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OPERAÇÃO SNOW

Gaeco prende quadrilha com policiais civis que traficava cocaína em MS

O grupo usava agentes de segurança pública em viaturas oficiais para transportar a droga de Ponta Porã até Campo Grande

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Quadrilha envolvida com o tráfico de cocaína em Campo Grande e investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) tem entre seus membros, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) policiais civis, que faziam o transporte do entorpecente de Ponta Porã até a Capital.

De acordo com o Gaeco, que ontem deflagrou a Operação Snow com o objetivo de atingir a quadrilha, os policiais faziam o chamado “frete seguro”, neste caso os agentes públicos transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que os carros oficiais não costumam ser parados em fiscalizações nas rodovias por outras unidades de segurança.

Em setembro do ano passado, os policiais civis Alexandre Novaes Medeiros e Anderson Cesar dos Santos foram flagrados com  538 quilos de cocaína em Dourados, o Gaeco não confirmou se a operação de ontem tem vínculos com o flagrante do ano passado, porém, há indícios de relação. Além deles outros agentes foram alvos. 

No caso dos policiais presos no ano passado, a investigação apontou que aquela seria a sexta viagem que faziam para a mesma quadrilha. Eles buscavam a droga na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai e atravessavam a fronteira. Na época o Gaeco também participou dessas prisões.

OUTRO MODAL

Além dos policiais, o grupo também fazia o transporte de cocaína em meio a cargas lícitas, o que, de acordo com o Gaeco, dificultava a localização do entorpecente, principalmente quando a droga estava em meio a cargas refrigeradas, que são lacrados. 

Todos os carregamentos de carne saem dos frigoríficos ou locais de embarque com lacre que só pode ser aberto no destino final. Nem mesmo a polícia tem autorização para romper estes lacres para fazer vistoria quando desconfia de alguma irregularidade.

“A organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram  utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico”, diz trecho de nota do Gaeco.

Ainda segundo a investigação, além de usar uma carga lícita como cobertura para transportar a droga, a organização fazia a transferência da propriedade de caminhões entre empresas usadas pelo grupo e os motoristas.

“Desvinculando-os dos reais proprietários, para assim chamarem menos a atenção em eventual fiscalização policial (em regra, a liberação é mais rápida quando o motorista consta como dono do veículo)”, completa a nota.

Em uma série de apreensões feitas ao longo dos últimos meses, as drogas foram encontradas sido inseridas no meio das cargas sem rompimento destes lacres. 

Então, a conclusão dos policiais é de que os traficantes estavam removendo integralmente as portas dos baús sem rompimento dos lacres para conseguirem embarcar as drogas. 

Foi o que aconteceu na descoberta de 1,5 tonelada de maconha que estava em meio a um carregamento de 18 toneladas de carne bovina apreendido no dia 5 de outubro do ano passado em um galpão do Jardim Noroeste, em Campo Grande. A justiça autorizou a doação desta carne para 38 entidades assistenciais, mas depois a decisão foi revista. Porém, 85% já havia sido distribuído.

Antes disso, no dia 25 de abril, agentes da Polícia Rodoviária Federal apreenderam, na BR-158, em Paranaíba, 484 quilos de cocaína em meio a um carregamento de carne resfriada. O motorista informou que receberia R$ 200 mil pelo transporte. 

A descoberta, segundo informou a PRF à época, só ocorreu porque os agentes constataram excesso de peso no caminhão. Diante disso, ele foi levado a um frigorífico e o lacre foi rompido em local onde havia autorização para ser substituído.

Durante o transcorrer das investigações sobre a quadrilha alvo ontem foram apreendidas cerca de 2 toneladas de cocaína, de acordo com a nota do Ministério Público.

CORREGEDORIA

Além de agentes do Gaeco e da Polícia Militar, a Corregedoria da Polícia Civil também partipou da operação, efetuando a prisão dos policiais envolvidos.

Em nota, a corporação afirmou que trabalha com compromisso de combater o crime.

“A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul tem o compromisso de combater qualquer crime em nosso Estado. Nesse contexto informamos nossa participação na operação em curso conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No decorrer dessa operação, os mandados de prisão relacionados à prisão e busca e apreensão relacionados a policiais civis foram cumpridos pela nossa instituição, por meio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil.Salientamos que, além das medidas de natureza criminal, encontram- se em andamento na Corregedoria procedimentos administrativos para apurar eventuais transgressões disciplinares”, diz a nota.

