Cidades

Cartão Vermelho

Gaeco recomenda que sobrinho de Cezário permaneça na cadeia

Ministério Público aponta que Valdir Alves Pereira participava de todas as reuniões da suposta organização criminosa e recebia mesada de R$ 2 mil reais do tio

Continue lendo...

Os Promotores do Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendaram que o juiz negue o pedido de revogação de prisão preventiva de Valdir Alves Pereira, o sobrinho de Francisco Cezário, que também foi preso durante a Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS (FFMS), entre os anos de 2018 e 2023.

Segundo o MPMS, há evidências de que Valdir participou de todas as reuniões do suposto grupo criminoso em setembro de 2022, realizadas na casa de Cezário, conforme cita o documento:

"O trabalho de campo revelou a existência de uma série de reuniões na residência de Francisco Cezário de Oliveira na segunda quinzena de setembro de 2022, onde compareceram, entre outros, os irmãos Aparecido Alves Pereira e Francisco Carlos Pereira, que estavam presentes na sede da FFMS no dia 25 de outubro de 2022, quando Umberto Alves Pereira (que é irmão deles) chegou com a pasta preta contendo dinheiro, a reforçar o envolvimento de todos no esquema de desvio de valores (...) Também esteve em todas as reuniões na residência de "Cezário", realizadas nos dias 20, 21 e 22 de setembro de 2022, Valdir Alves Pereira".

Além disso, também foi evidenciado nas investigações que Valdir recebeu R$ 53,7 mil da Federação entre 2018 e 2022.

"Não só. Valdir Alves Pereira também era destinatário de dinheiro da Federação de Futebol, recebendo da entidade em sua conta corrente, entre os anos de 2018 e 2022, R$ 53.710,00 (cinquenta e três mil, setecentos e dez reais)", diz texto.

Durante interrogatório, Valdir revelou ainda que recebia um "auxílio" informal no valor de R$ 2 mil da FFMS, a mando de seu tio, Cezário, mas não justificou a razão para o pagamento, alegando apenas que fazia serviços gerais na sede da entidade.

Devido as evidências apresentadas pelo Gaeco e citadas acima, os promotores alegam que "há inegável gravidade concreta das ações delituosas", que são de responsabilidade dos integrantes da suposta organização, e por isso "se faz necessária a manutenção da prisão preventiva do requerente".

O texto diz ainda que a liberdade da Valdir representa "risco à ordem pública, uma vez que o esquema montado para obtenção de vantagens indevidas, em níveis surpreendentes, transformou a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, que é destinatária de muito dinheiro público, em uma espécie balcão de negócios, impondo-se a prisão preventiva para debelá-lo, sob pena de deterioração progressiva do quadro criminoso".

Por fim, os promotores defendem que a prisão também é importante para garantir que as investigações sejam concluídas e encerradas sem intercorrências.

Operação Cartão Vermelho

Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações tiveram início há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investido no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como "Cartão Vermelho" cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Assine o Correio do Estado. 

Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (19) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Baixa umidade segue em todo o estado, assim como as altas temperaturas

19/09/2024 04h30

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado Arquivo

Continue Lendo...

Nesta quinta-feira (19) a previsão indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade. Essa situação ocorre devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica favorecendo o tempo quente e seco no estado de Mato Grosso do Sul. O destaque é que as temperaturas voltam a ficar acima da média, podendo atingir os 39°C aliado a baixos valores de umidade relativa do ar, com valores entre 10% e 30%.

Por isso, recomenda-se que a população beba bastante líquido, evite exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia e umidifique os ambientes. Além disso, as condições meteorológicas previstas, de tempo quente e seco, tornam o ambiente atmosférico favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Desta forma, recomenda-se que a população não ateie fogo em nenhuma situação, pois é crime ambiental. 

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 23°C e máxima de 36°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 25°C e 39°C. 
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 26°C e a máxima de 39°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 25°C e máxima de 39°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 21°C e 38°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 19°C e máxima de 35°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 18°C e máxima de 35°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 20°C e 33°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 18°C e máxima de 32°C. 

Assine o Correio do Estado

CASO MARCEL COLOMBO

Jamilzinho é condenado a mais 15 anos e penas já somam 69 anos

Os outros três réus envolvidos na execução de Marcel Colombo, em 2018, também foram condenados pelo júri que acabou 02:05 horas da madrugada desta quinta-feira, após três dias de julgamento

19/09/2024 02h18

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande

Somente dois dos réus, Marcelo Rios e Rafael Antunes, acompanharam todo o julgamento no plenário do fórum de Campo Grande Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Preso desde o dia 27 de setenbro de 2019 e já condenado anteriormente a 54 anos de prisão, o empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a mais 15 anos de cadeia pela morte de Marcel Hernandes Colombo, executado em 18 de outubro de 2018 em um bar na região central de Campo Grande. Com mais esta condenação, a soma de suas penas chega a 69 anos.

Além do empresário, os jurados também condenaram os guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes. O primeiro foi condenado a 15 anos em regime fechado e o segundo, a 2,5 anos em regime aberto. O quarto réu, o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, pegou a pena de 8 anos e 4 meses. 

Jamil Name filho participou do júri por videoconferência do presídio federal de Mossoró, onde está desde novembro de 2019. Ele já havia sido condenado pelo assassinato do estudante Matheus Xavier, em julho do ano passado, a 23,5 anos de prisão, e tem outras três condenações por crimes descobertos pela operação Omertà. 

Marcelo Rios cumpre pena no mesmo presídio, mas participou presencialmente do júri que começou na segunda-feira pela manhã e terminou às 02:05 da madrugada desta quinta-feira (19). A previsão é de que seja levado de volta ao mesmo presídio. Ele também já cumpre pena pela morte de Matheus Xavier e por outros três crimes. 

Rafael Antunes, que atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, poderá recorrer em regime aberto. O policial federal também pode recorrer da sentença em liberdade.

Os debates entre a acusação e defesa só acabaram quando já passava da meia noite, por volta das 00:15 horas. Depois disso, o juiz esvaziou o plenário para se reunir com os 7 jurados e somente à 01:40 a sessão foi retomada. 

O CASO

Conforme tese acatada pelo júri popular, Marcel Hernandes Colombo foi executado por Juanil Miranda, que está foragido, a mando de Jamil Name Filho. Os outros três condenados atuaram como intermediários para contratação do pistoleiro e ocultação de provas.

De acordo com a denúncia, Jamil Name Filho encomendou a morte de Marcel porque cerca de dois anos antes foi agredido pelo Playboy da Mansão, como era conhecido Marcel, em uma casa noturna da região central de Campo Grande. 

Desde aquela agressão, conforme a investigação, Jamilzinho pretendia matar o Playboy, mas não recebia autorização do pai, Jamil Name, que também foi preso em setembro de 2019 e acabou morrendo aos 82 anos no presídio federal em junho de 2021, vítima de covid.

Mas, depois que Marcel divulgou áudios fazendo chacotas da família Name, o pai liberou o filho para que matasse Marcel, conforme concluiu a investigação e conforme acataram os jurados. 

A investigação sobre o assassinato estava prestes a ser arquivada, pois até a descoberta de um arsenal com fuzis, pistolas e espingardas em uma casa no bairro Monte Líbano a polícia não tinha provas que ligassem Jamilzinho ao crime, embora houvessem suspeitas desde o dia do assassinato. 

Cerca de quatro meses depois da descoberta do arsenal, Jamil Name e o filho foram presos e não saíram mais da cadeia. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).