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Fugindo da crise na Venezuela, imigrantes tentam emprego em Roraima

Fugindo da crise na Venezuela, imigrantes tentam emprego em Roraima

Emily Costa/G1 RR

30/07/2017 - 05h00
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Antes incomum em Boa Vista, cidade com pouco mais de 270 mil habitantes, a cena agora é corriqueira. De segunda a domingo, dezenas de venezuelanos fugindo da fome e do desemprego no país natal lotam semáforos da capital de Roraima em busca de serviço. Com placas em um português simples, eles resumem um único pedido: procura-se trabalho.

Nos últimos sete meses, o Ministério do Trabalho no estado (MTE-RR) registrou um recorde de emissão de carteiras de trabalho a venezuelanos. De janeiro à última segunda-feira (24), foram quase 3 mil carteiras entregues a cidadãos venezuelanos. Em 2015, emitiram-se apenas 257 documentos, e 1.331 em 2016.

Os números indicam que há centenas de venezuelanos atrás de trabalho em Roraima, e o número aumenta à medida que se agrava a crise no país fronteiriço - nos últimos meses a tensão política se intensificou e protestos já deixaram mais de uma centena de pessoas mortas.

Porém, o desemprego tem crescido no estado, e muitos estrangeiros se enfileiram nos semáforos para pedir trabalho ou mesmo se oferecer para serviços informais que dispensem o registro na carteira de trabalho. No primeiro trimestre deste ano uma pesquisa do IBGE revelou que em Roraima a taxa de desemprego ficou em 10,3%, representado um índice nunca registrado no estado.

O ex-guarda nacional venezuelano Carlos Eduardo, de 29 anos, está nesse grupo. Ele mora em Roraima há um mês e diz que deixou o trabalho na cidade natal, Puerto Ordaz, porque o filho menor sofreu um acidente e perdeu o olho esquerdo.

"O seguro da guarda não cobria o atendimento para ele, e o dinheiro não dava para comprar remédios. Então vim para cá ajudar minha família e principalmente meu filho", relata o venezuelano, que já tem carteira de trabalho.

Enquanto não encontra emprego fixo, ele limpa para-brisas em semáforos na Zona Norte da capital. Entre um intervalo e outro, pendura no pescoço uma placa onde se lê: procuro emprego, diária-fixo.

"Tenho vários cursos na área de segurança, mas aqui no Brasil aceito até trabalhar como pedreiro para conseguir enviar ajuda a minha família", diz Carlos Eduardo.

Outro venezuelano que luta para conseguir trabalho é Héctor Celorio, de 28 anos. Natural de Maturín, na Venezuela, ele quer trabalhar para ajudar os pais, que ainda moram do outro lado da fronteira, no país governado por Nicolás Maduro.

"Estou em Roraima há quatro meses e não consegui nenhum emprego formal, só diárias que pagam mal. Quero um trabalho estável, uma ajuda. É o que todos queremos", diz Héctor.

Aos 42 anos, Alfredo Sanabrio passa pela mesma situação. Com a carteira de trabalho em mãos, todos os dias ele percorre as ruas de Boa Vista atrás de um emprego formal ou de algum serviço.

"Na Venezuela, era comerciante, mas aqui aceito trabalhos de faz-tudo. Aqui está um pouco difícil arrumar trabalho, o movimento está fraco. Mas mesmo assim, prefiro ficar aqui porque na Venezuela não tem emprego e os preços das coisas são muito altos", relata Alfredo.

Imigrantes na linha de frente do desemprego

No entendimento do professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e especialista em questões fronteiriças, João Carlos Jarochinski, o índice de desemprego de venezuelanos está associado ao cenário de recessão.

"É comum quando se tem um cenário de desemprego que o primeiro segmento a ser atingido seja o dos imigrantes. Isso é fato. No caso de Roraima, o que temos que analisar é que os venezuelanos têm uma chegada mais recente e foi encadeada em um processo de recessão", explica.

Emissão de carteira de trabalho

Diariamente, a movimentação na sede do Ministério do Trabalho em Roraima é grande. A chefe da emissão de carteiras de trabalho no estado, Síntique Braz, estima que pelo menos 70% dos atendimentos diários no órgão são feitos a venezuelanos que querem obter o documento.

"A demanda vem crescendo em razão dos problemas, principalmente, na Venezuela. Do ano passado para cá, mais que duplicou", disse Síntique, acrescentando que os 99% dos venezuelanos que pedem a carteira de trabalho também solicitam à Polícia Federal refúgio no Brasil.

O aumento no número de pedidos de carteira de trabalho foi tanto que Roraima teve de pedir carteiras dos estoques do Acre e Amapá.

Exploração de mão de obra

À medida que aumenta a entrada de venezuelanos no país à procura de emprego, aumentam também as denúncias de contratações irregulares.