SAIBA

Batizada de Snow, a operação de ontem contou com o apoio de investigações da PRF e a Corregedoria da Polícia Civil. Dos 21 mandados de prisão preventiva, três tiveram como alvo pessoas que já estão presas. Outros 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

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Cidades

Concurso Correios: resultado é adiado sem nova data definida

Em Campo Grande, serão 62 vagas para agentes e 5 destinadas à analistas de diversas especialidades; salários vão até R$10 mil

15/01/2025 13h15

Concurso Correios: resultado é adiado sem nova data definida

Concurso Correios: resultado é adiado sem nova data definida Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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O concurso dos Correios realizado no dia 15 de dezembro, deveria ter o resultado divulgado até ontem (14), no entanto, o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) - banca responsável pelo certame, informou que o resultado oficial foi adiado, ainda sem data definida. 

Em outubro, quando o edital foi publicado, o resultado deveria ser publicado em até 30 dias a contar do dia de aplicação da prova. Ao todo são 3.511 vagas imediatas para níveis médio e superior, o salário varia de R$2.429,26 até R$10.302,00. Do total de oportunidades, 67 são para trabalhar na sede da empresa, em Campo Grande.

Os extratos publicados no Diário Oficial da União desta quarta-feira (09), detalham que o concurso ofertará 3.099 vagas para nível médio - como agente dos Correios, e 412 de nível superior, destinada a analistas de diversas áreas. Na Capital são 62 para agentes, e 5, para analistas.

Dentre as especialidades oferecidas para o cargo de analista estão:

  • Advogado;
  • Analista de Sistemas – Desenho de Sistemas;
  • Analista de Sistemas – Produção;
  • Analista de Sistemas – Redes;
  • Analista de Sistemas – Suporte de Banco de Dados;
  • Analista de Sistemas – Suporte de Sistemas; Arquiteto;
  • Arquivista;
  • Assistente Social;
  • Engenheiro – Engenharia Civil;
  • Engenheiro – Engenharia de Produção;
  • Engenheiro – Engenharia de Redes e Comunicação;
  • Engenheiro – Engenharia de Telecomunicações;
  • Engenheiro – Engenharia Elétrica;
  • Engenheiro – Engenharia Eletrônica e
  • Engenheiro – Engenharia Mecânica

Para somar com as vagas imediatas, também terão 5.975 vagas para cadastro reserva, sendo 5.344 destinadas ao cargo de agente, e 631, para analista. Do total de vagas, 20% serão reservadas para candidatos negros e 10% à pessoas com deficiência.

Além do salário base, nos casos das vagas para Arquiteto Engenheiro, será acrescido um complemento salarial para atender o piso mínimo da categoria. Desta forma, o valor total será de R$10.302,00. Outros benefícios incluem: 

  • Auxílio para Dependentes com Deficiência: Limite máximo mensal de R$ 989,90 por dependente;
  • Reembolso Creche e Reembolso Babá: Máximo de R$ 686,50 para despesas com creche, berçário, jardim de infância ou babá;
  • Vale refeição/alimentação de R$ 1.382,42 por mês;
  • Vale-Transporte: R$ 835,83 mensais;
  • Plano de Saúde: será opcional;
  • Adicional de Atividade de Distribuição e/ou Coleta Externa (AADC): 30% do salário-base pago aos empregados que atuarem no exercício efetivo da atividade postal externa de Distribuição e/ou Coleta em vias públicas.
  • Adicional de Atendimento em Guichê em Agências de Correios (AAG): valor de R$ 312,26 pago aos empregados ocupantes do cargo de Agente de Correios na atividade Atendente Comercial e do cargo de Atendente Comercial I, II e III que executem atividades de guichê em Agências de Correios.
  • Em 2021 os Correios pagaram Participação nos Lucros e Resultados. O que fica em aberto, de um próximo Acordo Coletivo ter novamente a previsão do pagamento mediante o batimento de metas estabelecidas pela companhia.

Confira os editais aqui: 

Agente;

Analista.

