais rodovias de Mato Grosso do Sul também receberam pontos de interdição, sendo a BR-267 em Nova Alvorada do Sul e ponto da BR-163 em Naviraí, ocupado por volta de 04h, que ainda se manteve após sete horas de duração. 

Há cerca de um ano, em 16 de abril de 2024, esse mesmo movimento realizou a ocupação do Incra em Campo Grande com a mesma finalidade: chamar atenção dos representantes do Instituto e tirar a reforma agrária do papel. 

MPL

O Movimento Popular de Luta foi inaugurado em 2017, sendo que em junho de 2023 cerca de 400 famílias já se acomodavam à beira da BR-262, no anel viário de Campo Grande, classificado pelos internos como uma "insatisfação dos vários movimentos existentes", surgindo com o papel de denunciar e reivindicar terras improdutivas. 

Aproximadamente seis anos após sua fundação, o MPL já contava com cerca de oito acampamentos e em torno de duas mil famílias acampadas à época, com o acampamento de Campo Grande dividido em seis grupos com coordenadores e sistema de organização próprio, como acompanhado pelo Correio do Estado. 

"Sabemos que o capitalista diz não ser preciso ter reforma agrária, seu projeto traz misericórdia milhões de sem terra jogados na estrada, com medo de ir para cidade enfrentar favela, fome e desemprego sair dessa situação e segurar na de outro companheiro", cita hoje o Movimento em publicação nas redes sociais.

 

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