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TRÁFICO

Funerárias viram esconderijo da moda entre traficantes de MS

Nesta semana, carro funerário foi flagrado com drogas em meio aos cadáveres; em outro caso, quadrilha levava cocaína de Ponta Porã dentro de um rabecão

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Ontem, a prisão em Costa Rica de um traficante de 39 anos de idade que levava drogas em meio a cadáveres não foi o primeiro caso deste tipo descoberto pelas polícias de Mato Grosso do Sul. Esconder entorpecentes dentro de caixões ou em fundos falsos de veículos de funerárias, os rabecões, tem sido uma prática da moda entre os traficantes do Estado. 

É isso que indicam investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A quadrilha desmantelada durante as duas fases da Operação Snow, em abril do ano passado e em janeiro deste ano, indica que os veículos das funerárias, também conhecidas como pax, eram o esconderijo perfeito para transportes clandestinos, como o de cocaína. 

No caso mais recente, desbaratado pelas Polícias Civil e Militar nesta semana, um funcionário de uma funerária, de 31 anos, que levava cadáveres de Campo Grande para serem velados e sepultados em Costa Rica, também transportava 712 gramas de maconha, 1 quilo de pasta base de cocaína e mais 9,2 g de cocaína nas urnas funerárias, em meio aos cadáveres. 

Ele admitiu que a droga seria entregue ao traficante de 39 anos de idade, que guardava mais drogas em sua casa. Os policiais revelaram à imprensa que efetuaram a apreensão depois de terem recebido uma denúncia anônima. 

Investigação

Outro caso também envolve a Operação Snow, porém, não foi fruto de denúncia anônima nem houve flagrante com apreensões de drogas. O transporte de entorpecentes em carros funerários veio à tona na segunda fase da operação, desencadeada em janeiro, depois da análise do conteúdo dos celulares dos traficantes. 

As conversas entre o casal Rodney Gonçalves e Jessika Farias da Silva, presos na operação, indicavam o recebimento de drogas, oriundas de Ponta Porã, em um rabecão da Pax Internacional. Rodney chegou a enviar uma foto do carro da pax à esposa. Dentro do carro, havia cocaína vinda da fronteira, que, na Capital, seria embarcada para a Região Sudeste do Brasil pela quadrilha em caminhões-baús, como caminhões dos Correios ou mesmo caminhões frigoríficos. 

“Ui. Quem é o falecido?”, perguntou Jessika a Rodney em uma das mensagens de WhatsApp interceptadas pelo Gaeco. E ele respondeu com bom humor: “Quase sendo eu”. A droga, na sequência, seria embarcada em uma carreta.  

Dias depois da conversa, em 31 de março de 2023, um funcionário da Pax Internacional, Rodrigo Dornelles da Silva, de 38 anos, foi assassinado quando chegou ao local de trabalho, em Ponta Porã. 

Rodney e os integrantes da quadrilha, inclusive o chefão Joesley da Rosa, já sabiam do assassinato e conversaram sobre a execução. Os promotores do Gaeco não têm dúvidas do envolvimento dos integrantes da quadrilha na execução de Rodrigo Dornelles. 

Rodrigo, segundo o Gaeco, trazia a cocaína para Campo Grande em carros da funerária. Eles suspeitavam de que o rapaz estaria trabalhando para outra quadrilha.

Saiba

A Associação das Funerárias do Interior de Mato Grosso do Sul (Afims) saiu em defesa da Real Pax Santa Rita, empresa do ramo funerário de Costa Rica, após um funcionário do grupo ser flagrado com drogas dentro de um veículo de trabalho em que ele transportava dois corpos, na madrugada desta quarta-feira, de Campo Grande para Costa Rica. A organização rechaçou a conduta do funcionário e disse que a empresa fez bem em demitir o homem.

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Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Um dos suspeitos já estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN

20/03/2025 17h00

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS Divulgação

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Três homens, incluindo pai e filho, foram presos por envolvimento em um roubo cometido contra um idoso de 66 anos no município de Miranda, ocorrido na noite do dia 18 de março de 2025.

