Cidades

Luto

Governador pede justiça por jornalista morta por ex-noivo

Vanessa Ricarte era servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), conhecida e respeitada por sua dedicação e comprometimento

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O governador do Estado, Eduardo Riedel, se manifestou sobre a morte da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, vítima de feminicídio cometido pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento Pereira, de 35 anos, na noite da última quarta-feira (12).

Através de um vídeo, publicado em uma rede social, o governador declarou ter ficado profundamente impactado com a notícia da morte da servidora, que atuava no Ministério Público do Trabalho (MPT). Riedel estendeu a indignação não apenas à Vanessa, mas também ao sofrimento das famílias envolvidas não só nesse, mas em outros casos de feminicídio, crime que apresenta altos índices no estado.

"Isso não pode de maneira nenhuma passar com impunidade para ninguém envolvido nessa situação. Então, aqui lamento profundamente meu sentimento à família da Vanessa, aos colegas de trabalho, a todos os que estão próximos e a todas as famílias que viveram, vivem esse drama da perda por feminicídio de alguém próximo", disse o governador.

 

Em nota, o Ministério Público do Trabalho (MPT) lamentou e manifestou indignação pela morte de Vanessa, e a descreveu como "uma profissional dedicada e comprometida".

"Sua perda é um golpe não apenas para a instituição, mas para toda a sociedade, que vê mais uma vida ceifada pela violência de gênero", diz texto.

O MPT reforçou ainda o compromisso do órgão com a defesa dos direitos humanos e repudia veementemente qualquer forma de violência contra as mulheres, e se solidarizou com a família, os amigos e colegas da vítima.

"Que sua memória inspire a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, e que sua tragédia nos motive a fortalecer as políticas públicas de proteção e combate à violência doméstica"

Confira a nota na íntegra:

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul e a Comissão de Mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também emitiram nota de pesar pelo falecimento de Vanessa.

No texto, relembram o caminho profissional da jornalista, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que atuou como professora de redação, editora, assessora de imprensa e chefe de assessoria de imprensa.

Vanessa foi definida como uma profissional de texto impecável e ideias constantes, que sempre tinha um projeto novo na manga e acreditava no potencial do ser humano como agente de boas transformações.

Confira a nota na íntegra:

"É com profunda tristeza e indignação que o Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) e a Comissão de Mulheres da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) recebe a notícia do brutal feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos. 

Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul  (UFMS), Vanessa era uma profissional dedicada, atuou como professora de redação, editora no site Top Mídia News, assessora de imprensa da Agência Municipal de Habitação (Emha) e, atualmente, era chefe da assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS).

De texto impecável e ideias constantes, Vanessa sempre tinha um projeto novo na manga. Era de uma vitalidade admirável. Inventiva e acreditava no potencial do ser humano como agente de boas transformações. Ela mesmo era reflexo disso.  

Sua morte representa uma perda irreparável para o jornalismo e para a sociedade.Seu caso indigna não só pela brutalidade, mas por expor falhas que não deveriam existir no sistema de combate à violência contra mulher. 

O Sindjor-MS condena veemente tais práticas e cobra agilidade das autoridades responsáveis pela condenação do responsável, o músico Caio Nascimento, preso em flagrante, bem como o fortalecimento dos mecanismos de defesa da mulher. 

Em nome de todos que lutam pela igualdade de gênero e pelo combate à violência contra a mulher, expressamos nossas mais sinceras condolências à família, amigos e colegas de trabalho de Vanessa neste momento de dor. A violência que tirou a vida de uma mulher tão extraordinária é um lembrete cruel de que a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres deve continuar com ainda mais força.