Há três meses, por exemplo, quatro venezuelanos foram resgatados de uma empresa onde trabalhavam em condições análogas a de escravos, segundo o MTE-RR.

O chefe da Fiscalização de Trabalho, Aécio Andrada, disse que muitas empresas se aproveitam das condições de vulnerabilidade dos venezuelanos para fazer contrações irregulares.

"Existem aqueles que ainda não conseguiram tirar esse documento e procuram trabalhar de qualquer forma para sobreviver, só que em condições irregulares, porque ainda não estão com a carteira de trabalho de estrangeiro. Quando a gente fiscaliza e encontra essas irregularidades, tomamos as providências que o Ministério do Trabalho tem a obrigação de tomar”, citou.

Imigração venezuelana

O agravamento da crise na Venezuela fez aumentar o número de venezuelanos vivendo em Roraima. Dados da Polícia Federal mostram que, desde 2014, tem havido um aumento constante nos pedidos de refúgio por parte de venezuelanos que querem morar no estado.

Só nos primeiros seis meses deste ano, a Polícia Federal em Roraima já recebeu 5.787 pedidos de refúgio, cerca de 3,5 mil a mais do que em todo o ano passado. Sem um abrigo permanente onde possam ficar e dinheiro para alugar ou comprar uma moradia, algumas famílias estão morando em uma praça no Centro da capital.

 

Cidades

Na mesma cidade, 2° fazendeiro morre por picadas de abelha em MS

Os casos aconteceram em menos de uma semana; ambos os trabalhadores operavam um trator em propriedades distintas, momento em que foram surpreendidos e cercados pelo enxame de abelhas

26/12/2024 15h00

Na mesma cidade, 2° fazendeiro morre por picadas de abelha em MS

Na mesma cidade, 2° fazendeiro morre por picadas de abelha em MS Reprodução

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Ricardo Arantes Júnior, de 49 anos, morreu após ser atacado por um enxame de abelhas, na manhã desta quinta-feira (26). O caso é quase idêntico a morte um outro fazendeiro ocorrida na semana passada. Ambos incidentes aconteceram em zonas rurais no município de Camapuã - localizado a 143 quilômetros de Campo Grande.

Conforme o portal Infoco MS, a vítima trabalhava com trator em uma propriedade na região do Rio Coxim, quando foi surpreendido e cercado pelo enxame de abelhas. O homem era alérgico aos insetos e chegou a ser socorrido para o hospital, mas não resistiu e veio a óbito no caminho.

A morte foi confirmada pelo delegado Leonardo Antunes, no entanto, ainda não foi registrada na delegacia da cidade.

Ainda não há informações de quantas picadas ele sofreu. Conhecido como Ricardinho, o fazendeiro era de família tradicional da cidade e praticava laço comprido, ele deixa esposa e um filho de dois anos. 

O velório deve ocorrer nesta tarde, já o sepultamento está previsto para a manhã de sexta-feira (27).

2° caso em uma semana

Outro homem, identificado como Ednei Cláudio de Oliveira, de 48 anos, também morreu após ser atacado por um enxame de abelhas, na noite desse sábado (21). 

Conforme o registro policial, a vítima estava prestando serviço na propriedade acompanhada de um colega de trabalho, eles operavam um trator na propriedade, momento em que foram atacados pelo enxame de abelhas.

As vítimas foram ferroadas em várias partes do corpo. Após o incidente, os trabalhadores foram socorridos e encaminhados para o hospital de Camapuã.

O colega de trabalho sobreviveu, contudo, Ednei possuía quadro de alergia a picadas de insetos, condição que agravou seu estado de saúde. A vítima não resistiu ao ataque das abelhas e faleceu.

O corpo de Ednei foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O caso está registrado como morte a esclarecer e segue em investigação pela Polícia Civil.

O incidente aconteceu em uma fazenda localizada na Estrada Pirizal, zona rural de Camapuã, município onde Ricardo também faleceu nesta quinta-feira.

Alta na incidência

Sandro Benitez destaca que os ataques de enxames de abelhas estão cada vez mais comuns em Campo Grande e no interior do Estado. “Ataques de abelhas são bem mais comuns do que com aranhas, quase alcançando o número de ataques de serpentes. A africanização das abelhas na década de 60 fez com que ficassem mais agressivas e territorialistas e atacam em maior número.”. 

Quais são os riscos da picada de abelha? 

No geral, a picada de abelha é uma experiência dolorosa que pode desencadear reações leves e transitórias, como inchaço, vermelhidão e coceira intensa.  

Em casos raros, no entanto, a picada de abelha pode causar uma reação alérgica grave chamada de anafilaxia. A anafilaxia é uma reação do sistema imunológico que pode ser fatal, caso o indivíduo não seja socorrido imediatamente.  