Na ocasião, os homens invadiram uma conveniência em Miranda, onde, além de subtrair jóias e outros pertences da vítima, mantiveram o idoso sob ameaça, utilizando uma arma de fogo. Após tomar conhecimento do crime, o DRACCO iniciou as investigações para identificar os responsáveis, recuperar os objetos roubados e apreender a arma usada no crime.

A operação contou com a troca de informações entre as equipes do DRACCO e as Polícias Civil e Militar de Bonito. Após diligências, os policiais identificaram três suspeitos: I.P.O. (50), líder do grupo, seu filho W.F.O.L. (26) e J.S.R.J. (34).

Já na tarde da última quarta-feira (19), o líder do grupo foi localizado enquanto se deslocava para Campo Grande, dirigindo um veículo GM/Onix de cor prata. Durante a busca no veículo, os policiais encontraram as jóias roubadas, que foram prontamente reconhecidas pela vítima.

Além disso, foi constatado que o suspeito estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN/MS.

Dando continuidade às investigações, policiais civis e militares de Bonito conseguiram prender W.F.O.L. e J.S.R.J. e apreenderam a arma usada no crime um revólver calibre .38 além de roupas e outros objetos relacionados ao crime.

Os três suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de roubo contra pessoa idosa, com as qualificadoras de concurso de agentes, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima. Vale ressaltar que tanto I.P.O. quanto seu filho W.F.O.L. possuem passagens na polícia, por crimes como roubos e extorsão mediante sequestro.

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Polícia indicia "falsa biomédica" que deformou paciente em Campo Grande

A suspeita, que não possui nível superior, foi investigada após quatro mulheres que passaram por procedimentos estéticos irem parar no hospital, e uma delas ficar com deformidades

20/03/2025 15h33

Crédito: Freepik

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Uma mulher de 27 anos, que atendia pacientes se passando por biomédica e esteticista e levou pacientes a diversas internações após o atendimento, foi indiciada pela Polícia Civil de Campo Grande.

A investigação teve início quando quatro mulheres que foram atendidas pela suspeita, que atuava em um espaço de coworking, apresentaram sintomas graves após um tratamento estético de preenchimento labial em setembro de 2024.

A suspeita sequer possui formação superior e, ainda assim, se apresentava para as clientes como biomédica e esteticista.

Para se ter ideia, depois de realizar o procedimento, as vítimas foram parar no hospital, passaram por atendimento médico e, em um dos casos, uma paciente precisou ser submetida a uma traqueostomia.

Os laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) indicaram que, ocorreram lesões de natureza gravíssima, já que uma vítima acabou com deformidade permanente na região da mandíbula em decorrência de fibrose.

Investigação

Policiais da Segunda Delegacia de Polícia (2ª DP) apreenderam, na residência da investigada, medicamentos de uso estético que só podem ser utilizados por profissionais formados em medicina, odontologia e biomedicina.

Além disso, a medicação não estava armazenada da maneira indicada. Outro ponto é que os produtos não possuíam registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram importados ilegalmente.

Na casa da “falsa biomédica”, a equipe localizou um diploma de estética falsificado em nome de uma faculdade de Campo Grande, o que, segundo a investigação, foi utilizado para induzir os pacientes ao erro, já que confiavam na suposta formação técnica da profissional.

Ao analisarem o certificado, os peritos constataram que o documento era falso.

Com isso, a Polícia Civil acionou a Justiça, que proibiu a mulher de continuar atuando como esteticista. A suspeita foi indiciada por lesão corporal de natureza gravíssima, uso de produto medicinal sem registro na Anvisa, indução do consumidor a erro e uso de documento falso.

O próximo passo fica a cargo do Ministério Público, que definirá por quais crimes ela será denunciada. Para se ter ideia, somando apenas as penas mínimas dos delitos cometidos, a reclusão ultrapassa dez anos e pode chegar a mais de 25 anos no máximo.

“São, em geral, métodos invasivos, com injeção de medicação além da derme”, explica a delegada que atuou no caso, Bárbara Alves. “São procedimentos caros, então o interessado deve sempre desconfiar de preços muito promocionais e pesquisar antes se o profissional possui registro no conselho de sua categoria”, alertou a Polícia Civil.

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