Fica nosso compromisso de seguir combatendo o feminicídio e todas as formas de violência de gênero e nossa solidariedade aos que sofrem com essa perda irreparável. Que a memória de Vanessa inspire uma sociedade mais humana e mais vigilante na busca pela justiça e pelo respeito a todas as mulheres.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor MS), Comissão de Mulheres e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)"

Feminicídio

A jornalista, Vanessa Ricarte, de 42 anos, morreu esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Na noite que antecedeu o crime, Vanessa havia procurado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro e solicitar uma medida protetiva contra ele. Horas antes de ser morta, ela havia ido até a delegacia para buscar a documentação da medida protetiva.

Ao chegar em casa, a jornalista se deparou com Caio. Eles discutiram e ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga da vítima. Os vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia.

Viaturas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares se deslocaram até o endereço e encontraram a vítima caída no chão ensaguentada e com perfurações pelo corpo.

Na casa, estavam Vanessa, um amigo e o feminicida. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Caio foi preso e encaminhado à delegacia.

Ele trabalhava como músico, e era alvo de uma série de denúncias de violência doméstica, violência psicológica, agressão, ameaça e perseguição

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CARTELO DE CARTAS

Quadrilha enganava pessoas em MS que sonhavam com a casa própria

Grupo era bem estruturado e, segundo a investigação, as facilidades conseguiam ludibriar as vítimas

05/12/2025 08h20

Delegada Ana Cláudia Medina fala sobre a operação de ontem

Delegada Ana Cláudia Medina fala sobre a operação de ontem Gerson Oliveira

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Deflagrada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a Operação Castelo de Cartas desmantelou uma organização criminosa que tinha grande estrutura e forte ligação com seis estados para enganar vítimas por meio de compras de imóveis, veículos e outros artigos de grande valor – dois membros da quadrilha atuavam em Campo Grande.

De acordo com nota publicada pela força policial ontem, a quadrilha agia por meio do esquema conhecido como “carta de crédito contemplada”. Em conversa com o Correio do Estado, a titular da Dracco, delegada Ana Cláudia Medina, explicou que esta artimanha manipulava o sonho das vítimas de adquirir certo produto para aplicar o golpe.

“Eram situações de renegociação, havia possibilidade da aquisição de imóveis, que era um sonho de muitas delas, com algumas facilidades no seu pagamento, mas nada efetivamente que direcionasse para um golpe. Eles conseguiam levar ao erro e conduzir essa ação por um tempo indeterminado, a ponto delas [vítimas] terem dúvidas se estavam sendo vítimas de um desacordo comercial ou de uma ação criminosa”, disse.

As investigações começaram a partir do registro de um boletim de ocorrência de fraude, no qual as vítimas relataram que estavam sofrendo golpes financeiros no que se referia à negociação de cartas de crédito, imóveis e também veículos. A partir dessa informação, foi apurado que os beneficiários estavam também em outros estados e que se tratava de uma quadrilha estruturada e organizada.

Além de Mato Grosso do Sul, a Operação Castelo de Cartas esteve cumpriu mandados no Distrito Federal, Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo e Rondônia, este último estado com forte ligação com as ações ilícitas que eram feitas em território sul-mato-grossense.

“Nós temos a atuação específica daqui, mas a gente vê que na questão financeira, como a gente está tratando de uma operação de organização criminosa especializada em fraudes financeiras, nós tínhamos uma ligação muito grande de Mato Grosso do Sul com Rondônia, mas estavam aqui esses cabeças”, reforçou.

Ao todo, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Campo Grande, mais especificamente no Residencial Vitalitá, condomínio de luxo localizado próximo ao Carandá Bosque, com apreensão de joias, dinheiro em espécie, carros, equipamentos eletrônicos e documentos.

Segundo a delegada, os alvos na Capital eram responsáveis por arrecadar valores milionários diante de promessas e negociações feitas com as vítimas.

Até o momento, foram identificadas cinco vítimas, que tiveram prejuízo de R$ 1,5 milhão por causa dos golpes. Ademais, foi solicitado o bloqueio de R$ 7.524.805,40 dos investigados, valor cinco vezes superior ao apurado no curso das investigações.

