Um funcionário do Museu da Língua Portuguesa morreu intoxicado com a fumaça do incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, na Luz (região central de SP), na tarde desta segunda-feira (21).
Segundo o Corpo de Bombeiros, ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 18h40, 37 viaturas e 97 homens trabalhavam para extinguir as chamas.
Por ser segunda-feira, o museu estava fechado na hora em que o prédio começou a pegar fogo. Segundo informações preliminares, as chamas atingem o segundo e o terceiro andares do local. Segundo uma funcionária do museu que não quis ser identificada, o incêndio começou na sala de exposições.
Apesar da forte chuva, muitos curiosos observavam o incêndio no local. A escritora Magda, que mora a três quadras do museu, diz que ficou com o coração apertado porque é um local que ela costuma visitar.
O museu abriga uma exposição temporária do etnógrafo potiguar Câmara Cascudo. O acervo original, no entanto, está intacto, no Instituto Câmara Cascudo, em Natal (RN), segundo sua neta, Camilla Cascudo.
A exposição interativa "O Tempo e Eu (E Vc)", no Museu da Língua Portuguesa, mostrava a trajetória de Cascudo, da infância até se estabelecer como um dos principais pesquisadores do país.
Funcionários relataram que deixaram o prédio após ouvir o alarme. A estação da Luz, da CPTM, está fechada.
SEM AVAL
O prédio do Museu da Língua Portuguesa, e todo complexo da estação na Luz, não tinha aval do Corpo dos Bombeiros para funcionar.
De acordo com os Bombeiros, os responsáveis pelo museu apresentaram um projeto em 2004 - que foi aprovado -, mas não deram prosseguimento ao pedido.
Apresentação do projeto é a primeira fase de um processo para obtenção do AVCB (Auto de Vistoria do Corpos de Bombeiros).
O segundo passo é um pedido de visita dos bombeiros para análise das edificações. Se aquilo que está projeto foi realmente implantado. Se estiver, o Corpo de Bombeiros fornece um documento atestando a segurança do local. Caso contrário, pede a regularização.
Ainda de acordo com os bombeiros, neste mês o museu apresentou um novo projeto para o prédio, que inclui uma estação do metrô, mas ainda não teve resposta. A prefeitura diz que vai enviar uma nota manifestando sobre a situação do prédio.