O que fazer após ser picado por uma abelha? 

Se você for picado por uma abelha, siga estas orientações: 

  • Remova o ferrão o mais rápido possível. Use algum objeto não pontiagudo, como uma faca de mesa limpa (se possível, passe álcool antes de usar). 
  • Lave a área da picada com água e sabão. 
  • Aplique uma compressa fria ou gelo na área da picada para reduzir a dor e o inchaço. 
  • Se houver coceira, um medicamento antialérgico pode ajudar a reduzir o desconforto.

Reação anafilática: quais são os sintomas? 

A reação anafilática ou anafilaxia é uma reação alérgica do organismo que, sem tratamento, pode, em alguns casos, levar à morte. Os principais sintomas são:  

  • Dificuldade para respirar; 
  • Queda na pressão arterial; 
  • Edema no rosto, olhos, boca e língua; 
  • Desmaio; 
  • Náuseas. 

Se você apresentar algum desses sintomas após uma picada de abelha, procure atendimento médico imediatamente. E, se você presenciar alguém tendo esse tipo de reação, acione socorro médico imediatamente. Esta é uma emergência médica: não ofereça nada para a pessoa comer ou beber e tente manter as vias aéreas desobstruídas. 

Quando procurar atendimento médico? 

Busque atendimento médico imediato se, após uma picada de abelha, você apresentar sintomas graves, como dificuldade respiratória e inchaço, que podem ser sinais de anafilaxia. 

Se a área picada segue dolorosa, quente e vermelha após alguns dias, sem apresentar melhora, também é importante buscar orientação médica, pois pode haver uma infecção na pele.  

Pós Natal

Não gostou do presente? Saiba se as lojas são obrigadas a fazer a troca

Lojas não são obrigadas a trocar produtos por não servir ou não ter agradado, mas geralmente há cortesia por parte das empresas; regras são diferentes para compras online

26/12/2024 14h31

Lojas não são obrigadas a trocar presentes que não serviram ou não agradaram

Lojas não são obrigadas a trocar presentes que não serviram ou não agradaram Divulgação

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Passada a onda das vendas natalinas, teve início hoje (26) a fase de troca dos presentes que, por algum motivo, não agradaram, não couberam ou apresentaram defeitos. Para que possa ter direitos garantidos, a população deve estar atenta às regras estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor (CDC), conjunto de normas que tratam da proteção do consumidor.

Segundo o CDC as lojas só são obrigadas a realizar trocas quando essa possibilidade é avisada claramente no momento da compra ou se o produto apresentar defeitos.

Nas compras pela internet, os critérios são os mesmos, mas há o direito ao arrependimento, podendo devolver o produto em até 7 dias da data de aquisição ou recebimento da mercadoria.

Com relação as compras presenciais, o Procon recomenda que, para fazer a troca, o consumidor deve manter a integridade do produto e atender às condições estabelecidas, como manter a etiqueta e guardar a nota fiscal ou recibo de compra para apresentar na hora de fazer a troca.

O ideal, antes de comprar um presente, é que se tenha o máximo de informações.

“Na compra de itens em promoção, o consumidor também tem seus direitos garantidos. Porém, é recomendável ter cuidado com itens vendidos nessas condições, pois podem estar danificados ou apresentar pequenos defeitos, especialmente nas mercadorias de mostruário. Nesses casos, deve-se solicitar que o estado geral do produto seja especificado no pedido ou na nota fiscal, assim como as possíveis condições para troca”, alerta o Procon-SP.

Segundo as orientações do Procon, quando a troca for por gosto ou tamanho, vale o acordado com a loja e as informações devem ser exibidas de forma clara ao consumidor.

Se a troca for por defeito, o prazo para o consumidor reclamar pelos defeitos aparentes ou de fácil constatação é de 30 dias, nos casos de produtos não duráveis.

Para os produtos duráveis esse prazo aumenta para 90 dias. No caso de um problema oculto, o prazo inicia-se quando ficar evidenciado o defeito.

O valor pago pelo item prevalece no momento da troca, mesmo quando houver liquidações ou aumento de preço. Quando a troca é pelo mesmo produto de marca e modelo, mudando apenas o tamanho ou a cor, o fornecedor não pode exigir complemento de valor; nem o consumidor poderá solicitar abatimento do preço, caso haja mudança entre o valor pago no dia da compra e o preço no dia da troca.

Quando a compra for feita pela internet, a devolução pode ser feita com o direito de receber o valor pago de volta.

A orientação é a de que, caso haja algum problema para trocar o item, o consumidor procure o Procon de sua cidade para formalizar a reclamação.

Em Mato Grosso do Sul, isso pode ser feito pelo canal de reclamaões disponível no site do Procon ou 

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