Mesmo sem o cumprimento de mandados de prisão, a delegada Ana Cláudia não descartou a possibilidade de essa operação desencadear novas diligências em breve.

CASO ANTIGO

“Conseguimos identificar que alguns integrantes que estavam se beneficiando já eram alvo de outras operações que não envolviam estelionato, mas que esses valores que estavam sendo movimentados ilicitamente também estavam indo para o cometimento de outros crimes, como foi o caso de Rondônia, onde os integrantes de lá haviam sido alvo de uma operação da Polícia Federal em 2021, que envolvia tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, jogos de azar, falsidade ideológica”, afirmou a delegada Ana Cláudia Medina.

Essa ação citada pela chefe do Dracco ocorreu há quatro anos e foi apelidada na época de Carga Prensada, com ligação direta com a operação deflagrada ontem. Em 2021, o objetivo era desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas em grande escala no País.

Ao todo, foram 45 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão cumpridos em oito estados, incluindo Mato Grosso do Sul.

Segundo apontado no inquérito policial, os membros da quadrilha eram responsáveis por enviar grandes quantidades de cocaína oriundas de Rondônia para outros estados.

Enquanto a cocaína era enviada aos outros estados, cargas de maconha adquiridas em Mato Grosso do Sul eram distribuídas para Rondônia e Acre. Inclusive, na fase inicial de investigação, ocorrida no fim de 2019, foram apreendidas mais de 2,5 toneladas de drogas.

Além do cumprimento dos mandados, os investigados e suas respectivas empresas tiveram seus bens bloqueados. Houve também o sequestro de cerca de 150 veículos, suspensão de atividades de empresas relacionadas à lavagem de capitais, medidas cautelares diversas da prisão e até bloqueio de contas da organização criminosa em redes sociais.

Para se ter uma ideia dos valores milionários obtidos pela quadrilha com a prática dos crimes, os bens sequestrados na época foram imóveis, uma aeronave e uma lancha. A maioria dos 150 veículos confiscados era de luxo.

“Nós identificamos que as transações financeiras envolviam esses alvos e, quando a gente identificou as transações financeiras com esses integrantes, nós vimos que eles eram autores também nessa operação. Vimos que acabava era uma organização criminosa que estava além dessa fraude financeira e que estava investindo em outros crimes também, como tráfico e jogos de azar”, destacou a titular da Dracco.

*SAIBA

A Operação Castelo de Cartas ocorre dentro da terceira edição da Operação Renorcrim, voltada ao enfrentamento de organizações criminosas. A primeira edição ocorreu entre 25 e 29 de novembro de 2024 e a segunda, entre 18 de abril e 2 de maio deste ano.

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PPP DA SAÚDE

Gestora privada deve assumir Hospital Regional em março do ano que vem

Construcap venceu o leilão, realizado ontem na Bolsa de Valores, com uma oferta 22% menor que o estabelecido pelo edital

05/12/2025 08h00

Saul Schramm/Governo de MS

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A Construcap CCPS Engenharia e Comércio, empresa que já é responsável por três hospitais estaduais no estado de São Paulo, venceu ontem o leilão para a parceria público-privada (PPP) que vai conceder a parte administrativa do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) à iniciativa privada. A empresa deve assumir a unidade hospitalar no próximo ano, em março.

Segundo informações do Correio do Estado, o governo do Estado estima que até janeiro de 2026 a vitória da empresa seja homologada. A partir daí, corre o prazo de 60 dias para a assinatura do contrato. Só então a Construcap deve tomar posse do hospital.

A empresa ofereceu um deságio de 22% ao valor de referência definido para a contraprestação do Estado, que era de R$ 20,3 milhões, ofertando R$ 15,9 milhões, valor muito inferior ao dos quatro outros concorrentes do leilão que foi realizado na Bolsa de Valores (B3) de São Paulo.