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OPERAÇÃO SNOW

Suspeito de integrar quadrilha, alvo do Gaeco é preso com armas e drogas no Damha

Durante cumprimento de mandados da Operação Snow, investigado resistiu à prisão e acabou ferido ao ser imobilizado

15/01/2025 13h00

Armas e drogas foram apreendidas na casa de um dos alvos de operação do Gaeco

Armas e drogas foram apreendidas na casa de um dos alvos de operação do Gaeco Foto: Divulgação / MPMS

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Um homem de 38 anos, alvo de operação do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), foi preso por porte ilegal de arma e desobediência na manhã desta quarta-feira (15), no condomínio de luxo Damha, em Campo Grande. Ele é suspeito de integrar quadrilha que atuava no tráfico de drogas com ajuda de advogados e policiais.

De acordo com boletim de ocorrência, policiais e agentes do Gaeco foram até a residência por volta das 6h para cumprir os mandatos e, ao adentrarem na casa, o homem, que não teve a identidade divulgada, resistiu a prisão.

A polícia afirma que foi necessário uso de força física moderada para conter o investigado, que resultou em lesões nos braços, cotovelos e joelhos. Após a imobilização, o suspeito foi contido em uma cadeira na sala de jantar, enquanto as equipes faziam buscas na residência.

No local, foram encontradas e apreendidas duas armas de fogo, sendo um um revólver calibre .38 e uma pistola Glock 9 mm de uso restrito.

Além disso, foram apreendidos três comprimidos de ecstasy e 3,20 gramas de MDMA. As drogas foram encaminhadas à Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).

Já quanto ao suspeito, foi levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol), onde foi autuado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, portar drogas para consumo pessoal e desobediência.

O suspeito informou aos policiais que passou por uma cirurgia abdominal há cerca de um mês e que está em processo de recuperação, motivo pelo qual utilizava uma cinta cirúrgica no momento da abordagem. 

Operação Snow

A segunda fase da Operação Snow foi deflagrada nesta quarta-feira (15) pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). No total, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP).

O nome dos alvos não foi divulgado, mas entre eles estão um policial civil e advogados.

A primeira fase da operação foi desencadeada em março do ano passado e, na ocasião foram apreendidos diversos materiais que passaram por perícia.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPMS), a partir da análise desse material apreendido, especialmente telefones celulares, foi identificado que pelo menos 17 pessoas faziam parte da quadrilha, entre eles advogados e um policial civil.

As investigações apontaram que o líder da quadrilha atuava para monitorar eventuais diligências policiais, por meio da cooptação de servidores públicos corruptos.

Essa cooptação era feita por advogados que trabalham a serviço da organização criminosa que, além da prestação de serviços jurídicos, faziam práticas ilícitas, como a corrupção dos agentes públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas.

O transporte da droga era realizado por meio de empresas de transporte, incluindo empresas terceirizadas dos Correios. Na primeira fase, foi descoberto que policiais também faziam o transporte da droga em viaturas oficiais, já que os carros oficiais não costumam ser parados em fiscalizações nas rodovias por outras unidades de segurança.

"A organização criminosa é extremamente violenta resolvendo muitas de suas pendências, especialmente as questões relacionadas à perda de cargas de drogas e outros desacertos do tráfico, com sequestros e execuções, muitas vezes de seus próprios integrantes", disse o MPMS em nota.

Na operação desta quarta-feira, o Gaeco cumpriu mandados com apoio operacional do Batalhão de Choque e do Batalhao de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.

A Ordem dos Advogados do Brasil e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.

Primeira fase

A operação de hoje é desdobramento da primeira fase, deflagrada em março de 2024. Naquela ocasião, foram cumpridos 21 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão para tentar desmantelar a quadrilha especializada no tráfico de cocaína. 

Conforme nota do MPE, a "organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram  utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico".

Entre os membros, policiais faziam o transporte do entorpecente de Ponta Porã até a Capital através do chamado "frete seguro"  

De acordo com o Gaeco, os policiais faziam o chamado "frete seguro", com o escoamento da droga em viaturas oficiais.

O grupo também fazia o transporte de cocaína em meio a cargas lícitas, o que, de acordo com o Gaeco, dificultava a localização do entorpecente, principalmente quando a droga estava em meio a cargas refrigeradas, que são lacrados. 

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