Além dos hospitais, o grupo é acostumado com grandes obras, como a reforma do Estádio Mineirão, feito para a Copa de 2014, a construção de dois trechos do metrô de São Paulo e a construção do Templo de Salomão, o maior templo religioso do Brasil.

A segunda colocada no leilão foi a empresa Opy Heathcare Gestão de Ativos e Investimentos, com oferta de R$ 17,5 milhões (deságio de 13,96%).

Em terceiro ficou o consórcio Zhem MS, que tinha entre seus membros a Health Brasil, empresa que já foi alvo de investigações pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por supostamente participar de esquema de corrupção em contratos com o HRMS. O grupo fez proposta de R$ 19,1 milhões (deságio de 6,3%).

Os três primeiros licitantes com a menor oferta foram classificados para uma segunda etapa, em que poderiam oferecer valor inferior ao da Construcap, porém, nenhum grupo quis fazer nova oferta.

Já os consórcios Saúde MS e Sonda Saúde MS – quarto e quinto colocados, respectivamente – ofereceram 
R$ 19,7 milhões (deságio de 3%) e R$ 20,3 milhões (deságio de 0,03%), e sequer foram para a segunda etapa do leilão.

“É uma honra participar desse momento histórico para a saúde pública do estado de Mato Grosso do Sul. Em primeiro lugar, queria saudar o governo do Estado, a Secretaria de Saúde e todas as demais secretarias pela condução exemplar desse processo de excelência, marcado pela transparência, inovação e segurança jurídica”, afirmou o representante da Construcap.

“O projeto do Hospital Regional vai muito além de uma obra, é um marco estrutural e social, que garantirá acesso gratuito, atendimento humanizado e tecnologia de ponta a toda população de Mato Grosso do Sul”, completou.

Responsável pela elaboração do edital do leilão do HRMS, a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) do governo do Estado, Eliane Detoni, afirmou que o certame inaugurou um novo estágio em relação a PPPs na área da Saúde.

“A gente teve muita coragem de inserir inovações, especialmente pelo apoio que a gente tem do nosso governador, que nos permite estruturar projetos com liberdade e pela equipe sensacional do Hospital Regional e da Secretaria de Saúde. O que a gente não fez nesse projeto foi fazer igual a qualquer um, a gente realmente fez um esforço muito grande, muitas pessoas nos auxiliaram. Não é fácil inserir medicamentos em um projeto de PPP e a gente teve coragem para solucionar essa questão”, declarou Detoni.

Já o governador Eduardo Riedel (PP) afirmou que este foi um dia muito especial para a Saúde de Mato Grosso do Sul e do Brasil. Segundo ele, o País necessita de novas ideias para solucionar o setor.

“Esse projeto vem fazer frente a uma demanda cada vez maior do público, que é entregar serviço com o mesmo custo que a gente tem hoje, só que com uma qualidade infinitamente maior, esse é um grande desafio. E eu acredito muito que esse modelo está quebrando um paradigma, numa parceria público-privada de cunho social, que envolve construção, envolve tecnologia, envolve gestão de pessoas, envolve gestão de insumos, mas que vai entregar uma qualidade extremamente superior a existente hoje”, declarou o governador.

PROJETO

A concessão do Hospital Regional recai sobre setores como limpeza, lavanderia, cozinha, jardinagem, portaria, segurança e administração. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e demais profissionais da área continuarão sob responsabilidade do Estado.

A vencedora deverá, no prazo de dois anos, concluir a construção de dois novos blocos que incluam a oferta de Centro de Imagem e Diagnóstico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade Coronariana (UCO) com 70 leitos, hemodinâmica, centro cirúrgico, Central de Material Esterilizado e internações com 180 leitos.

E, em até 4 anos, será concluída a reforma do prédio atual, que fará o local passar de 37.000 m², com estrutura de 10 andares, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas, para 71.000 m² e 577 leitos. E ainda há a ampliação do estacionamento, que passará a oferecer 753 vagas.

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